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6685988 | RODAS DE CONVERSA: METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM E ESTRATEGIA DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADEEM ENFERMAGEM | Autores: Vanessa de Oliveira Santos ; Helloyza Halana Fernanda Aquino Pompeu ; Sara Negreiros Santos |
Resumo: **Introdução**: Conforme Melo et al.1 para formação acadêmica de profissionais de saúde a prática na comunidade é fundamental, pois integra necessidades sociais, universitárias e de prestação de serviço. A saúde comunitária possui olhar holístico sobre o usuário, e assim é capaz de atuar em vários contextos aumentando o impacto da atenção em saúde. Somando esse fator com a proximidade que os profissionais da atenção primária possuem com os assistidos por eles é esperado que as ações de saúde ocorram com maior freqüência. Esse pensamento reforça que a formação deve ser centralizada na promoção da saúde por discutir e trabalhar aspectos como saúde como qualidade de vida, habilidades para ações sociais, educação em saúde e interdisciplinaridade no processo de trabalho2. Sabe-se a importância dessa modalidade de intervenção para o desenvolvimento da qualidade, pois como afirma Rodrigues3 “A educação em saúde configura-se como uma importante estratégia de promoção à saúde, com vista à conscientização individual e coletiva, no sentido da busca de saúde, bem estar e qualidade de vida, além de aspectos relativos à compreensão das responsabilidades e à construção de conhecimentos [...]” Uma das formas de prevenção em saúde é a educação, a qual é capaz de informar, proporcionando trocas de experiências, retirar dúvidas, combater mitos e propiciar cuidado integral atendendo as mais diversas necessidades.1 Uma das principais ferramentas de educação em saúde é a Roda de Conversa, a qual foi, provavelmente desenvolvida por Sócrates (469-399 a.C.), que estimulava a discussão e reflexão sobre temas livres e a partir da fala dos interlocutores, ia se construindo os conceitos e significados até que se chegasse as definições mais adequadas, possibilitando assim a participação de todos e a formação do conhecimento de maneira participativa e democrática, além de aumentar o vinculo entre os envolvidos.1 Consoante Rodrigues3 as rodas de conversa possibilitam o dialogo e a problematizarão que conforme Paulo Freire são capazes de apresentar o pensamento critico, libertador sendo essencial para o processo de conscientização, pois ele possibilita a troca de saberes e proporciona que todos os envolvidos sejam educadores e educandos. É relevante ressaltar a importância da metodologia escolhida para definir os temas das rodas de conversa em saúde, no caso desse trabalho foi utilizada a teoria da problematização, que segundo Villardi, Cyrino e Berbel2 “promove a mobilização do potencial social, político e ético dos alunos, os quais são levados a observar a realidade de maneira atenta e a identificar o que se mostra preocupante, e concretiza-se através de um processo criativo que envolve ação–reflexão sobre um aspecto da realidade observada, o que implica realizar alguma transformação nela”. Diante disto, ações educativas devem ser desenvolvidas, utilizando boas estratégias de aprendizagem, como as rodas de conversa, a fim de que o diálogo ocorra entre os diferentes saberes, contribuindo para a promoção de práticas de saúde condizentes com o cotidiano das usuárias. **Objetivos:** Orientar sobre temas variados pertinentes à saúde da mulher, voltado à de gestantes enfatizando a prevenção em saúde e identificar o grau de conhecimento das participantes sobre as temáticas abordadas. **Descrição metodológica: **Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo relato de experiência, vivenciado pelas acadêmicas do 5º ano do curso de licenciatura em enfermagem da Universidade do Estado do Pará, durante os anos de 2016 e 2017, durante o estágio extracurricular das discentes no ambulatório da mulher em um hospital materno infantil de referência no município de Belém no Estado do Pará, tendo como o público alvo grávidas atendidas no ambulatório, que aguardavam consulta de pré natal na sala de espera da instituição.Utilizou-se a metodologia baseada na Teoria da Problematização, evidenciada pelo Arco de Maguerez proposto por Neusi Aparecida Navas Berbel. Sendo assim o trabalho se desenvolveu em cinco etapas: Observação da realidade, Identificação dos problemas- pontos chaves, Teorização, Hipótese de Solução e Aplicação na realidade. Desenvolveu-se a primeira durante a observação das necessidades de informações das usuárias, as quais eram evidenciadas nas consultas de enfermagem. Na segunda etapa foi definido as principais necessidades, enfatizando os problemas mais recorrentes entre as usuárias. Realizou-se a teorização e foi desenvolvida como hipótese de solução as rodas de conversas mensais, as quais deveriam abordar temáticas voltadas para gestantes e assuntos gerais sobre saúde da mulher como prevenção de câncer de mama e de colo do útero,prevenção de infecção do trato urinário, higiene intima feminina, alimentação e hábitos saudáveis dentre outros.E a última etapa foi a realização de rodas de conversas mensais, que tinham como facilitadores as acadêmicas de enfermagem, bem como a enfermeira responsável pelo programa de pré-natal de alo risco e residentes de enfermagem.Durante as rodas de conversa foram realizados sorteios de brindes, dinâmicas de perguntas e repostas utilizando ludicidade, distribuição de folders e no final pleiteado a abertura para que estas pudessem retirar dúvidas “sobre assuntos íntimos de saúde”. E dessa forma foi possível sanar mais dúvidas a respeito. **Resultados: **As ações educativas realizadas utilizando rodas de conversa demonstraram ser mais efetivas, visto com maior abrangência e adesão das usuárias a essa metodologia de aprendizagem; a qual é ativa, uma vez que há participação do público deixando de ser apenas um ouvinte e passa a ser um membro da discussão. Além dos resultados positivos para as usuárias, houve também benefícios para os acadêmicos e residentes que puderam ampliar seus conhecimentos durante a fase de teorização e aumentar suas habilidades de comunicação, interação e estratégias de sensibilização da comunidade. Houve ainda melhora no serviço visto que as usuárias foram informadas e esclarecidas sobre prevenção de doenças e promoção de saúde diminuindo assim complicações de âmbitos gerais, ficando,pois, mais satisfeitas com a assistência prestada. **Conclusão**: A utilização da prática educativa contribuiu no desenvolvimento de atividades pautadas em problemas reais e do cotidiano.Ademais a roda de conversa foi uma estratégia que proporcionou aproximação da equipe de saúde com a comunidade, ampliando o conhecimento e sensibilizando para promoção da saúde. Quanto a formação acadêmica de enfermagem foi fundamental para demonstrar a importância do enfermeiro na identificação de problemas da população vigente e promovendoatividades de educação em saúde, para que de forma contínua e metodológica de aprendizagem ativa possibilitasse assim ações dinâmicas, participativas e educativas contribindo para o processo de ensino-aprendizagem-assistência. **Contribuição para enfermagem**: As contribuições para enfermagem vão desde a demonstração de estratégia para criação e manutençãode vínculos entre enfermeiros e comunidade aoaumento da satisfação com o serviço prestado por esses profissionais e melhorar nas condições de saúde das pacientes que assim necessitaram de menores intervenções.
Referências: 1. Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Bacal F, Ferraz AS, Albuquerque D, Rodrigues D, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica - 2012. Arq Bras Cardiol. 2012: 98(1 supl. 1): 1-33.
2. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n. 358, de 15 outubro 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. Rio de Janeiro: COFEN; 2009.
3. NANDA Internacional. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e
classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015.
4. Tavares DMS, Martins NPF, Dias FA, Diniz MA. Qualidade de vida de idosos com e sem hipertensão arterial. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2011 [citado em 19 ago 2017] 13(2):2118. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5216/ree.v13i2.10876. Ministério da Saúde [Internet].
5. Lira LN, Santos SSC, Vidal DAS, Gautério DP, Barlem, GT, Piexak DR. Nursing
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