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6646257 | O PRECEPTOR NA RESIDÊNCIA EM TERAPIA INTENSIVA: COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Fábio Santos Santana ; Simone Teixeira da Luz Costa ; Murilo Dias da Silva ; Charles Bruno Mendes Bulhões |
Resumo: **INTRODUÇÃO:** Este relato trata da experiência em desenvolver atividades de preceptoria em um curso de Residência em Enfermagem de Terapia Intensiva na cidade de Salvador, no Estado da Bahia. Esse curso é fruto de uma parceria entre o Hospital Cidade e a Escola de Enfermagem da UFBA, para desenvolver o Programa de Residência de Enfermagem em Terapia Intensiva. A residência de Enfermagem é uma modalidade de ensino em nível de pós-graduação _“Lato Sensu”_, centrada em treinamento em serviço, no qual o aluno desenvolve habilidades e competências para atuar em uma área específica de conhecimento, desenvolvendo atividades assistenciais, gerenciais e de pesquisa. Diante da característica iminentemente prática dessa modalidade faz-se necessário a preceptoria para acompanhar e orientar os residentes no desenvolvimento e articulação dos conhecimentos teórico-práticos. A relevância surge diante da expectativa de proporcionar ao residente de enfermagem uma formação que lhe permita ser um profissional competente tanto na dimensão prática quanto na científica, qualificando-o para atuar como enfermeiro habilitado em terapias intensivas. Tendo em vista o perfil de paciente Na UCI a preocupação é crucial, visando à dinamicidade, em virtude do estado grave dos pacientes internados. Isto exige dos profissionais de enfermagem o desenvolvimento de atividades assistenciais complexas [4]. Segundo Berardinelli [1] “o profissional estará mais apto a desenvolver o seu papel com educador em saúde quanto maior for sua bagagem de conhecimento teórico e de experiência, além do domínio de habilidades pedagógicas para operacionalizar o ensino. Nesse contexto, identifiquei a necessidade de conhecer as técnicas didático-pedagógicas que poderão facilitar a prática da preceptoria de modo a qualificar a formação dos residentes, transformando, assim, o saber e o agir no cuidado e no cuidar em enfermagem, no contexto de competências o Projeto do Coren - SP (2008) que descreve as principais competências do profissional Enfermeiro que são: Liderança, Comunicação, Tomada de decisão, Negociação, Trabalho em equipe, Relacionamento interpessoal, Flexibilidade, Empreendedorismo, Criatividade, Visão Sistêmica e Planejamento e Organização. **OBJETIVO:** Investigar as competências do preceptor para a prática formativa do profissional enfermeiro que atua na Residência em Unidade de Terapia Intensiva. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA:** Trata-se de um estudo descritivo, como relato de experiência vivenciado por uma preceptora do Programa de Residência Em Terapia Intensiva. Desenvolvida em uma instituição hospitalar privada na Cidade de Salvador – Bahia, e que disponibiliza de uma UCI como campo prático deste programa onde os residentes de Enfermagem em Unidade Terapia Intensiva atuam sob a supervisão direta dos 22 Preceptores atuantes. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista semi-estruturada dirigida aos enfermeiros preceptores. A participação dos sujeitos se fez após a assinatura do TCLE. Esta pesquisa foi aprovada pelo CEP, pela Plataforma Brasil, em 20 de abril de 2016, sob o número de Parecer: 1.510.083.Os dados qualitativos foram analisados por meio da análise de conteúdo descrita por Franco (2012). Com base nas questões de pesquisa, identifiquei dois núcleos temáticos, a partir dos quais analisamos os dados coletados: Competências do preceptor em enfermagem na Residência em Terapia Intensiva; Percepção dos preceptores em enfermagem na formação dos residentes em Terapia Intensiva. **RESULTADOS:** A partir do núcleo temático Competências do Preceptor em Enfermagem na Residência em Terapia Intensiva, identificamos três categorias ( Supervisão, Orientação e Ensino). Nesse aspecto, a atividade da preceptoria no campo prático é desenvolvida constantemente no acompanhamento, supervisão, orientação, ensino, com intuito de desenvolver habilidades e competências específicas do cuidar na enfermagem no Cuidado Intensivo, tendo em vista o perfil de clientes admitidos na Unidade de Cuidados Intensivos, pois estes, necessitam de cuidados de natureza crítica. A partir do núcleo temático Percepção dos Preceptores em enfermagem na formação dos residentes em Terapia Intensiva, emergiram três categorias (necessidade de formação didático pedagógica, características do preceptor e docência na preceptoria). A preceptoria em saúde requer, além de competência técnica, competências provenientes do campo da pedagogia e didática, para a qualificação do processo de formação em saúde. No que se refere à categoria “Características do Preceptor”, destaca-se a percepção dos preceptores enquanto profissionais formativos e educadores, no intuito de qualificar este processo de formação e construção de conhecimentos dos residentes. No aspecto da discussão sobre a categoria “Docência na preceptoria”, destaca-se a percepção dos preceptores enquanto profissionais educativos e formativos que participam do processo de ensino-aprendizagem no campo prático. **CONCLUSÃO:** Atividade da preceptoria é desenvolvida a todo tempo com objetivos formativos e educativos, tendo em vista que o preceptor é o profissional experiente, habilitado tecnicamente e cientificamente. Na prática, os preceptores de enfermagem se percebem como profissionais formativos que desenvolvem cuidados de uma forma sistematizada, porém, sem domínio de técnicas didático-pedagógicas, e estas são identificadas como dificuldade para atuação no processo de ensino-aprendizagem. No aspecto da docência na preceptoria, enquanto percepção dos preceptores de enfermagem, nota-se que estes se reconhecem, a todo o momento, como docentes, mesmo que esse conceito esteja corrompido, tendo em vista os autores citados que descrevem que o ensino preceptoral é desenvolvido pela educação não formal. **IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM:** Nesse contexto, acredito que há um significado em ser preceptor para além do exercício da prática no campo, como simples execução da técnica na qual o residente pode ser um expectador ou executor das tarefas delegadas. Acredito que o preceptor seja o articulador estratégico entre o mundo da escola e o mundo do trabalho e que constrói com ele uma assistência cientificamente fundamentada. Faz-se necessário que os olhares públicos se curvem para valorização, credibilidade e investimentos no processo educativo de formação de preceptores de enfermagem no que tange às ações didáticas e pedagógicas que qualificarão a formação dos residentes.
Referências: 1. Alencar, S. C. S.; Lacerda, M. R.; Centa, M. L. Finitude Humana e Enfermagem: Reflexões Sobre o (Des) Cuidado Integral e Humanizado ao Paciente e Seus Familiares Durante o Processo de Morrer. Família, Saúde e Desenvolvimento, Curitiba; n. 7, v. 2, p. 171-180, 2005. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd173/equipe-de-enfermagem-frente-ao-morrer.html. Acesso em: 30 de outubro de 2017 ás 19:40h.
2.Santana; et al.Preparando o corpo: respeito e ética no momento do fim da vida. Enfermagem Brasil . jan/fev2011, Vol. 10 Issue 1, p32-38. 7p.
3.Freitas, Maílle Nandale da Silva. Cuidados de Enfermagem no Preparo do Corpo Pós-Morte 2011. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/cuidados-de-enfermagem-no-preparo-do-corpo-pos-morte/77818. Acesso em: 8 de novembro de 2017 ás 21:36h.
4.Silva, R.S.; Campos, A.E.R.; Pereira, A. Cuidando do paciente no processo de morte na Unidade de Terapia Intensiva. Revista Escola Enfermagem, v.45, n.3, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342011000300027.Acesso em: 23de outubro de 2017 às 20:20h.
5.Kunhn, T.; Lazzari, D.D.; Jung, W.. Vivências e sentimentos de profissionais de enfermagem nos cuidados ao paciente sem vida.Revista Brasileira Enfermagem, v.64, n.6, 2011.Disponível:http: //www.scielo.br/scielo. php? script= sci_arttext&pid=S0034-71672011000600013. Acesso em: 6 de novembro de 2017 às 22:00h. |