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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6601795

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6601795

OFICINAS DIALÓGICAS COM DISCENTES DE ENFERMAGEM ACERCA DA PERCEPÇÃO SOBRE ENSINO DA LIDERANÇA

Autores:
Patrícia Alves Galhardo Varanda ; Magda Ferreira Cerqueira ; Camila Dourado Reis ; Simone Coelho Amestoy

Resumo:
**Introdução:** a liderança caracteriza-se como uma competência capaz de influenciar as pessoas a atuarem de modo coerente e profissional em busca de objetivos compartilhados. A formação superior em enfermagem vem sendo discutida ao longo dos últimos anos com o intuito de responder aos desafios de formar profissionais competentes para trabalhar a níveis assistenciais e gerenciais em saúde. Vale também destacar a importância das Diretrizes Curriculares do curso de Graduação em Enfermagem de 2001, diante da ocorrência de necessárias transformações no ensino de enfermagem, em virtude desta ser baseada em competências do enfermeiro, a exemplo da liderança, comunicação, gerenciamento, educação permanente entre outras1, sendo essenciais durante o processo de aprendizagem dos discentes tanto no que diz respeito ao preparo na formação acadêmica, como para a inserção no mercado de trabalho, por meio de capacitação para o exercício profissional de forma crítica e reflexiva. Contudo no contexto das instituições de saúde, devido às exigências e necessidade de mudanças frequentes, a capacidade do líder em ser participativo, comunicativo, articulador, dentre outras, consistem em estratégias base, para gerar resultados positivos aos profissionais, articulação adequada entre os membros da equipe, sensibilizando-os quanto a sua importância e centralizando o foco do trabalho no gerenciamento da qualidade do cuidado. Dessa forma, cabe ao enfermeiro desenvolver constantemente habilidades relacionais como liderança, devido à grande relevância desta competência frente a sua equipe, além de compor atitudes necessárias na influência do processo gerencial e assistencial. Adotou-se os preceitos teóricos de Paulo Freire, acerca do diálogo, com vistas a fundamentar o estudo. **Objetivos**: objetivou-se conhecer o entendimento dos discentes de enfermagem, de uma universidade pública, sobre o ensino da liderança e identificar estratégias que possibilitem a contribuição com o ensino de liderança na graduação do curso de enfermagem. **Descrição Metodológica**: trata-se de um estudo qualitativo, do tipo descritivo e exploratório, de atividades inseridas em uma macropesquisa sobre o ensino da liderança diante da percepção docente e discente em uma Universidade pública no estado da Bahia, sob aprovação do Comitê de Ética, mediante protocolo de número 1.479.217. A coleta de dados ocorreu por meio de oficinas dialógicas nas quais participaram discentes do oitavo semestre em períodos diferentes entre os meses de junho a dezembro de 2017. Os dados foram analisados conforme análise temática. **Resultados**: As oficinas foram previamente agendadas com os participantes, por meio do contato e confirmação da disponibilidade quanto ao dia e local em que foram realizadas com duração prevista de 50 minutos; ocorreram em uma sala de aula da Escola de Enfermagem, no intuito de que os mesmos expressassem suas perspectivas e percepções acerca da temática. As oficinas contaram com a participação de 36 pessoas, dentre estes: 15 alunos em cada encontro com as pesquisadoras, a orientadora, que conduziu a realização da atividade e duas alunas do programa de pós-graduação _stricto sensu,_ participantes de pesquisa em liderança e graduandas inseridas na iniciação científica. As questões sobre trabalho em grupo, resolução de conflitos e estratégias adotadas para desenvolvimento desta competência durante a graduação, emergiram nos depoimentos dos discentes acerca da importância do papel do líder na relação coma equipe. Como foi evidenciada, em alguns momentos pelos participantes, com surgimento da palavra relação interpessoal, a mesma aparece mostrando a necessidade de existir direcionamento adequado quanto a liderança, para proporcionar um bom convívio no ambiente de trabalho; como também, a importância do enfermeiro em cooperar com o grupo de técnicos em enfermagem para obter resultados positivos no processo de trabalho. As mesmas questões foram relacionadas a vivência na universidade, onde o grupo expôs que existe dificuldade acerca do gerenciamento de conflitos durante realização de atividade em grupos, o que impactando nas relações interpessoais. No segundo encontro o objetivo foi associar frases de Paulo Freire com as vivências na universidade e em prática de estágios, devido fundamentar nessa investigação o referencial teórico de Freire. Desta forma, emergiram também discussões sobre a relevância do diálogo, emergindo relatos dos grupos quanto a importância em saber ouvir e estarem abertos para a comunicação por meio do diálogo, para resolução de problemas e no processo do cuidado e vínculo ao paciente no ambiente de saúde. Os discentes relataram que a formação em enfermeira (o) líderes na universidade não é suficiente; destarte esta experiência será adquirida na prática em serviços de saúde. Reconheceram que o conhecimento é um processo de escala e que cada indivíduo tem suas limitações de aprendizagem. Os alunos explanaram também fragilidades do ensino da liderança na academia e no seu conteúdo programático dos componentes curriculares de maneira transversal, de forma que precisam atuar com mais autonomia nos estágios curriculares nas unidades de saúde. No entanto os participantes acreditam que algumas atividades realizadas durante o processo da graduação possam potencializar o desenvolvimento da competência da liderança. **Conclusão**: O enfermeiro líder poderá buscar como um instrumento de apoio, o diálogo e a empatia, pois ambos podem contribuir na resolução de conflitos na equipe de enfermagem e para resolução de problemas. Neste sentido, é essencial que este profissional desenvolva atitudes e habilidades que contribuam no gerenciamento de conflitos, reconhecendo maneiras de solucioná-los de forma positiva, colaborando para um ambiente laboral equilibrado. Sendo essencial a construção dessas habilidades e estratégias durante a graduação em enfermagem para que na prática o profissional seja capaz de aplicar a competência quando necessário. Nesse sentido, a busca de métodos que possibilite potencializar o ensino da liderança na graduação de enfermagem adicionara esforço para sanar as lacunas existentes da temática na formação acadêmica, possibilitando aos discentes uma aproximação com o assunto, e o desenvolvimento de capacidades essenciais para o exercício da profissão, afim de alcançar metas e sobretudo que corrobore o fortalecimento do cuidado em enfermagem.  Cabe destacar que os discentes se sentem motivados em tornarem-se bons líderes dentro do ambiente de trabalho, mostrando estarem preocupados em atingir um bom relacionamento interpessoal com sua equipe, em se desenvolverem profissionalmente na tentativa de alcançarem os objetivos em comum a todos. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **assim a realização de oficinas dialógicas com os discentes oportunizou em contribuir com diálogos de forma crítica e reflexiva, com a integração e motivação entre todos ao debater sobre a importância da liderança no cenário da enfermagem, oportunizou compreender as percepções dos alunos. Sensibilizou estimular os acadêmicos a leitura de artigos científicos sobre a temática de liderança, viabilizou aproximar e a compreender o referencial de Paulo Freire na qual baseia a investigação. Além de favorecer e potencializar o entendimento dos discentes no contexto de liderança, para que assim iniciem o desenvolvimento de novas aptidões e o aperfeiçoamento para enfrentarem o mundo do trabalho, na tomada de decisões e resolução de conflitos.


Referências:
1 COFEN – Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN-358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: < http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html >. Acesso em: 03/03/2018. 2 Salgado, Patricia Oliveira; et al. Identificação e Mapeamento das Ações de Enfermagem Prescritas para Pacientes Internados em uma UTI de Adultos. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasilia – DF, v. 65, n. 2, p. 291-296. Disponível em: . acesso em: 03/03/2018. 3 Johnson M, et al. Ligações NANDA - NOC - NIC condições clínicas suporte ao raciocínio e assistência de qualidade. 3.ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2012.