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6571413 | DIAGNOSTICOS REAIS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDIACA ATENDIDOS NA SERVIÇO DE EMERGÊNCIA | Autores: Jaqueline Cristina Costa Rossetto |
Resumo: INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca é uma síndrome crônica e progressiva
evidenciada por um conjunto de sinais e sintomas, que envolve congestão
pulmonar e sistêmica. Atualmente a insuficiência cardíaca é considerada um dos
maiores problemas de saúde pública em todo o mundo e a causa mais comum de
internações e readmissões hospitalares em pessoas com idade acima de 65 anos,
gerando um alto custo para o sistema de saúde (1-4). Pertencendo ao grupo de
doença cardiovasculares, a insuficiência cardíaca apresenta-se como a
principal causa de morbimortalidade no contexto internacional em países
desenvolvidos ou em desenvolvimento (1).A Sistematização da Assistência de
Enfermagem é um instrumento tecnológico do cuidado e serve para a orientação
da sequência do raciocínio clínico na prática assistencial orientando o
cuidado direto e a documentação da evolução do paciente diante da avaliação e
intervenção profissional, visando garantir maior segurança ao paciente,
autonomia ao profissional e melhor qualidade da assistência. No Brasil,
determinada pelo Conselho Federal de Enfermagem, por meio da Resolução
nº358/2009, a aplicação da Sistematização da Assistência como atividade
privativa do enfermeiro em todos os serviços de saúde, contribuindo dessa
forma para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação do paciente de
acordo com os princípios do Sistema único de Saúde (2). Um importante aspecto
a ser considerado neste processo, é a busca pela padronização da linguagem por
meio do Diagnóstico de Enfermagem, que desde o início na década de 70 vêm
sendo debatida e implementada com o desenvolvimento da Classificação
Diagnóstica da North American Nursing Diagnosis Association posteriormente
denominada North American Nursing Diagnosis Association Internacional. Nesse
sentido, aponta-se como questionamento para este estudo: Quais os principais
diagnósticos de enfermagem para o paciente com insuficiência cardíaca
atendidos em uma unidade de emergência? MÉTODO: Estudo de amostragem foi não
probabilística e conveniência que teve por objetivo investigar todas as
pessoas acessíveis que atenderam aos critérios de inclusão no período de
primeiro de abril a trinta de setembro de 2015. Os critérios de inclusão
foram: pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos, que deram entrada na
Emergência e internados com diagnóstico médico de Insuficiência Cardíaca ou de
comorbidade associada, de qualquer etiologia. Os critérios de exclusão foram:
gestantes, pacientes com Insuficiência Cardíaca após infarto agudo do
miocárdio nos três meses prévios a internação, com Insuficiência Cardíaca
secundária a um quadro de sepse, submetidos à cirurgia cardíaca de
revascularização do miocárdio nos 30 dias prévios à internação, com sequelas
cognitivas. A amostra da pesquisa constitui-se de 41 pacientes, internados na
emergência no período de estabelecido. A análise de dados foi dividida em duas
etapas principais. Na primeira, foram analisados os dados epidemiológicos.
RESULTADOS: Todos pacientes chegaram à emergência encaminhados por serviço de
atendimento pré-hospitalar ou acolhimento com classificação de risco. Durante
a investigação foram identificados quatro diagnósticos de maior prevalência:
estilo de vida sedentário 37 (90,2%), síndrome do idoso frágil 31 (75,6%),
intolerância à atividade 28 (68,2%), débito cardíaco diminuído 27(65,8%). São
descritos a seguir com as respectivas características definidoras e fatores
relacionados, de acordo com o registro durante o atendimento do paciente com
Insuficiência Cardíaca. Diagnóstico de Enfermagem (_Estilo de vida
sedentário_, características definidoras, Escolhe uma rotina diária sem
exercícios físicos; Verbaliza preferência por atividades com pouco exercício
físico; Fator Relacionado, Falta de treino para fazer o exercício físico);
Diagnóstico de Enfermagem (_Síndrome do idoso frágil_, características
definidoras, Deambulação prejudicada, débito cardíaco diminuído, déficit para
autocuidado para banho, higiene intima, alimentação, intolerância a atividade,
fator relacionado, Doença crônica, estilo de vida sedentário, hospitalização
prolongada, morar sozinho); Diagnóstico de Enfermagem (_Intolerância à_
_atividade, _características definidoras, Desconforto aos esforços; Dispneia
aos esforços; Relato de fadiga; Relato de fraqueza; fator relacionado,
Desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio; Estilo de vida sedentário;
Repouso no leito); Diagnóstico de Enfermagem (_Débito cardíaco diminuído_,
características definidoras, Ansiedade; Inquietação; Ortopnéia; Dispneia;
Edema; Estase da veia jugular; fator relacionado, Frequência cardíaca
alterada; Ritmo alterado; Pós- carga alterada; Pré-carga alterada). DISCUSSÃO:
O serviço de emergência é o local ideal para estabilização inicial e definição
de tratamentos definitivos, visto que em condições cardiovasculares são tempo-
dependente. A disponibilidade de emergências cardiológicas ainda é pequena,
sendo a maioria dos pacientes atendidos em emergências gerais. O enfermeiro
possui função fundamental no manejo do paciente com IC atendido na emergência,
sendo um dos principais responsáveis pela orientação terapêutica visando
adesão ao tratamento medicamentoso e não-farmacológico. Os diagnósticos de
enfermagem estilo de vida sedentário definido como: hábito de vida
caracterizado por nível de atividade física baixo, relacionado à falta de
condicionamento físico, interesse insuficiente e inaptidão para prática diária
de exercícios e intolerância a atividade, entendida por energia fisiológica ou
psicológica insuficiente para suportar ou completar as atividades diárias
requeridas ou desejada, estão interligados por apresentarem características
complementares. Quando questionados sobre a prática de atividade física, 90,2%
dos pacientes referiram que não tinham o hábito, pois apresentavam algum grau
de dificuldade para completá-las, fato que ocorre porque os pacientes com
Insuficiência Cardíaca podem apresentar algum desconforto respiratório,
fadiga, palpitações ao praticarem atividade física, fator que diminui a
qualidade de vida desses pacientes. Esses desconfortos surgem devido à
incapacidade de o coração manter o débito cardíaco para satisfazer as
necessidades teciduais de oxigênio e a redução do fluxo sanguíneo (5). A
síndrome do idoso frágil, presente em 75,6% dos pacientes, é um novo
diagnóstico de enfermagem com foco no problema, sendo conceituado como: estado
dinâmico instável de equilíbrio causador de moléstia na pessoa idosa que passa
por deterioração em domínio de saúde que leva a aumento da suscetibilidade de
efeitos adversos de saúde, principalmente a incapacidade. O aumento do
envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que ocorre devido a
interação das taxas de mortalidade e fecundidade ao longo dos anos. Até 2025 a
América Latina será destaque no contexto mundial, pois concentrará 40% das
pessoas com 60 anos ou mais (4). No Brasil em 2012 os idosos correspondiam a
10,2% da população, em Santa Catarina 10,5%. O diagnóstico de enfermagem baixo
débito cardíaco possui por definição: capacidade reduzida do coração em
atender as demandas metabólicas corporais pela diminuição do bombeamento de
sangue(4), definido por alteração de ritmo e frequência, edema, distensão de
veia jugular, alteração da pressão sanguínea, coloração da pele alterada.
Identificar precocemente estes sinais de descompensação da insuficiência
cardíaca e executar seu correto monitoramento no decorrer da internação
hospitalar permitirá ao enfermeiro da unidade de emergência uma análise do
cuidado prestado ao paciente e o curso da doença (5). CONCLUSÃO: Pacientes
com Insuficiência cardíaca atendidos no serviço de emergência necessitam de
cuidados específicos. Os sinais e sintomas da descompensação foram a base para
identificar os principais diagnósticos de enfermagem com foco no problema. O
conhecimento obtido oferece subsídios ao enfermeiro que possui importante
papel como educador de saúde em todos os níveis de atenção, favorecendo a
melhora da qualidade de vida e adesão terapêutica desses pacientes evitando
novas ocorrências de descompensação.
Referências: 1. Nogueira JWS, Rodrigues MCS. Comunicação efetiva no trabalho em equipe em saúde: desafio para a segurança do paciente. Cogitare Enferm, [Internet]. 2015[acesso em 2018 fev 15]; 3(20): 636-640. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/40016/26245.
2. Alcalá Pompeo D, Rossi LA, Galvão CM. Revisão integrativa: etapa inicial do processo de validação de diagnóstico de enfermagem. Acta Paulista de Enfermagem [Internet]. 2009; 22(4): 434-438. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=307023838014
3. Baggio MA, Erdmann AL, Sasso GTMD. Cuidado humano e tecnologia na enfermagem contemporânea e complexa. Texto contexto - enferm. [Internet]. 2010 [acesso em 2018 Fev 15]; 19( 2 ): 378-385. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072010000200021&lng=pt. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072010000200021. |