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6545839 | O CONHECIMENTO DOS PACIENTES HOSPITALIZADOS COM DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA | Autores: Nádia Chiodelli Salum ; Liziane Conceição Goulart Boff ; Rosângela Helena da Silva ; Tatiana Martins ; Melissa Orlandi Honório Locks |
Resumo: O CONHECIMENTO DOS PACIENTES HOSPITALIZADOS COM DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA
PERIFÉRICA
**Introdução:** A Doença Arterial Obstrutiva Periférica consiste no estreitamento da luz das artérias que irrigam os membros inferiores, ocasionando uma redução do fluxo sanguíneo aos tecidos. Essa patologia caracteriza-se como multifatorial e tem como principal causa à doença aterosclerótica1. Embora tal doença comprometa diretamente os membros inferiores, pesquisas realizadas apontam que a mesma está fortemente associada a eventos cardiovasculares e cerebrovasculares, sendo considerado um alerta na prevenção de tais eventos2. Embora o seu diagnóstico clínico possa ser realizado através do levantamento dos fatores de risco, dos sinais e sintomas descritos pelo paciente e da utilização de um método simples e eficiente representado pelo índice tornozelo-braço, a DAOP continua subdiagnosticada. Somado a essa problemática se o portador dessa doença, não for bem orientado quanto à cronicidade, os fatores de risco e da necessidade de mudanças nos hábitos de vida, é possível que ocorra um agravamento de sua condição de saúde com o decurso do tempo. **Objetivo**: identificar o conhecimento do paciente hospitalizado, familiar e/ou cuidador acerca da doença e sobre as necessidades de cuidado no domicílio. **Descrição metodológica**: Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório-descritivo, realizado na Unidade de Clínica Cirúrgica de um Hospital Universitário do sul do país. O estudo teve como sujeitos 13 pacientes internados submetidos ao tratamento clínico e/ou cirúrgico convencional ou endovascular por diagnóstico de DAOP. A amostra foi selecionada através do censo dos pacientes que é impresso diariamente na unidade, sendo incluídos para o estudo: pacientes maiores de dezoito anos; de ambos os sexos; com diagnóstico de DAOP; orientados em tempo e espaço ou não, desde que o segundo esteja acompanhado de familiar e esse tenha conhecimento acerca da história de vida do paciente e autorize sua participação na pesquisa. O Critério de exclusão foi definido como: pacientes portadores de DAOP, porém internados para tratamento de outra comorbidade. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, realizadas entre outubro a novembro de 2016, utilizando um roteiro semiestruturado que perpassa dois momentos. No primeiro, os pacientes foram questionados acerca de seus hábitos de vida, bem como a sua evolução. O segundo momento contemplou pontos como o conhecimento do paciente acerca da doença, o retorno ao domicilio e, ainda, a adesão ao tratamento proposto. A organização dos dados foi realizada conforme as seguintes etapas: ordenação dos dados, onde foram realizadas as transcrições das entrevistas, com releitura do material e organização dos relatos; classificação dos dados, apreensão das estruturas relevantes das ideias centrais, formação das categorias temáticas, leitura transversal do material e análise final3. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética da UFSC (CEP/UFSC), sendo aprovado pelo parecer n. 1.744.247 do CEP/UFSC**. Resultados**: Os dados apontam para uma deficiência quanto ao processo de educação em saúde nas três esferas de assistência a saúde. Embora os pacientes internados para o tratamento da doença apresentassem, em sua maioria, as formas mais graves da doença, desconhecem o seu diagnóstico e demonstram inabilidade quanto ao manejo de sua condição crônica, tais como: _Diabetes Mellitus_ e hipertensão arterial sistêmica. Compreendem a doença como algo passageiro e de início súbito, não estando, portanto, conscientes quanto a sua condição enquanto doente crônico. Entretanto, reconhecem a necessidade de mudanças de hábitos em sua vida, e tem a família como rede de apoio, mostrando falhas no sistema de atenção a saúde. Verificou-se que os pacientes diagnosticados com DAOP possuem pouco conhecimento acerca do seu diagnóstico e dos fatores de risco para o desenvolvimento e evolução da doença. Fato, tal, que contribui para o agravamento de sua condição de saúde, podendo ocasionar, em casos mais graves, mutilações e óbitos. Foi visto, ainda, que o processo de educação em saúde tem sido uma atividade de pouco prestígio entre os profissionais da área, pois alguns pacientes relataram desconhecer completamente o seu diagnóstico. Entretanto, a tecnologia em saúde pode e deve ser utilizada com objetivo de facilitar o processo de educação em saúde e quando bem aplicada excelentes resultados são alcançados, sobretudo no que tange ao preparo do paciente para alta hospitalar. O fato é que independente do caminho a ser seguido, faz-se necessário uma reflexão acerca de como o processo de educação em saúde vem sendo realizado entre as três esferas de assistência a saúde, pois entende-se que a promoção da saúde e a manutenção do bem-estar do paciente encontram-se diretamente relacionadas a conscientização dos fenômenos que precederam o seu adoecimento, assim como das medidas necessárias para o defronte da doença. **Conclusão:** Dessa forma, observou-se que a compreensão do paciente quanto à cronicidade de seu diagnóstico, a compreensão dos fatores de risco para o surgimento da doença, bem como a presença de uma rede de apoio social eficiente apresentam-se como elementos determinantes no êxito e na adesão a terapêutica prescrita. **Contribuições/Implicações para a enfermagem**: Os resultados desse estudo apontam para a necessidade da realização de um melhor planejamento para alta hospitalar de pacientes com DAOP, de modo que o processo de educação em saúde perpasse por todas as etapas da internação hospitalar, tendo seu início no acolhimento do paciente e sua finitude através da contrareferência. Visualizar o paciente em sua integralidade e propor uma terapêutica holística e individualizada configura-se como uma necessidade dentro do setor saúde.
**Descritores: **Educação em saúde. Doença arterial periférica. Alta do Paciente.
**Referências: **
1- Nunes FGF et al. Índice Tornozelo-Braquial em Pacientes de Alto Risco
Cardiovascular. Revista Brasileira de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 25, n.
2, p. 94-101, 2012. Disponível em: <>. Acesso em: 23 jun. 2016.
2- Neto S S, Nascimento, JLM. Doença arterial obstrutiva periférica: novas
perspectivas de fatores de risco. Revista Paraene de Medicina, Belém, v. 21,
n. 2, p. 35-39, 2007. Disponível em:
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Acesso em: 3 jul. 2011.
3- Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12.
ed. São Paulo: Hucitec, 2010. Ministério da Saúde. Datasus. Informações em
Saúde. Morbidade e informações epidemiológicas. Disponível em: <
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**TEMA 2: Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem**
Referências: 1. Suhre PB. Sistematização da Assistência de Enfermagem: Gestantes em uma Unidade Básica de Saúde Vale do Taquari [Trabalho de conclusão de curso]. Taquari: Centro Universitário Univates; 2015. [Acesso em: 23 nov. 2017]. Disponível em: http://hdl.handle.net/10737/1191.
2. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução N° 358 de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem e dá outras providências. [Internet] Brasilia, DF: Conselho Federal de Enfermagem; 2009 [citado 16 fev 2018]. X p. Disponível em: http://novo.portalcofen.gov. br/resoluo-cofen-3582009_4384.html
3. Krauzer IM, Adamy EK, Ascari RA, Ferraz L, Trindade LL, Neiss M. Sistematização da Assistência de Enfermagem na atenção básica: o que dizem os enfermeiros? Rev. Ciencia y Enfermeria [Internet]. 2015 [citado em 26 fev 2018]; 21(2): 31–38. Disponível em: https://scielo.conicyt.cl/pdf/cienf/v21n2/art_04.pdf
4. Garcia TR, Nóbrega MML. Sistematização da assistência de enfermagem: há acordo sobre o conceito? Rev. Eletrônica de Enfermagem [Internet]. 2009 [citado em 01 mar 2018]; 11(2): 233. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n2/v11n2a01.htm. |