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6526941 | AS ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PRÉ-NATAL COMO CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO PARA O EMPODERAMENTO DA GESTANTE | Autores: Mara Julyete Arraes Jardim ; Andressa Arraes Silva ; Lena Maria Barros Fonseca |
Resumo: **INTRODUÇÃO: **O enfermeiro, como integrante da equipe da atenção básica, possui um papel fundamental na construção do empoderamento da gestante durante o pré-natal, devendo agir como um facilitador, proporcionando às mulheres o acesso às informações e a oportunidade de participação nas decisões sobre o seu próprio corpo. Durante todo o processo de parturição, é possível que a mulher tenha a expectativa de receber informações sobre o que acontece com ela, com seu bebê e sobre o modo de sua participação nesse evento. Portanto, o enfermeiro tem obrigação ética e legal de oferecer-lhe esclarecimentos claros e completos sobre o cuidado, tratamentos e alternativas e de dar-lhe a oportunidade de participar das decisões com base nas informações recebidas. O enfermeiro deve reconhecer a gestante como alguém que possui vontades, desejos e necessidades, portanto, ele precisa proporcionar-lhe, ainda no pré-natal, o acesso às informações com as melhores evidências científicas para que o processo de decisão dessa mulher seja livre e verdadeiro. Diante disso, as ações educativas são fatores bastante relevantes, pois o acesso às informações adequadas proporciona confiança na relação profissional-gestante, tornando-a mais harmoniosa, reduzindo a subordinação e favorecendo o protagonismo das mulheres. Essas ações objetivam sanar as dúvidas das gestantes e esclarecer direitos, valorizando a integralidade da assistência e encorajando a mulher durante o pré-natal a atuar como peça-chave do evento de parturição. As estratégias educativas na assistência, especialmente na consulta do pré-natal, permitem o envolvimento da mulher no processo do cuidado, favorecendo o seu empoderamento para a tomada de decisão. **OBJETIVO:** Compreender as contribuições do enfermeiro no pré-natal para o incentivo ao empoderamento feminino no processo de parturição natural, sob a ótica da gestante. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA:** Trata-se de um estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa, no período de agosto a outubro de 2016, com dezoito gestantes que estavam sendo acompanhadas pelo enfermeiro no pré-natal em uma unidade saúde da família de São Luís – MA. Para captação dos dados utilizou-se a entrevista semiestruturada. Os resultados foram organizados utilizando-se da Análise de Conteúdo Temática e analisados com apoio da Teoria do _Empowerment_. O estudo obedeceu aos princípios da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Maranhão, sob o parecer número 1.625.950, deu-se início a etapa de coleta de dados. **RESULTADOS:** Embora algumas gestantes do estudo estivessem sendo acompanhadas por outros profissionais no pré-natal, todas estavam realizando as consultas de enfermagem. Sobre as orientações recebidas pelos enfermeiros, as depoentes citaram o incentivo ao aleitamento materno e à alimentação saudável, explicações sobre exames de rotina e imunização, local de parto, a importância do parto normal e as informações sobre exercícios e posições para o trabalho de parto. Entretanto, observou-se que, embora as falas das gestantes retratassem as orientações repassadas pelo enfermeiro durante as consultas de pré-natal e fizessem parte de uma atenção qualificada, as práticas apresentaram-se fragmentadas e isoladas, apresentando-se insuficientes para o exercício da autonomia feminina durante o processo de parturição natural. Sobre o modo que essas informações eram transmitidas às gestantes, colocou-se em pauta a participação das mesmas em atividades de grupo durante o pré-natal e a atuação do profissional responsável por essa iniciativa. Apenas quatro gestantes afirmaram terem participado deste tipo de atividade, logo, observa-se a urgente necessidade de implantação de espaços de discussão que proporcionem vivências mais benéficas e qualitativas para a promoção da saúde materna. Outras formas de realização do trabalho educativo que facilitam a fala e a troca de experiências entre as gestantes, como as dramatizações, oficinas, jogos e outras dinâmicas, não foram constatadas nas ações de pré-natal da unidade em questão. Ainda a respeito das estratégias de educação em saúde, as entrevistadas foram unânimes ao responder que não receberam nenhuma visita no domicílio durante a gestação, esses resultados demonstram a lacuna que ainda existe na assistência gravídica puerperal, uma vez que a visita domiciliar caracteriza-se como uma das ações que propõem orientar, educar, reabilitar e fornecer subsídios para que as mulheres atendidas tenham a capacidade de autonomia e corresponsabilidade no cuidado à sua saúde. As estratégias educativas como a organização de grupos de apoio e a realização de visitas domiciliares na gestação, devem estimular as mulheres a participarem das discussões, fomentando a aquisição e formação de hábitos para a prática do empoderamento. **CONCLUSÃO:** As orientações fornecidas pelo enfermeiro à gestante durante o pré-natal fizeram alusão ao incentivo para o parto normal, à amamentação, ao esclarecimento sobre a alimentação adequada para esse período, à realização de exames essenciais para o cuidado gestacional e à importância das consultas do pré-natal. Todavia, não se evidencia com clareza que as gestantes se utilizaram das informações disponíveis para alcançar o empoderamento no parto, refletindo em suas falas a ausência de um diálogo com o profissional, baseado em evidências científicas e em reflexões a respeito do seu protagonismo. Pode-se concluir que esta contribuição é tímida, modesta e, muitas vezes, focada apenas no conhecimento tecnicista, esquecendo-se de atender as necessidades psicológicas, emocionais e espirituais da mulher que está em processo de parturição. Nesse sentido, observa-se a importância da implantação de espaços de discussão no pré-natal como estratégia para a prática da educação em saúde, de modo que informações importantes possam ser discutidas entre a equipe multiprofissional e as gestantes. **CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **Acredita-se que o estudo tenha uma significativa contribuição tanto para os profissionais de saúde como para outras gestantes, sobre a importância do pré-natal no reforço do empoderamento, liberdade e cidadania feminina, para a satisfação de suas necessidades e, ainda, para a possível redução dos índices de violência no ciclo gravídico-puerperal.
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2. Zhou Y, Liu J, Cui Y, Zhu H, Lu Z. Moisture Chamber Vesus Lubrication for Corneal Protection in Critically ill Patients: A Meta-Analysis. Pub Med [periodicos na internet].2014; 33 (11) [acesso em: 20 de fev. 2018];1179-1185.Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25170579.
3. Esper RC, Rivera OIF, Medrano JADP, Pérez CAP, Maldonado RN, Castañeda AP, Hernández IJB, Zarazúa LR, Díaz MP. Protección ocular em los enfermos internados em la Unidad de Terapia Intesiva. Uma propuesta de mejora de calidad y seguridad. Rev Asoc Mex Med Crit y Ter Int [periódicos na internet]. 2016 ene-mar; 30 (1) [acesso em: 20 de fev. 2018];17-24. Disponível em:http://www.scielo.org.mx/scielo.php?pid=S018784332016000100004&script=sci_astract. |