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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6495112

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6495112

FATORES QUE DIFICULTAM A IMPLEMENTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Autores:
Fernanda Gomes da Silva ; Lisandra Alves da Silva ; Rejane Maria Paiva de Menezes ; Johny Carlos de Queiroz ; Edineide Gomes da Silva

Resumo:
**Introdução**: A Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma metodologia científica cada vez mais necessária a prática assistencial do enfermeiro, por conferir-lhes maior segurança e consequente melhoria da qualidade da assistência ao paciente, além de proporcionar autonomia aos profissionais de enfermagem1. Considerada um método que auxilia na organização e sistematização do cuidado, a Sistematização da Assistência de Enfermagem possui bases científicas, que fundamentam os fenômenos do processo saúde-doença e os cuidados de enfermagem direcionados as essas necessidades de saúdes dos indivíduos2.  A implementação desse método, está diretamente relacionada com o Processo de Enfermagem, que se baseia na investigação e tratamento das necessidades do indivíduo, a partir de atividades crítico-reflexivas ligadas à prática, onde o enfermeiro irá observar, planejar, implementar e avaliar suas ações, levando a uma maior segurança do paciente e uma maior independência do profissional, devido o embasamento teórico que tornam mais fidedignas as ações tomadas pelo enfermeiro3. O Processo de Enfermagem foi regulamentado através da Resolução de número 358 de 2009 do Conselho Federal de Enfermagem, que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a Implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorrem o cuidado profissional de Enfermagem4. Para que a Sistematização da Assistência de Enfermagem seja incorporada à prática dos enfermeiros e demais profissionais envolvidos, se faz necessário uma educação permanente, capacitando-os para a execução desse método em todas as unidades de internação e de atendimento em saúde. Devido à realidade atual da maioria das instituições hospitalares, nas quais visualizam-se a ausência da Sistematização da Assistência de Enfermagem, identificada na literatura, levantou-se o seguinte questionamento: quais dificuldades percebidas pelos enfermeiros, são como considerados empecilhos para a Sistematização da Assistência de Enfermagem em unidades de internação, de um Hospital Geral e de pronto atendimento?  As respostas a essa questão tornam-se necessárias, tendo em vista o contexto e as dificuldades existentes nos serviços de saúde, que impedem a obtenção de respostas propositivas por parte dos profissionais de enfermagem. No tangente a contribuição aos serviços de saúde, entende-se que alguns aspectos devam ser ressaltados, como por exemplo, a influência econômica, haja vista que os resultados poderão otimizar a assistência com benefícios ao paciente, além da diminuição dos custos gastos com insumos à Instituição, associados à redução de tempo de permanência dos pacientes no ambiente hospitalar2. Pressupõem-se então, que a não utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem pode ser resultado da inexistência de uma educação permanente nos serviços de assistência à saúde voltados para o tema em debate. **Objetivo**: Descrever os fatores que dificultam a implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem em um hospital público. **Descrição metodológica**: Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, com uma abordagem qualitativa, realizada no Hospital Geral no município de Mossoró, região do Trairi no Rio Grande do Norte. A população consta de 60 enfermeiros que atuam nas unidades de internação do referido hospital, que através de entrevistas em profundidade sobre o assunto, responderão sobre sua experiência em sistematização da assistência de enfermagem e as dificuldades que enfrentam para implementá-la na instituição. Definiu-se como critérios de inclusão os enfermeiros com experiência mínima de seis meses na instituição hospitalar que estejam atuando nas unidades de internação e como critérios de exclusão, àqueles que se encontram de atestado médico, licença gestante, licença prêmio ou férias, além daqueles que se recusarem a participar, assim a amostra final constituiu-se de 18 profissionais enfermeiros. A coleta de dados, ocorreu por meio de uma entrevista semiestruturada, com perguntas abertas subsidiadas por um roteiro norteador, previamente elaborado pelos pesquisadores e só foi iniciada após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.  Os dados foram analisados através da técnica de análise de conteúdo5. **Resultados**: Os enfermeiros destacaram a falta de interesse dos próprios enfermeiros, a escassez de recursos humanos e material, a não capacitação dos enfermeiros para atuar com a SAE, a sobrecarga de trabalho, a alta demanda de usuários que extrapola o limite de vagas na instituição hospitalar. Alguns deles, destacaram que setores como o Pronto Socorro, Unidade de Terapia Intensiva e Clínica Médica demandam uma rotina muito pesada em função de terem muitos usuários que requerem cuidados intensivos e que as dificuldades administrativas e estruturais, além da ausência de protocolos, são aspectos consideráveis quando se trata da não execução da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Um dos enfermeiros relatou a falta de apoio institucional, como grande empecilho para que o enfermeiro se disponha a trabalhar com a SAE, e acabam cumprindo com a rotina hospitalar imposta no seu dia a dia, fazendo o que eles consideram como prioridade. **Conclusão**: Percebe-se que a Sistematização da Assistência de Enfermagem não é uma prioridade no serviço e prioriza-se apenas cumprir com a rotina preestabelecida pela instituição hospitalar. Talvez se precise de uma mobilização para reforçar a valorização do trabalho do enfermeiro, das contribuições que podem trazer para a categoria de enfermagem, para a instituição hospitalar e a melhoria da qualidade da assistência aos usuários. Por outro lado, o apoio dos gestores certamente propiciará o suporte necessário para sua implantação, não só em termos técnico, mas também material de forma que possa assegurar aos profissionais a implantação da sistematização da assistência de enfermagem. **Contribuições/implicações para a Enfermagem**: A pesquisa deverá trazer contribuições significativas para a enfermagem, instituição hospitalar e principalmente para usuários e familiares com a melhoria da qualidade da assistência.


Referências:
1. Hinkle JL, Cheever KH. Manejo de clientes com distúrbios vasculares encefálicos. Brunner, Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 13ºed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2016. p.1975. 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Acidente Vascular cerebral. Brasília [base de dados na Internet]. MS, 2012-14. [acesso em 2017 ago 21] Disponível em: http:www.brasil.gov.br/saúde/2012/14/acidente-vascular-cerebral-avc. 3. Chaves MLF. Acidente vascular encefálico: conceituação e fatores de risco. Rev Bras Hipertens vol 7(4) [periódicos na internet]. 2000, out/dez. [acesso em 2017 ago 21]. Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/7-4/012.pdf. 4. Falcão IV, Carvalho EMF, Barreto KML, Lessa FJD, Leite VMM. Acidente vascular cerebral precoce: implicações para adultos em idade produtiva atendidos pelo Sistema Único de Saúde. Rev. Bras. sáude mater. infant; 4(1): 95-102, jan-marc. [periódicos na internet]. 2004. [acesso em 2017 ago 21].Disponível: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-38292004000100009.