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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6485448

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6485448

PREPARO DO CORPO PÓS-MORTE PELO ESTUDANDE DE ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPÊRIENCIA

Autores:
Andrielli de Oliveira Mendes

Resumo:
**PREPARO DO CORPO PÓS-MORTE PELO ESTUDANDE DE ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPÊRIENCIA** # Andrielli de Oliveira Mendes¹ ; _Suzana Curtinhas da Cunha_²; **Introdução:**O preparo do corpo pós-morte é um processo efetuado no paciente após a constatação de seu óbito. O ser humano precisa ter sua privacidade e intimidade respeitadas e tratadas com dignidade,inclusive nas situações pós-morte. Portanto, cabe aos profissionais da enfermagem o preparo, ou seja, os cuidados desse paciente após seu falecimento. Tal processo de preparação é rigoroso, já que há procedimentos e materiais específicos que devem ser utilizados. O sentimento que a maioria dos profissionais se depara diante da morte é o de sentir-se inútil ou impotente,além de ser uma preocupação pessoal, esse fato, faz parte do seu cotidiano.Muitos deles relatam sua impotência e frustração perante a imprevisibilidade do processo da morte. É como se nesses momentos estivessem diante da fragilidade de sua existência, recordando-se de seus limites e da possibilidade de viver a mesma situação de seus pacientes e de suas famílias1.Os profissionais de Enfermagem devem refletir e reconhecer a necessidade de apoiar os familiares nesse momento difícil e prestar todos os cuidados aos mesmos e também ao corpo sem vida2.A escolha do tema surgiu a partir de uma vivência no estágio do curso técnico de enfermagem,onde foi realizado o preparo do corpo de um cliente, vitima de traumatismo craniano.Assim sendo, o objetivo desse trabalho é relatar a experiência do preparo do corpo pós-morte.**Métodos:**Trata-se de um relato de experiência, realizado pela aluna do curso técnico de enfermagem do Sistema de Ensino Loide Martha (SELM) em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada na Baixada Fluminense no dia 22 de julho de 2017.**Analise e Resultados:**No dia do estágio, a docente separou uma aluna e a orientou para realização do preparo do corpo pós-morte. Instruiu-a que após a morte o paciente pode apresentar esfriamento do corpo, manchas generalizadas de coloração arroxeadas (conhecidas como livor cadavérico), relaxamento dos esfíncteres e rigidez cadavérica.O preparo do corpo tem como finalidades: manter o corpo limpo e identificado; evitar odores e saída de secreções; dispor o corpo em posição adequada antes de rigidez cadavérica3.O procedimento foi realizado dentro da sala vermelha em um paciente que já chegou na UPA em estado de óbito,sendo realizados todos os procedimentos do preparo do corpo pós-morte, sendo eles: observar o registro de constatação do óbito no prontuário; preencher a etiqueta do óbito contendo nome completo do paciente e assinatura do profissional; colar etiqueta com as identificações no tórax do mesmo;realizar a higienização das mãos;colocar todos os equipamentos de proteção individual (EPI);calçar luvas de procedimento; posicionar o corpo em decúbito dorsal com os braços dobrados sobre o abdome; realizar o tamponamento de todos os orifícios do paciente;colocar fralda para que não ocorrer escoamento de secreções; elevar discretamente a altura da cabeça;fixar mandíbula e membros superiores e inferiores com ataduras (os braços são amarrados no tórax); abaixar pálpebras;envolver o corpo no lençol;fixar etiqueta de identificação na parte externa do corpo envolvido; organizar a área próxima ao leito e descartar todos os equipamentos sujos; além de retirar as luvas e lavar as mãos após o termino do procedimento. Após isso,o maqueiro realizou para o transporte desse corpo até o necrotério,onde é mantido temporariamente.Voltando a sala vermelha foi realizada a evolução do procedimento no prontuário.O cuidar é uma prática inerente a condição humana, mesmo em vida ou após a morte, o cuidar é uma condição primordial do ser humano, do nascimento até a morte.Nessa perspectiva,espera-se que haja uma mudança de paradigma a partir da conscientização do profissional de enfermagem acerca do cuidado do corpo que um é fato imprescindível tanto ao longo da vida quanto após morte de um paciente.Cabe ressaltar as questões do cuidar e as práticas de assistência em saúde que parecem sofrer uma grande influência das tecnologias com apenas o intuito de curar, o que deve também se levar em conta à promoção do conforto, não somente físico, no entanto,emocional e espiritual4.**Conclusão:**Assim sendo, essa pesquisa procurou compreender de uma forma abrangente o trabalho do técnico de enfermagem com o preparo do corpo pós – morte.Para o profissional de saúde, esse processo é visto como pungente, violento, e que exige cautela em todos os procedimentos, desde o uso de materiais ao cuidado do corpo sem vida.Além do mais, é necessário que toda a equipe de enfermagem tenha também um preparo emocional e um comportamento adequado frente ao paciente que morre e ao familiar desse paciente.O próprio processo de aprendizagem em relação ao preparo do corpo sem vida deve ser continuo independente de ter sido iniciado ou não na formação acadêmica do profissional, a fim de prepará-lo emocionalmente quando o exercício diário assim o exigir.Para o profissional de enfermagem, o preparo do corpo morto é tido como agressivo, doloroso, penoso e muito violento.Independentemente de qualquer do profissional diante do momento da morte, o preparo do corpo do paciente que esteve sob seus cuidados, torna-se tarefa árdua e difícil.O corpo sem vida e submetido ao preparo pela equipe, que possuem rituais, com rotinas pré-estabelecidas, normalmente de acordo com a cultura da sociedade e rigor técnico.Em momento algum o corpo deve ser desrespeitado pela equipe5.É relevante mencionar que o técnico de enfermagem precisar prezar pela conduta ética profissional,ou seja,devem realizar um trabalho íntegro, com comprometimento, humildade e responsabilidade. Após a realização do preparo do corpo sem vida, percebe-se que não é uma preparação tão complexa. Contudo, é possível sentir sentimentos de angústia e de tristeza, sensações de desconforto e de estranheza,porque é uma atividade nova para o estagiário,que pela primeira vez tocará em um cadáver.Mas além dessas manifestações do pesar,o técnico de enfermagem também aprende a refletir sobre a vida e valorizar seus pacientes que ainda estão vivos. Portanto, esses profissionais passam a ter um olhar atencioso e ponderador sobre o exercício de sua profissão. **Bibliografias:** 1. Alencar, S. C. S.; LACERDA, M. R.; CENTA, M. L. Finitude Humana e Enfermagem: Reflexões Sobre o (Des) Cuidado Integral e Humanizado ao Paciente e Seus Familiares Durante o Processo de Morrer. **Família, Saúde e Desenvolvimento, Curitiba**; n. 7, v. 2, p. 171-180, 2005. Disponível em: . Acesso em: 30 de outubro de 2017 ás 19:40h. 2.Santana; et al.Preparando o corpo: respeito e ética no momento do fim da vida. **Enfermagem Brasil** . jan/fev2011, Vol. 10 Issue 1, p32-38. 7p. 3.Freitas,** **Maílle Nandale da Silva. ****Cuidados de Enfermagem no Preparo do Corpo Pós-Morte 2011**. ** Disponível em: . Acesso em: 8 de novembro de 2017 ás 21:36h. 4.Silva, R.S.; CAMPOS, A.E.R.; PEREIRA, A. Cuidando do paciente no processo de morte na Unidade de Terapia Intensiva. **Revista Escola Enfermagem**, v.45, n.3, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid;=S0080-62342011000300027.Acesso em: 23de outubro de 2017 às 20:20h. 5.Kunhn, T.; Lazzari, D.D.; Jung, W.. Vivências e sentimentos de profissionais de enfermagem nos cuidados ao paciente sem vida.**Revista Brasileira Enfermagem**, v.64, n.6, 2011.Disponível:http: //www.scielo.br/scielo. php? script= sci_arttext&pid;=S0034-71672011000600013.  Acesso em: 6 de novembro de 2017 às 22:00h.


Referências:
1. Pascoal LM. Diagnósticos de enfermagem respiratórios em crianças com infecção respiratória aguda: um estudo longitudinal. Fortaleza, 2011. 128f. Dissertação (mestrado). Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011. 2. Stefanelli MC, Fukuda IMK, Arantes EC. (orgs). Enfermagem psiquiátrica: em suas dimensões assistenciais. Barueri: Manole, 2008. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho nacional de Saúde. Comissão Nacional de ética em Pesquisa. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2012a. 4. Zanon C, Borsa JC, Bandeira DR, Hutz CS. The relationship between ruminative thought and facets of neuroticism. Estud. psicol. (Campinas), 2012 Apr/Jun v.29, n.2. 5. Avelar IA, Teixeira MRC. A assertividade como instrumento para o processo de liderança: uma análise dos seus reflexos no comportamento do líder. Revista Perquirere. 2014 Dez v. 11(2), p. 51-70.