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6461449 | IMPLEMENTAÇÃO DE CENÁRIOS DE BAIXA FIDELIDADE PARA O ENSINO SIMULADO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM | Autores: Andressa Américo Valvassori ; Lucas Correa Preis ; Karla Pickler Cunha ; Ranusia Talamini Garcia ; Greice Lessa |
Resumo: **Introdução: **A partir da instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de Graduação em Enfermagem no ano de 2001, as instituições de ensino buscaram adaptar seus projetos pedagógicos visando alcançar um perfil de egresso generalista, humanista, crítico e reflexivo e que atenda as competências de liderança, administração e gerenciamento, comunicação, tomada de decisão, educação permanente e atenção à saúde.1 O enfermeiro como um profissional responsável pelo cuidado à saúde enfrenta durante o seu processo de formação um grande número de dilemas éticos que comprometem uma formação integral e qualitativa. Desenvolver competências, habilidades técnicas e humanística quando se possui vidas humanas como instrumentos de estudos e de trabalho torna todo o processo de ensino-aprendizagem uma grande questão a ser enfrentado pelos centros de formação. Assim, o desafio de formar profissionais qualitativos e preparados a atenção integral a saúde da população para um ambiente e contexto de prática em constante mudança, muito exigentes na segurança e na qualidade dos cuidados tem sido tema frequente de publicações cientificas em contextos brasileiros e internacionais.2 Para atender a essas exigências, atualmente já criou-se metodologias de aprendizagem que buscam suprir as dificuldades com os dilemas éticos vivenciados, e entre elas encontra-se a Simulação Clínica que se constitui em uma metodologia que oferece aos estudantes a possibilidade de realizar de maneira segura e controlada, uma prática análoga a que desenvolverá na atuação profissional após finalizado seu processo de formação.3 Trata-se de uma pedagogia que utiliza uma ou mais estratégias para promover, melhorar ou validar conhecimentos dos participantes por meio da aprendizagem baseada na experiência. Tem sido frequentemente utilizada pelos professores de enfermagem propondo estratégias de ensino que possibilitam um ambiente de aprendizagem alternativo ao contexto real e permitindo aos estudantes satisfação com a sua aprendizagem que lhes permitirão cuidar eficazmente de um doente.4 Nesse sentido, a simulação clínica busca desenvolver nos estudantes que vivenciam o processo de formação competências capazes de potencializar suas respectivas capacidades de raciocínio clinico e reflexivo, através de um ambiente seguro e livre de riscos, eventos adversos e danos desnecessários aos pacientes durante a atividade assistencial a saúde da população. **Objetivos:** Relatar a experiência de enfermeiros docentes na implementação de cenários de baixa fidelidade para o ensino simulado da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). **Descrição metodológica:** Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência acerca da implementação de cenários para o ensino simulado de baixa fidelidade de estudantes do terceiro semestre de graduação em enfermagem sobre Sistematização da Assistência de Enfermagem. Trata-se da disciplina de Sistematização da Assistência de Enfermagem I, caracterizada como o primeiro contato dos estudantes com a temática da SAE. Os estudantes tiveram anteriormente da execução da atividade simulada a apresentação em sala de aula de todo o conteúdo teórico da disciplina passado por professor com experiência em SAE e com doutorado em andamento em enfermagem. O ambiente de implementação dos cenários foi o laboratório de baixa fidelidade destinado as atividades simuladas de uma instituição de ensino superior localizada no sul do Estado de Santa Catarina. No respectivo ambiente foi criado de forma simulada um ambiente de internação hospitalar com uma câmera disposta perpendicularmente ao leito de um paciente estandardizado ou padronizado. **Resultados:** O grupo de alunos participantes da atividade de simulação era composto por um total de 25 alunos, que foram subdivididos em outros cinco grupos compostos por cinco integrantes. Anteriormente da implementação dos cenários, um grupo de professores criaram cinco casos clínicos, cada qual com um prontuário fictício composto por ficha de primeiro atendimento, ficha de prescrições médicas e fichas de evoluções de enfermagem, os quais cada grupo de alunos recebeu em mãos. Em posse dos prontuários, os alunos foram motivados a realizarem o primeiro passo da realização da SAE, caracterizado pela coleta dos dados e levantamento do histórico de enfermagem. Por se tratar de ensino simulado com uso de pacientes estandardizados, anteriormente da atividade simulada os professores condutores das atividades conversavam com o respectivo paciente acerca da condição clinica que deveria ser evidenciada na presença dos alunos. Os alunos foram informados sobre a necessidade de colher as respetivas informações em um tempo total de 15 minutos, os quais foram cronometrados pelos professores responsáveis pela implementação do ensino simulado. Não houve necessidade de intervenção de nenhum grupo por extravasamento do tempo, os quais realizaram as atividades em um tempo médio de 12 a 14 minutos. Conforme preconiza a metodologia da simulação clínica, os professores responsáveis pela implementação da atividade de ensino simulado não possuíam contato com os alunos durante a execução da simulação, ficando os mesmos acompanhando todas as ações em um lado externo, que permitia a visualização do meio interno, porém, impossibilitava a visualização do meio externo, fazendo com que os alunos não tivessem contato, nem mesmo visual com os professores. Após finalizado a atividade simulada com todos os cinco grupos, os alunos foram orientados quanto a necessidade da execução completa da SAE, a qual, deveria ser apresentada aos professores na próxima atividade da disciplina em sala de aula. Nesta mesma oportunidade, foi realizada a apresentação do vídeo da atividade simulada, seguida da realização do _debriefing_, caracterizado como componente essencial da atividade de simulação. Ressalta-se que todos os alunos foram esclarecidos sobre as características e objetivos da metodologia de simulação clínica, bem como, sobre os objetivos e a importância da atividade de simulação para a aprendizagem e fixação do conteúdo teórico perpassado de forma integral em sala de aula. Depois de concluído o _debriefing_ em sala de aula, uma avaliação da atividade de simulação clínica para o ensino-aprendizagem foi realizada em espaço aberto para levantamento das perspectivas, críticas ou reflexões dos alunos sobre o uso da metodologia de simulação clínica. Na oportunidade, de forma unânime todos os alunos apresentaram suas perspectivas de forma positiva, demonstrando grande interesse em novas abordagens com o uso da simulação clinica em disciplinas futuras, visto que consideram uma rica oportunidade para aprender e fixar de forma ativa os conteúdos que fazem parte do processo de formação. **Conclusão:** O uso da Simulação Clínica para o ensino da SAE mostrou-se como uma importante ferramenta de ensino/aprendizagem. Percebe-se maior envolvimento e interesse dos alunos na atividade, promovendo consequentemente, maior conhecimento científico e prático adquirido. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **O uso da metodologia de simulação clínica para enfermagem auxilia na formação de profissionais generalistas, conforme preconiza as DCNENF.
Referências: 1. TANNURE MC, PINHEIRO AM. Sistematização da assistência de enfermagem: Guia Prático. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 2. MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. 3. SILVA JP, GARANHANI ML, GUARIENTE MHDM. Sistematização da assistência de enfermagem e o pensamento complexo na formação do enfermeiro: análise documental. Revista Gaúcha de Enfermagem. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, v. 35, n. 2, p. 128-134, jun. 2014. |