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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6439570

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6439570

Abordagem da sistematização nas escolas formadoras de técnicos de enfermagem em um estado do sul do Brasil

Autores:
Cladis Loren Kiefer Moraes ; Maritê Inez Argenta

Resumo:
**Abordagem da sistematização nas escolas formadoras de técnicos de enfermagem em um estado do sul do Brasil** Argenta, Maritê Inez Moraes, Cladis Loren Kiefer **Introdução:** O trabalho desenvolvido pela enfermagem é executado por profissionais que passam por um processo de formação em Instituições de ensino devidamente reconhecidas pelos órgãos que regulam e controlam o sistema de ensino no Brasil. Este trabalho é desenvolvido por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que passam por um processo de formação, no caso dos auxiliares de enfermagem de 1100 horas de curso. Atualmente existe uma recomendação para a não abertura de novas turmas para auxiliares de enfermagem. Por sua vez os técnicos de enfermagem devem passar por uma formação de 1200 horas teóricas e 600 horas de estágios conforme estabelecido pela resolução 04/99 da Câmera de Educação Básica1. Neste processo de formação os profissionais de enfermagem adquirem as competências necessárias para o desenvolvimento de sua profissão de acordo com a legislação específica da profissão. Segundo a Resolução do COFEN Nº 358/2009 a Sistematização da Assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissional quanto **ao método**, **pessoal** e **instrumentos**, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem, deixando claro em seu Art. 2 que este processo organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes entre si. A resolução, deixa claro que todo o estabelecimento público ou privado que possua os serviços de enfermagem devem realizar a Sistematização da Assistência de Enfermagem2. Por sua vez a lei 7.498/86 deixa claro a responsabilidade do enfermeiro na organização e planejamento da assistência de Enfermagem, entretanto em seu Artigo 12 dispõe que o Técnico de Enfermagem pode participar deste processo de acordo com suas competências e habilidades. **Objetivo:** Este estudo objetivou analisar se as escolas que oferecem cursos para técnicos de enfermagem contemplam em suas ementas disciplinares os conteúdos sobre a sistematização da Assistência de Enfermagem e a operacionalização do processo de enfermagem através de seu Projeto Político Pedagógico. **Metodologia:** Trata-se de uma pesquisa qualitativa, retrospectiva, realizada através de estudo documental. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2011 a março de 2012 após aprovação do projeto por um comitê de ética em pesquisa através do parecer consubstanciado nº 110/2011. Os dados foram analisados, a partir do Projeto Político Pedagógico analisando as ementas das disciplinas ofertadas de oito escolas formadoras de técnicos de enfermagem de um estado da região sul do Brasil. **Resultados e discussão:** Após analisar os dados pode-se concluir que as escolas incluídas na amostra não desenvolvem o ensino dos conteúdos que envolvem a sistematização da assistência de enfermagem, não proporcionando a esses futuros profissionais da área da saúde, as habilidades e competências necessárias para um bom desenvolvimento da assistência de enfermagem. Foi observado que as escolas não estão atualizando seus Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) e não estão dando a devida importância que esse instrumento deve ter, pois ele pode ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola. Neste conjunto em 100% das escolas que participaram do estudo detectamos a falta de referências próprias que oferecem subsídios para a sistematização do cuidado que é o referencial da profissão de enfermagem. Isto faz com que estes futuros profissionais não se apropriem de conteúdos que dão identidade e significados a profissão de enfermagem. Por outro lado, os resultados apontaram alguns pontos específicos de fragilidades que são significativas. Entre eles, ressalta-se a falta de contemplação de conteúdos que tratam da sistematização da assistência de enfermagem, objeto de nossa pesquisa; falta de abordagem sobre a legislação para o exercício da profissão; inexistência de conteúdo sobre o processo de trabalho de enfermagem; o conhecimento sobre as teorias de enfermagem que fundamentam todo o processo de cuidar da enfermagem. **Discussão:** A profissão de enfermagem no Brasil representa 58% dos trabalhadores da área de saúde e deste total a grande maioria são técnicos e auxiliares de enfermagem. Desta forma há necessidade de alinhamento das discussões e das diretrizes curriculares dos cursos de técnico de enfermagem para convergir com as discussões e práticas necessárias para a formação dos profissionais que integram a equipe de enfermagem. **Contribuições/implicações para a Enfermagem. **Considerando os resultados obtidos nesta pesquisa e considerando que o profissional técnico é parte integrante da equipe de enfermagem e se apresenta em numero significativo, acreditamos que** **existem lacunas importantes identificadas no processo de ensino-aprendizagem fragilizando o processo de formação profissional. Desta forma favorecendo uma dicotomia na formação atualizada sobre a profissão que poderá representar divergência ou dissonância no processo de trabalho da equipe de enfermagem, descaracterizando a identidade profissional como equipe de saúde. No processo de formação o técnico de enfermagem deve reconhecer expressões e discursos de linguagem característica de enfermagem, pois será parte integrante da equipe de profissionais em seu futuro. Desta forma quando o enfermeiro planejar a assistência ao paciente através da elaboração de diagnósticos de enfermagem estabelecer os resultados esperados e definir as intervenções de enfermagem necessárias para atingir as metas esperadas tenha como parte integrante deste processo o técnico de enfermagem. Assim sendo, o técnico de enfermagem tem que obrigatoriamente reconhecer a metodologia de assistência de enfermagem do enfermeiro, que é o processo de enfermagem. Observamos na análise documental que no curso tecnólogo de enfermagem, nenhuma das escolas faz referência as linguagens específicas de enfermagem. Assim, podemos interpretar que o ensino dos cursos profissionalizante para o técnico de enfermagem segue o que determina a legislação, porém não atualizam seus PPP e suas competências de acordo com os avanços da profissão de enfermagem. Ao fim desta análise destacamos a importância da atuação do profissional enfermeiro/docente na participação da revisão do Projeto Político Pedagógico, pois são os enfermeiros os responsáveis pela formação dos técnicos de enfermagem. **Palavras-chave:** Sistematização da Assistência de Enfermagem, Processo de Enfermagem, formação de Técnicos de Enfermagem. 1. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. **Resolução CNE/CES 4/1999.** Diário Oficial da União, Brasília ,4 de dezembro de 1999. Seção 1. p. 37. 2. Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução no 358, de 15 de outubro de 2009. Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados. Diário Oficial da União 23 out. 2009; (203): 368.


Referências:
1 Soares MI, Resck ZMR, Terra FS, Camelo SHH. Sistematização da assistência de enfermagem: facilidades e desafios do enfermeiro na gerência da assistência. Esc Anna Nery 2015;19(1):47-53. Disponível em: . Acesso em 18 mar 2018 2 Cunha SMBD, Barros ALBL. Análise da implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem, segundo Modelo Conceitual de Horta. Rev. bras. enferm. Out. 2005; 58(5):568-72. 3 NANDA. Diagnósticos de enfermagem da Nanda: definições e classificação - 2015-2017/ NANDA International. 10 ed. Porto Alegre: Artmed; 2015. 4 Veron HL, Antunes AG, Milanesi JM, Corrêa ECR. Implicações da respiração oral na função pulmonar e músculos respiratórios. Rev. CEFAC. 2016 Jan-Fev; 18(1):242-251.