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6422876 | O ENSINO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM AOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Francis Solange Vieira Tourinho ; Patrícia Ilha ; Lucas Correa Preis ; Vivian Costa Fermo ; Marciele Misiak Caldas |
Resumo: **Introdução: **O Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem como objetivo “_formar enfermeiro generalista com espirito critico, comprometido com as necessidades de saúde da população, com a responsabilidade de assistir o indivíduo, família e grupos sociais na sua integralidade, nos níveis de atenção primária, secundaria e terciaria_”1. O currículo do curso está organizado em 10 fases a serem realizadas em cinco anos. No que se refere a Atenção Primária à Saúde (APS), o acadêmico de enfermagem tem experiência neste ponto da rede durante a primeira, segunda, sexta, sétima, oitava e nona fase do curso.1 Como na atualidade a APS tem a capacidade de resolver até 85% dos problemas de saúde da população,2 torna-se de suma importância que o processo de formação do enfermeiro possibilite desenvolver um profissional capaz de atuar neste nível de atenção de forma autônoma e resolutiva. Na nona fase do curso é realizada a disciplina de Estágio Supervisionado I, na qual ocorre “_o p__lanejamento, execução e avaliação de projeto assistencial envolvendo as dimensões do cuidado, gerência e educação em enfermagem no processo de viver humano, a indivíduos, famílias, grupos e comunidades, sob orientação de um docente, com supervisão do enfermeiro em instituição de atenção básica_”.1 O estágio supervisionado nesta fase ocorre em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Florianópolis, que neste município são denominadas de Centros de Saúde (CSs). A APS do município está organizada segundo o modelo Estratégia Saúde da Família (ESF), sendo que os CSs são a porta de entrada preferencial para as demandas de saúde dos usuários.3 Dentre as diversas atribuições mínimas do enfermeiro, constam: realizar consulta de enfermagem a todas as faixas etárias; realizar atendimento a demanda programática e espontânea; realizar diagnósticos de enfermagem, avaliação de resultados e prescrição da assistência de enfermagem, incluindo solicitação de exames complementares e prescrição de medicamentos da competência do enfermeiro de acordo com os protocolos e/ou normativas municipais ou validados pelo município; coordenar/supervisionar a equipe de enfermagem; supervisionar os Agentes Comunitários de Saúde.3 **Objetivo: **Relatar a experiência de uma enfermeira que atua na APS do município de Florianópolis ao contribuir para o ensino da Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) durante a supervisão de acadêmicos de enfermagem da nona fase do Curso de Graduação em Enfermagem da UFSC. **Descrição Metodológica: **Trata-se de relato de experiência acerca das atividades de supervisão de estágio supervisionado da nona fase do Curso de Graduação em Enfermagem da UFSC, realizado durante o período compreendido entre agosto e dezembro de 2017. Foram supervisionadas duas acadêmicas do curso. **Resultados:** O CS em que se realizou o estágio supervisionado conta com duas Equipes ESF. A enfermeira responsável pela supervisão das duas alunas da nona fase do Curso de Graduação em enfermagem da UFSC atua em área com cerca de 4500 usuários cadastrados, sendo que no território adscrito há região de alta vulnerabilidade/risco social. No início do estágio supervisionado, a supervisora (enfermeira da ESF), uma professora da UFSC e as duas alunas construíram o plano de estágio, onde constaram as atividades e responsabilidades de alunos, supervisor e professor ao longo do semestre letivo. As atividades foram elencadas de forma a contribuir com a formação do enfermeiro que atua na APS por meio de uma prática clínica ampliada, voltadas à promoção de saúde, prevenção e tratamento de agravos, e reabilitação da saúde dos indivíduos e comunidade.4 Durante todo o estágio supervisionado foi discutido acerca da SAE, visto que é através desta tecnologia que se “_organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do processo de Enfermagem”_.5 O município de Florianópolis, a fim de empoderar a enfermagem, realiza educação permanente, além disso, os enfermeiros desta rede construíram quatro protocolos de enfermagem (Volume 1: Hipertensão, Diabetes e outros fatores associados a doenças cardiovasculares; Volume 2: Doenças Sexualmente Transmissíveis e outras doenças transmissíveis de interesse de saúde coletiva; Volume 3: Saúde da mulher na atenção primária; e, Volume 4: Atendimento à demanda espontânea do adulto) que possibilitaram a ampliação da prática clínica do enfermeiro. Os registros das consultas de enfermagem são realizados em prontuário eletrônico e preconiza-se o uso da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). Todas estas tecnologias contribuem para a segurança do paciente na APS. O ensino da SAE foi realizado durante todo o estágio supervisionado, como por exemplo, nas consultas de enfermagem, atividades de educação em saúde, discussões dos casos clínicos, educação permanente com os profissionais da enfermagem e organização do processo de trabalho da enfermagem. Nas primeiras duas semanas as acadêmicas acompanharam as atividades da enfermeira supervisora. A partir da terceira semana de estágio as mesmas desenvolveram suas atividades assistências no CS, sendo observadas pela supervisora. Durante todo o processo ocorreram discussões, reflexões e aprofundamentos teóricos necessários para o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e atitudes necessárias para a formação das acadêmicas e efetivação da SAE. Com o decorrer do semestre letivo, as acadêmicas passaram a realizar as atividades atribuídas ao enfermeiro de forma cada vez mais autônoma, acionando o supervisor sempre que necessário. Realizaram consultas de enfermagem com base nos protocolos de enfermagem municipais vigentes; participaram da supervisão da equipe de enfermagem, inclusive propondo e implementado ações de educação em serviço; realizaram vigilância do território, entre outras atividades. Ao final do semestre letivo, as acadêmicas relataram que o estágio supervisionado na APS contribuiu para o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e atitudes necessárias para a implementação da SAE, sendo que se sentiam aptas para atuar como enfermeiras em um Centro de Saúde e desenvolver as atividades de competência do enfermeiro com segurança. A experiência em todo o processo de ensino-aprendizagem permitiu o desenvolvimento de competências nos acadêmicos e na supervisora de estágio. **Conclusão: **O ensino da SAE aos acadêmicos de enfermagem com supervisão de enfermeiro da rede assistencial atuante na APS contribui para o processo ensino-aprendizagem dos discentes. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **O estágio supervisionado na APS permite a contextualização da SAE e dos elementos que possibilitam a sua execução, o que contribui para a formação de enfermeiros aptos para implementar a SAE assim que egressos e atuantes no mercado de trabalho**.**
Referências: REFERÊNCIAS
Anvisa. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. [citado em 05 maio 2017]. Disponível em www.anvisa.gov.br/propaganda/folder/usoindiscriminado; 2007.
Faria PH et al. Prevalência e Fatores Associados à Automedicação Em Adultos no Distrito Federal: Estudo Transversal De Base Populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde; 2017.
Neto JAC et al. Automedicação entre Estudantes de Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora. HU Revista; 32(3):59-64; 2007.
Shankar PR et al. Self-medication and non-doctor prescription practices in Pokhara valley, Western Nepal: a questionnaire-based study. BMC family practice; 3(1):17; 2002.
Vitor RS et al. Padrão de consumo de medicamentos sem prescrição médica na cidade de Porto Alegre, RS. Ciência & Saúde Coletiva; 13:737-743; 2008. |