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6340499 | AS INFLUÊNCIAS DA FORMAÇÃO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM AO IDOSO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE. | Autores: Maria Alice de Freitas ; Josiane Steil Siwert |
Resumo: **AS INFLUÊNCIAS DA FORMAÇÃO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM AO IDOSO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE.**
INTRODUÇÃO: A Atenção Primária à Saúde (APS) está instituída como centro de
comunicação das Redes de Atenção à Saúde, o que demanda ter condições de
ordenar os fluxos e contra fluxos de usuários, dos produtos e das informações
entre os diferentes componentes das rede¹. E é no cenário da APS que o
enfermeiro passa a ter vínculos e laços estreitos com a comunidade,
especialmente com os idosos, por se constituírem como o maior público
frequentador dos serviços. Nesse sentido, o cuidado humano deve ser prestado
por meio de uma atitude moral e ética, em que seres humanos percebem e
reconhecem os direitos uns dos outros². A partir da contemporânea necessidade
de se discutir as práticas formativas do enfermeiro e de como estas
influenciam no cuidado que se presta ao idoso da APS, surge a seguinte
questão: Qual a influência da formação do enfermeiro em suas práticas de
cuidado voltadas ao idoso na APS? OBJETIVO: Buscar o estado da arte a respeito
da influência da formação do enfermeiro para sua prática voltada para o idoso
na Atenção Primária. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: O presente trabalho trata-se de
uma revisão do tipo narrativa. As bases de dados acessadas para esta pesquisa
foram a Biblioteca Virtual em Saúde – BVS, Lilacs, BDenf, Medline, Pubmed e
Cochrane durante o período de 15/03/2017 até 09/03/2018. Buscaram-se artigos
recentes a respeito do tema, (últimos cinco anos), nos idiomas português,
inglês e espanhol. Os descritores e palavras chaves utilizados para o acesso
foram: Idoso, Atenção Primária à Saúde, Atenção Básica, Enfermagem, Formação
em Enfermagem e Enfermagem Geriátrica bem como seus correspondentes para a
língua inglesa e espanhola. Foram encontrados 20 artigos que faziam relação
com o tema. Também foram consultados para compor esta revisão: documentos
oficiais, políticas públicas que envolvem o idoso, e relatórios nacionais e
internacionais publicados mais recentemente sobre a temática, com o propósito
de amplificar a fundamentação teórica do trabalho, considerando que os estudos
a respeito da Prática Baseada em Evidências na área da enfermagem, com foco no
envelhecimento, são bastante restritos. RESULTADOS: A partir do material
encontrado está claro que para que as práticas de cuidado à saúde do idoso na
Atenção Primária sejam efetivas, estas devem ser relevantes e possuir boa
aceitação por parte do idoso e de seus familiares e cuidadores. Este processo
deve vir acompanhado da busca por conhecimento constante por parte dos
profissionais e gestores. A visita domiciliar aparece como uma facilitadora da
aproximação do enfermeiro com a realidade em que vive o idoso da comunidade,
constituindo uma oportunidade para alçar as necessidades básicas de cada idoso
assistido. A partir do conhecimento da realidade o enfermeiro tem
possibilidade de planejar o cuidado de maneira assertiva³. Porém todo o
processo que envolve a atuação da enfermagem requer ações, atitudes e
comportamentos com base no conhecimento científico, experiência, intuição e
pensamento crítico, realizados para e com o usuário e estas habilidades tem
cenário propício para se desenvolver, principalmente na formação acadêmica³. O
enfermeiro da APS revela a necessidade de conhecimento específico na prestação
de cuidado à pessoa idosa durante e após o processo formativo, pelo fato de,
muitas vezes, terem contato com os idosos somente por meio do Programa de
Hipertensão e Diabetes, nos quais não são assistidos exclusivamente indivíduos
com mais de sessenta anos². Ao compreendermos a importância da atuação do
enfermeiro no processo de envelhecimento dos usuários da APS percebe-se a
necessidade de direcionamento da formação e da capacitação dos profissionais
para uma atuação resolutiva, pautada na promoção da saúde e prevenção de
agravos aos idosos. A experiência na área do envelhecimento ainda é restrita
durante a formação em enfermagem, fato evidenciado pela carga horária reduzida
na área gerontológica, e com poucas oportunidades de assistência prática, o
que pode levar à insegurança e falta de autonomia quando se tornam
profissionais da APS. Assim a formação deve oportunizar ao futuro profissional
a reconstrução de suas concepções sobre o envelhecer, de forma a propiciar
atitudes responsáveis e éticas capazes de ampliar o olhar do graduando, para
que este estabeleça relações entre o saber acadêmico e o saber em sociedade.
Estas estratégias de ensino-aprendizagem dos cursos de graduação em enfermagem
devem objetivar o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias
para o cuidado ao idoso4. Outra problemática que interfere diretamente no
cuidado ao idoso prestado pelo enfermeiro da APS é que estes reportam a
descontinuidade de aprofundamento de seus estudos a respeito da saúde do
idoso, uma vez que a rede de atenção oferece poucos aperfeiçoamentos na
temática do envelhecimento, voltando suas capacitações para a saúde da mulher,
planejamento familiar e saúde da criança3,4. A prática do enfermeiro ainda
mostra fragilidade no desempenho de práticas efetivas voltadas para o idoso
associada à falta investigações científicas que divulguem as ações exitosas de
enfermagem voltadas para esta população na APS4. CONCLUSÃO: O enfermeiro da
comunidade deve perceber que o seu papel no cuidado precisa ter um olhar
ampliado e constantemente reflexivo acerca da operacionalização das práticas
de enfermagem na comunidade, além de se reconhecer como um disseminador de
práticas resolutivas. Concomitante a isto a rede de saúde deve oferecer meios
para que estes enfermeiros atualizem-se sobre constantemente a respeito das
interfaces do envelhecimento, considerando a velocidade com que a taxa de
crescimento do número de pessoas com mais de sessenta anos acontece no
país3,4. Entretanto para que o enfermeiro chegue ao campo da prática
consciente da importância de aprofundar-se constantemente na temática
referida, é necessário que as bases curriculares da formação em enfermagem
oportunizem ao futuro profissional a reconstrução de suas concepções sobre o
envelhecer, de forma a propiciar atitudes éticas e de responsabilização
capazes de ampliar o olhar do graduando, para que este estabeleça relações
entre o saber acadêmico e o saber em sociedade. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA
A ENFERMAGEM: Acredita-se que estas discussões podem contribuir para que o
cuidado ao idoso na APS possa ser conectado às necessidades e preferências do
próprio. A atuação do enfermeiro, bem como de sua equipe precisa ter vistas a
efetivação das políticas e para isso é importante que discussões despertem
reflexões nos enfermeiros e futuros enfermeiros para que estes percebam a
necessidade de um olhar clínico e reflexivo para o idoso na APS, o qual
favorece a implantação de ações específicas para essa faixa etária, e de esta
é uma prática que pode consolidar a autonomia do enfermeiro na comunidade.
Referências: 1- American Heart Association [homepage na internet]. The type of treatment depends on the type of stroke [acesso em fev 2018]. Disponível em: http://www.strokeassociation.org/STROKEORG/AboutStroke/Treatment/Stroke-Treatment_UCM_492017_SubHomePage.jsp.
2- American Heart Association [homepage na internet]. About Stroke. [acesso em fev 2018]. Disponível em:
http://www.strokeassociation.org/STROKEORG/AboutStroke/TypesofStroke/Types-of-Stroke_UCM_308531_SubHomePage.jsp
3- American Heart Association [homepage na internet]. Stoke risks. [acesso em mar 2018]. Disponível em: http://www.strokeassociation.org/STROKEORG/AboutStroke/UnderstandingRisk/Understanding-Stroke-Risk_UCM_308539_SubHomePage.jsp
4- Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) [homepage na internet]. AVC é a segunda causa de morte no Brasil [acesso em fev 2018]. Disponível em: http://www.simers.org.br/2016/03/avc-e-segunda-causa-de-morte-no-brasil/ |