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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6339780

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6339780

RODA DE CONVERSA COM ESCOLARES SOBRE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PIQUENIQUE

Autores:
Thais Cristina Flexa Souza ; Paula Monick Silva de Castro ; Jacira Nunes Carvalho ; Antonio Jorge Silva Correa Júnior ; Wagner Felipe dos Santos Neves

Resumo:
**Introdução: **A educação em saúde abrange saberes e práticas voltadas para prevenção de doenças e promoção da saúde, com base em conhecimento científico intermediado pelo profissional de saúde e em conhecimento popular1. Esta prática de educação em saúde deve ser realizada por todos profissionais que compõem a equipe de saúde da família, por meio da assistência integral e contínua às famílias da área adstrita, identificando os determinantes do processo saúde-doença e incentivando o autocuidado realizado com a família, na escola, no trabalho ou em qualquer espaço comunitário, contudo, os mais comuns à prática de educação voltada para criança são a escola e o ambiente familiar2. Cabe à escola contribuir para o desenvolvimento integral da criança no seu período escolar, proporcionando situações favoráveis à sua aprendizagem, portanto o trabalho em saúde não deve ser repassado de maneira abstrata, distante da realidade e sim com práticas vivenciadas pelas crianças2. Neste aspecto a alimentação é um dos determinantes e condicionantes da saúde e um direito inerente a todas as pessoas. A escola é um espaço privilegiado para a construção e a consolidação de práticas alimentares saudáveis, pois é um ambiente propício para repercussão e difusão do conhecimento. Desse modo, a escola de educação infantil deve ser considerada um campo de prática educativo-assistencial da Enfermagem, favorecendo a articulação de ações transformadoras e oferecendo a possibilidade de associação entre a pesquisa e o ensino, o enfermeiro tem em sua formação o conhecimento sobre o crescimento e o desenvolvimento da criança, estando capacitado para compreender suas peculiaridades3. **Objetivo:** Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem da Universidade Federal do Pará, na realização de um piquenique e de ações de promoção de hábitos alimentares saudáveis em uma escola pública no município de Belém-PA. **Descrição da experiência:** Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experie^ncia, construído a partir de um projeto extensionista intitulado de “Ludicidade como ferramenta para promoc¸a~o da sau´de de crianc¸as e adolescentes no espac¸o escolar”, o qual é vinculado a Faculdade de Enfermagem. A ação foi desenvolvida por acadêmicos de enfermagem bolsistas e voluntários do projeto, por intermédio da realização de um piquenique no mês de agosto de 2017, em uma escola pública na periferia do município de Bele´m-PA. O pu´blico alvo foram os alunos com idade entre 7 e 8 anos. Inicialmente, observou-se o instantâneo envolvimento, interesse e curiosidade dos alunos em participar da atividade, uma vez que a presença dos alimentos, a organização e ornamentação do espaço serviram como estímulo para captar a atenção das crianças. Com o objetivo de deixar o ambiente mais dinâmico e confortável para as crianças, as carteiras foram dispostas em círculo e ao centro esteiras e toalhas foram colocadas. A priori, os acadêmicos fariam a ação na área externa da escola, mas, como não foi possível, foi necessário realizar dentro da sala de aula, diante disto a intenção era não deixar a atividade parecida com uma aula tradicional. Ao iniciar a ação incentivou-se os alunos a trocar informações sobre as diferentes vivências em relação à rotina alimentar, seja na escola ou fora dela. Conhecendo o público alvo e sabendo que a maioria encontra-se em situação de vulnerabilidade socioeconômica, os acadêmicos preocuparam-se não somente em levar alimentos saudáveis e que possivelmente seriam agradáveis ao paladar das crianças, mas sim, alimentos que posteriormente elas pudessem ter acesso. No círculo as crianças expuseram brevemente seus hábitos e preferências alimentares tanto em casa como na escola, isto embasou as orientações dos acadêmicos acerca de bons hábitos alimentares estimulando o consumo de alimentos da cultura local como manga, cupuaçu e ingá, sendo devidamente correspondidos ao cartaz da pirâmide alimentar durante a ação. Sucos, frutas regionais, pães, dentre outros alimentos foram dispostos ao centro do círculo formado pelos alunos. As crianças foram estimuladas pelos acadêmicos a experimentar alimentos que não fossem de sua preferência, a fim de descobrirem novos sabores e iniciar hábitos saudáveis, ao término do lanche foi ressaltada a importância e influência da alimentação para a manutenção da saúde, qualidade de vida e os riscos da obesidade infantil. **Resultados: **Percebeu-se uma carência de conhecimento sobre quais alimentos fazem bem ou mal para a saúde. Quando questionadas sobre a sua percepção a cerca de hábitos alimentares saudáveis e hábitos alimentares não saudáveis, algo que nos chamou a atenção foi que as crianças referiram que o único refrigerante que fazia mal era a Coca-Cola, assim como também consideravam que bastava ingerir legumes para ter uma alimentação saudável. Desse modo, a roda de conversa nos fez perceber a existência de um senso comum sobre os hábitos nutricionais, bem como sobre a necessidade de instruções sobre uma alimentação balanceada contendo diversidade e equilíbrio entre alimentos os quais atendessem às necessidades nutricionais de um indivíduo. Então, os acadêmicos interviram complementando os conhecimentos prévios daquele público, adequando, alertando, ensinando e incentivando a fala dos participantes sobre suas dúvidas. Posteriormente a roda de conversa os discentes serviram as crianças para que pudessem experimentar novos sabores, além daqueles já conhecidos pelas mesmas, sendo perceptível que muitas crianças estavam recusando novos alimentos e apenas a repetindo os que já conheciam. Dentre os que experimentaram novos alimentos, uma parcela “estranhou” ou não gostou, enquanto outra foi bem receptiva aos novos sabores. Ao final da ação os acadêmicos incentivaram a autonomia para escolhas alimentares saudáveis, os quais se mostraram dispostos a melhorar seus hábitos alimentares, incrementando e retirando determinados alimentos da dieta. Ademais, os acadêmicos notaram que a escola não dispõe de um nutricionista o que contribui para um cardápio repetitivo, condicionando as crianças a levarem seus próprios alimentos, sejam eles saudáveis ou não. **Considerações Finais: **Durante a atividade valorizou-se o conhecimento prévio das crianças, bem como organizou-se momentos que pudessem tratar de assuntos pertinentes ao cotidiano alimentar, da educação e do desenvolvimento. Reforça-se a possibilidade de discutir e orientar sobre a saúde e os hábitos alimentares com as crianças, visando à apreensão do conhecimento e a motivação para mudanças de estilo de vida. **Implicações para enfermagem:** A Enfermagem tem papel essencial de ocupar os espaços que compreendem a educação em saúde especialmente junto à educação infantil, visando à prevenção do adoecimento, à promoção da saúde e à qualidade de vida não apenas das crianças, mas, também, de suas famílias e professores. O uso da ludicidade por intermédio do piquenique e da imagem da pirâmide alimentar e dos alimentos trazidos, enquanto ferramentas pedagógicas foram coerentes e eficazes, pretende-se a partir dessa experiência, dar continuidade no projeto e desenvolvê-lo em outras escolas do município.


Referências:
1. Brasil. Cadernos de Atenção Básica: Saúde da Criança Aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde 11, 61, 2015. 2. MARAL, L. J. X. et al. Fatores que influenciam na interrupção do aleitamento materno exclusivo em nutrizes. Rev. Gaúcha de Enfermagem, Rio Grande do Norte, v. 36, p. 127-134, out. 2015. 3. NANDA Internacional. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições classificação 2009-2011. Porto Alegre: Artmed; 2009. 4. Dochterman JMcC, Bulechek GM. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). Porto Alegre: Artmed; 2008