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6324397 | O E-SUS COMO FACILITADOR DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO BÁSICA Á SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Camila Milene Soares Bernardi ; Patrícia Vielmo Galvani ; Silvana de Oliveira Silva ; Briana Lencina Balbueno ; Patrícia Bitencourt Toscani Greco |
Resumo: **Introdução:** A Atenção Básica (AB) é considerada como a porta de entrada dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), assim, vem com a perspectiva de reorientar os serviços de saúde e garantir o acesso universal e integral, a fim de solucionar todas as necessidades e problemas da população brasileira**1**. Para tanto, faz-se necessário desenvolver, disponibilizar e implantar novos sistemas de informação que além de fornecer dados para a análise problemas de saúde da população e subsidiar a tomada de decisão sejam ferramentas acessíveis para se utilizar no cotidiano dos serviços de saúde. Então, para garantir a qualidade dos dados coletados e informações produzidas pela AB, criou-se o Sistema de Informação para Atenção Básica (SIAB), que é operacionalizado por meio do E-SUS Atenção Básica (E-SUS AB). O e SUS trata-se de uma estratégia do Ministério da Saúde (MS), que determina a redução do trabalho na de coleta de dados, a identificação do registro, a produção de informação completa e principalmente o cuidado centrado no indivíduo, família, comunidade e território para desenvolver as demandas dos usuários da saúde**2**. Dessa maneira, na perspectiva de prestar cuidados individualizados, identificar as necessidades dos clientes, apresentar intervenções de cuidado, tem-se a execução da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a qual é uma ferramenta privativa do enfermeiro, estabelecida pela Resolução COFEN nº358 de 2009, salienta-se ainda que a mesma na AB é denomina-se como Consulta de Enfermagem, assim, vem ao encontro também, para direcionar o trabalho da equipe de enfermagem na AB, a mesma é composta por 5 etapas correlacionadas, como a coleta de dados (histórico e anamnese/exame físico), diagnósticos de enfermagem, planejamento (as intervenções), implementação e avaliação3. **Objetivo:** Tem-se como objetivo relatar a experiência acadêmica sobre a utilização do sistema eletrônico E-SUS AB, utilizado como ferramenta facilitadora para a execução da Consulta de Enfermagem na AB. **Descrição** **Metodológica**: Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos, durante aulas práticas da disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva IV, em uma Estratégia da Saúde da Família localizada em um município do interior do Rio Grande do Sul. Esta vivência ocorreu no primeiro semestre do ano de 2017 com a execução da SAE durante as consultas de enfermagem com os usuários adscritos, seguiu-se as 5 etapas da mesma, com a coleta de dados, diagnósticos de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação e após o registro das informações no E-SUS AB. **Resultados:** Durante as aulas práticas, utilizou-se o E-SUS AB ou, nomeado também como prontuário eletrônico, para auxiliar na execução da SAE. O prontuário eletrônico é um documento básico, que obtém os dados dos pacientes, desde as informações pessoais como data de nascimento e endereço, até informações imprescindíveis, como sua história pregressa de saúde e doença, exames anteriores e medicamentos em usos, dados esses, que contribuem com a tomada de decisão pelo profissional de saúde mediante a necessidade do paciente4. Assim o E-SUS AB auxilia para reestruturar as informações da AB e contribui com a equipe de saúde, pois, nessa oportunidade, os mesmos podem criar formas de coletar os dados como modelo padrão, considera-se ainda que, as particularidades das informações intervém nas ações de saúde que serão praticadas³. No período da vivência os acadêmicos realizaram as consultas de enfermagem, a qual proporcionou identificar os problemas de saúde-doença e possibilitou que todas as informações fossem colhidas, para assim, encontrar medidas que pudessem ser implementadas para contribuir na promoção, proteção, recuperação e/ou reabilitação do usuário¹. Dessa maneira, com a execução das consultas de enfermagem, conseguiu-se realizar as etapas da SAE de forma coerente para não tornarem-se perguntas repetitivas aos usuários. Destaca-se que em alguns prontuários do E-SUS AB obtinham informações completas e em outros, foi necessário a complementação das informações. A SAE é composta por cinco etapas, das quais, puderam ser relacionadas com as informações geradas no E-SUS. A primeira consiste no histórico do usuário e motivo da consulta, na segunda etapa realizou-se o exame físico com o preenchimento dos sinais vitais, dados antropométricos e exames laboratoriais, na terceira estão presentes os diagnósticos de enfermagem, onde pode-se utilizar a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) e Classificação Internacional de Atenção Primária (CIAP), já na quarta etapa estabeleceu-se as intervenções de enfermagem de acordo com as necessidades do usuário. Na etapa de avaliação, foi necessário realizar o retorno da consulta de enfermagem e registrar a mesma no E-SUS, pois no sistema não consta um espaço que avalie as intervenções estabelecidas. Considera-se, que são informações individualizadas, que registram os agravos e atendimentos realizados, tornam o atendimento direcionado e focado no sujeito2. No que tange a SAE, sua implementação foi facilitada, pois as informações que continham no prontuário eram complementadas para seguir as 5 etapas da mesma. Nesse sentido, foi possível executar um plano de cuidados com avaliações constantes dos usuários. A SAE é um instrumento cientifico que organiza o trabalho do enfermeiro, garante a qualidade do cuidado e o planejamento das atividades, além de ser um guia para as ações de uma assistência individualizada3. Da mesma forma o “E-SUS contribuiu imensamente na melhoria da qualidade e consistência das informações produzidas na Atenção Básica, atendendo, dessa forma, ao cenário mundial vivenciado no campo da tecnologia da informatização e conectividade”2. Assim o E-SUS associado a SAE facilita e qualifica a assistência de enfermagem possibilitando uma melhor organização das ações e registros, e um cuidado individualizado. **Conclusão:** Essa vivência viabilizou executar a SAE de forma integrada e com plano de cuidado individualizado para cada usuário. Consequentemente, essas ferramentas auxiliaram positivamente no processo de ensino-aprendizagem e possibilitaram as consultas de enfermagem com maior qualidade. Desta forma, essa experiência possibilitou a reflexão sobre o modo que a assistência é prestada, bem como perceber a SAE e o E-SUS AB como instrumentos que auxiliam o planejamento do cuidado e a tomada de decisões do enfermeiro na atenção básica. **Contribuições/ Implicações para a enfermagem:** Essas discussões são essenciais na formação dos enfermeiros, a fim de que estes possam refletir sobre o seu processo de trabalho, a qualidade da assistência, bem como os instrumentos disponíveis para auxiliá-los, e o quanto isto impacta no cuidado aos usuários. Pode-se ainda refletir sobre a relevância da inserção da Classificação Internacional de Práticas de Enfermagem no E-SUS.
Referências: Lucchese R, Vera I, Pereira, WR. As políticas públicas de saúde/SUS: como referência para o processo ensino-aprendizagem do enfermeiro. Rev Eletr Enferm [online]. 2010 Jul-Set [Acesso 2018 Fev 20]; 12(3): 56-6. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5216/ree.v12i3.11144 |