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6304740 | SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: AVALIAÇÃO DE UM SETOR DE OBSTETRÍCIA. | Autores: Pacita Geovana Gama de Souza Aperibense ; Paulo Cezar Gonçalves da Silva |
Resumo: **Introdução: **A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) pode ser entendida como um método de prestação de cuidados visando resultados eficazes na implementação da assistência de enfermagem, onde o objetivo final é minimizar as complicações durante o tratamento do cliente/família facilitando sua recuperação, além de adaptá-lo a sua nova realidade de vida1. No Brasil, a SAE é preconizada pelo Conselho Federal de Enfermagem e não se resume apenas ao Processo de Enfermagem, sendo necessária uma gestão técnica e envolvimento de todos os membros da equipe para garantia de uma gestão de pessoal adequada, instrumentos compatíveis com a assistência prestada e que o método empregado tenha o direcionamento do suporte teórico2. Um estudo realizado em diversas regiões do Brasil, mostra que um número significativo de enfermeiros não possuem conhecimento sobre a SAE, em especial sobre diagnóstico de enfermagem3. Outro estudo sobre as perspectivas e desafios da SAE, os enfermeiros reconhecem que ela é um facilitador no planejamento e organização da assistência, porém a falta de impressos próprio para otimização do serviço desestimula o uso da SAE4. **Objetivo: **elaborar um laudo técnico de avaliação da SAE para o serviço de obstetrícia de um hospital universitário (HU). **Metodologia:** trata-se da apresentação de um dos quatro produtos gerados por ocasião da pesquisa que subsidiou a dissertação de mestrado profissional. Estudo de caso a partir de análise documental realizado no período de novembro de 2016 a março de 2017. Foram analisados os seguintes documentos impressos: escala de serviço mensal da equipe de enfermagem do setor de obstetrícia, Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), rotinas, _checklist_, livros de registros diversos como livro de ordem e ocorrência, formulários de registro da evolução do enfermeiro e do técnico de enfermagem. O laudo técnico foi elaborado abrangendo os pilares da SAE: pessoal, instrumento e método. **Resultados:** No que diz respeito ao pessoal foi identificado que o setor possui 12 enfermeiros e 54 técnicos/auxiliares de enfermagem que desenvolvem suas atividades em escala de plantão com 12 horas de trabalho para 60 horas de descanso~~.~~ Esses funcionários dividem-se para realizar a assistência em 6 serviços ofertados no setor. A demanda de leitos em cada um deles é, respectivamente, admissão: livre demanda; alojamento conjunto: 15; unidade intermediaria neonatal: 4; gestante: 5; pré-parto: 3 e centro cirúrgico obstétrico: 2. Pelo dimensionamento de pessoal percebe-se um déficit de enfermeiro (necessário pelo menos 5 enfermeiros a mais no quadro de pessoal) enquanto que o número de técnicos/auxiliares de enfermagem é superior ao preconizado em 12. Sobre a capacitação técnica dos profissionais de enfermagem foi identificado que são realizados treinamentos específicos para o setor de obstetrícia, bem como treinamentos gerais organizados pelo serviço de educação continuada do HU. No que diz respeito aos instrumentos foram encontrados: 3 livros de ordens e ocorrências dos seguintes locais: unidade intermediaria neonatal, alojamento conjunto e centro cirúrgico obstétrico; 1 livro de admissão e alta da clientela; 1 livro de registro de partos realizados; 1 livro de registro de procedimentos realizados no centro cirúrgico obstétrico; 1 instrumento para coleta de dados iniciais dos pacientes admitidos; 2 instrumentos para registro dos procedimentos diários realizado na clientela; 33 POPs; 1 _check-list_ para verificar medicamentos controlados; 1 _check-list _para controle do carro de situações de emergência e 1 livro de normas e rotinas. Existe apenas um exemplar de POPs e um de normas e rotinas para todos os 6 serviços o que pode ser uma transtorno se mais de um profissional, por necessidade de serviço, precisar consultar ao mesmo tempo. Os eventos que ocorrem no serviço de gestante e pré-parto são detalhados no livro de ordem e ocorrências do alojamento conjunto, o que pode dificultar a busca de algum detalhe especifico daquele serviço, já que as alas não são tão próximas. No que diz respeito ao método só observou-se a existência de instrumentos para a coleta de dados iniciais (consulta de enfermagem de admissão) e para o registro dos procedimentos diários da enfermagem, porém eles não fazem menção a nenhum suporte teórico. Considerando a natureza da pesquisa, não houve consulta ao prontuário para identificar se as etapas do Processo de Enfermagem são registradas diretamente. **Considerações finais:** Percebemos que mesmo com quase 10 anos de vigência da Resolução sobre a SAE, ainda existem serviços de saúde que ainda não se adequaram a padronização. No caso do setor de obstetrícia do HU, por ser de gestão pública, determinadas atividades não dependem apenas dos funcionários. Entretanto, se considerarmos a grave crise na área da saúde no país frequentemente destacada na mídia, verificamos que o dimensionamento para o setor de obstetrícia do HU possui uma inadequação mínima, comparado com as circunstâncias de outros hospitais em crise. Além disso, percebemos que o HU dispõe de diversos instrumentos que garantem uma assistência qualificada e adequada para melhoria da assistência prestada. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **Esse estudo auxiliou na redefinição do dimensionamento de pessoal a ser contratado para o setor de obstetrícia da Maternidade que entrou em obras e será reinaugurado atendendo aos padrões esperados. O estudo também poderá contribuir para que outras instituições também realizem uma análise de como se apresenta a SAE em seus setores refletindo sobre a necessidade de ajustes para melhoria da assistência. Ao abordar a SAE em estudos de caso, damos notoriedade a sua aplicação, exemplificamos seu uso de forma efetiva e eficaz. Em se tratando de uma Instituição de Ensino Superior, permite-se que os novos profissionais irão para o mercado de trabalho com embase teórico-prático para replicar o conhecimento, garantindo a qualidade da assistência pela experiência adquirida durante sua formação acadêmica.
Referências: 1 BRASIL. LEI Nº 11.129, DE 30 DE JUNHO DE 2005. Institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens. Disponível em : http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11129.htm. Acesso em 13 de fev 2018.
2 BRASIL. RESOLUÇÃO Nº 287 DE 08 DE OUTUBRO DE 1998. Relaciona as categorias profissionais de saúde de nível superior para fins de atuação do Conselho. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/1998/res0287_08_10_1998.html Acesso em 13 de fev de 2018).
3. BRASIL. Ministério da Educação. Portaria Interministerial nº 1.077, de 12 de novembro de 2009. Disponível: http://portal.mec.gov.br/index.phpoption=com_docman&view=download&alias=15462-por-1077-12nov-2009&Itemid=30192. Acesso em: 10 fev 2018.
4. BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 5, de 23 de novembro de 2012 da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS). Disponível: http://portal.mec.gov.br/residencias-em-saude/residencia-multiprofissional. Acesso em: 10 de fev 2018.
5 BRASIL. RESOLUÇÃO Nº 2, DE 13 DE ABRIL DE 2012. Dispõe sobre Diretrizes Gerais para os Programas de Residência Multiprofissional e em Profissional de Saúde. Acesso em 16 de fev 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=10563-resolucao-1-16-04-2012-pdf&category_slug=abril-2012-pdf&Itemid=30192). |