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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6294658

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6294658

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA REDE DE URGÊNCIA

Autores:
Rucieli Toniolo ; Aida Maris Peres ; Giovana Fratin ; Isabeli Chevonik

Resumo:
**INTRODUÇÃO:** O número de atendimentos de urgência e emergência nos hospitais brasileiros tem seu crescimento determinado pelo aumento dos casos de acidentes de trânsito, violência urbana e uma multiplicidade de tipos de doenças provocadas pelo ritmo de vida acelerado1. A assistência prestada neste perfil de situação tem como característica principal a necessidade de atendimento do usuário em curto espaço de tempo, já que uma emergência se constitui em situação onde não se pode protelar o atendimento, que deve ser imediato e rápido. A provisão dos recursos humanos, os instrumentos e os métodos necessários utilizados no atendimento contam com o desenvolvimento de competências do enfermeiro, quanto ao conhecimento técnico e científico sobre a situação de urgência e emergência. Dentre as atividades privativas do enfermeiro, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) contribui no direcionamento, organização e desenvolvimento do trabalho da equipe de enfermagem, permitindo detectar as prioridades e a direção para as possíveis intervenções. A portaria GM 2048 cita que assistência às urgências se dá, ainda hoje, predominantemente nos serviços que funcionam exclusivamente para este fim – tradicionais pronto-socorros – adequadamente estruturados e equipados ou não. Abertos 24 horas do dia, estes serviços funcionam equivocadamente como porta de entrada do sistema de saúde, acolhendo usuários de urgência propriamente dita, outros com quadros percebidos como urgências, usuários sem acesso e vínculo na atenção primária, e urgências sociais2. A dinâmica do trabalho com variadas tarefas amplia a responsabilidade do trabalhador e propõe a adoção de práticas de gestão que possibilitem redistribuir os elementos das tarefas e dos recursos utilizados no contexto da situação e do cargo3,4. Tornou-se relevante compreender a relação direta entre o atendimento de enfermagem e a SAE na urgência e emergência, pois a atenção à saúde apropriada às necessidades do usuário depende da utilização de fer­ramentas gerenciais, que organiza e qualifica o processo de trabalho, com o gerenciamento deste processo de trabalho apoiado na manutenção e melhorias dos padrões já adotados pelos serviços no atendimento. Este estudo advém das experiências vivenciadas durante a trajetória acadêmica e profissional das autoras, especificamente na área gestão de enfermagem e no atendimento à urgência e emergência, onde acompanharam mudanças estruturais no cenário de saúde. O conjunto de mudanças nas esferas organizacionais, somado aos aspectos de crescimento profissional e pessoal, possibilitaram o desenvolvimento e revisão daquele processo de trabalho. **OBJETIVO:** Descrever a experiência sobre a SAE no ambiente de urgência e emergência de uma UPA do Sul do Brasil. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA**: Estudo descritivo, tipo relato de experiência, em que são apresentadas reflexões teóricas e práticas sobre organização do trabalho de enfermagem no serviço de urgência e emergência. Uma revisão de literatura sustentou e comparou a experiência vivida pelas autoras no seu fluxo de trabalho entre março e novembro de 2016, com base no Guia para a Prática da Sistematização da Assistência de Enfermagem e acoplado à Portaria GM nº2048 que aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência. Aos dados coletados foi aplicado o ciclo PDCA (_Plan, Do, Check, Action_), técnica simples que visa o controle do processo, podendo ser usado de forma contínua para o gerenciamento das atividades(4). Partindo-se do pressuposto que o conhecimento não se reduz a uma descrição da realidade, procurou-se durante a trajetória de desenvolvimento deste estudo, conhecer e analisar a realidade estudada. Após uma busca bibliográfica sobre o tema, realizou-se o levantamento dos problemas críticos da operação, momento em que foram coletados dados sobre intercorrências ocorridas no processo de atendimento de urgência e emergência. A terceira etapa constou da avaliação do planejamento, por comparação entre as metas desejadas e os resultados. Por fim, estabeleceram-se intervenções analisadas, verificaram-se os resultados, refletindo-se sobre eles. **RESULTADOS:** O processo de análise e inclusão de novos itens ao fluxo de trabalho ocorre de uma maneira efetiva, observando-se transformações e acomodações, adaptações da equipe de trabalho, reestruturação de fluxos e pactuações com serviços para aperfeiçoar o contexto como um todo. Durante o período de observação das dinâmicas dos processos ativos do atendimento urgência e emergência, notou-se que para a organização das atividades do serviço foram necessárias reuniões com a equipe multidisciplinar, amparadas no Guia para a Prática da Sistematização da Assistência de Enfermagem, que consiste em direcionar os enfermeiros em dez passos, para a implementação do processo e na portaria GM 2048, que regulamenta urgências e emergências no âmbito estadual. Com o levantamento de problemas foram estabelecidas demandas para a gestão da UPA, pela reflexão sobre o método implementado, raciocínio crítico do enfermeiro, estrutura necessária e dimensionamento de pessoal para atingir os objetivos. Alguns problemas foram identificados, como: ausência de profissionais; assiduidade dos funcionários; demora no atendimento; ausência na efetividade do atendimento (conhecimento dos procedimentos técnicos) e registros (critérios de classificação e de atendimento aos pacientes); falta de pró-atividade no atendimento; não estabelecimento de fluxo de atendimento e remoção; inexistência de dimensionamento de equipe; ausência de fluxos para acionamento da Central de Leitos, acionamento e acolhimento do SAMU. Observou-se a necessidade de implementação do Processo de Enfermagem (PE), descrito como o processo desenvolvido pelas ações sistematizadas e inter-relacionadas de cuidado, que viabilizam a organização da assistência de enfermagem. O PE representa a adoção de um enfoque ético e humanizado focado na resolução de problemas e atendimento das necessidades de cuidados de saúde e de enfermagem. **CONCLUSÃO:** A experiência aponta reflexões sobre a relação direta entre SAE e ambiente de urgência e emergência, no sentido de padronizar ações e implantar experiências exitosas. Algumas recomendações são propostas, como: investir na melhoria dos processos de trabalho e condições do ambiente; normatizar o atendimento com criação de normas e rotinas para atendimento da equipe de saúde; e, promover inter-relacionamento entre os diversos setores de atenção à saúde, fortalecendo sua integração. Destaca-se igualmente, a importância de se adotar a SAE de forma planejada e negociada com os níveis decisórios da organização, que por sua vez possui poder para adequar o dimensionamento de pessoal. **CONTRIBUIÇÕES/ IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM:** O relato ressalta a responsabilidade institucional e do profissional nas ações de educação permanente, para que essa força de trabalho que possui características de flexibilidade reconhecidas, seja competente e proporcione atenção à saúde de urgência e emergência compatível com as necessidades da população.


Referências:
1 BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília, DF. 2001 2 SCHÖN, D.A. Educando o Profissional Reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem.Trad.Roberto Costa. Porto Alegre: Artmed, 2000, 256p. 3 ARAÚJO, O. D. et al. Círculo de cultura Paulo Freire: experiência na pós-graduação em Enfermagem. RevEnfermUFPI. Piauí, v.4, n.2, p.107-110, abr-jun, 2015. 4 PAULA, C.S.M.M. O professor como agente da construção da teoria e da prática. REVELLI – Revista de Educação, Linguagem e Literatura da UEG-Inhumas. v. 3,n.1, p. 18-31, mar, 2011. Acesso em 22/09/2016. Disponível em www.revista.ueg.br/index.php/revelli/article/download/2862/1818. 5 FREIRE, P.S. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar.Editora Olho d´Água. São Paulo, 1997.