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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6263280

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6263280

A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA DO TRABALHO DO ENFERMEIRO

Autores:
Heitor Lênin Lisboa dos Santos ; Rejane Maria Paiva de Menezes ; Raiane Torres da Silva ; Fernanda Gomes da Silva ; Ana Carolina Nunes Nóbrega Diniz

Resumo:
**Introdução**: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia científica cada vez mais necessária a prática assistencial do enfermeiro, por conferir-lhes maior segurança e consequente melhoria da qualidade da assistência ao paciente, além de proporcionar autonomia aos profissionais de enfermagem1. Considerada um método que auxilia na organização e sistematização do cuidado, a Sistematização da Assistência de Enfermagem possui bases científicas, que fundamentam os fenômenos do processo saúde-doença e os cuidados de enfermagem direcionados as essas necessidades de saúdes dos indivíduos2.  A implementação desse método, está diretamente relacionada com o Processo de Enfermagem, que se baseia na investigação e tratamento das necessidades do indivíduo, a partir de atividades crítico-reflexivas ligadas à prática, onde o enfermeiro irá observar, planejar, implementar e avaliar suas ações, levando a uma maior segurança do paciente e uma maior independência do profissional, devido o embasamento teórico que tornam mais fidedignas as ações tomadas pelo enfermeiro3. O Processo de Enfermagem foi regulamentado através da Resolução de número 358 de 2009 do Conselho Federal de Enfermagem, que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a Implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorrem o cuidado profissional de Enfermagem4. Para que a Sistematização da Assistência de Enfermagem seja incorporada à prática dos enfermeiros e demais profissionais envolvidos, se faz necessário uma educação permanente, capacitando-os para a execução desse método em todas as unidades de internação e de atendimento em saúde. Devido à realidade atual da maioria das instituições hospitalares, nas quais visualizam-se a ausência da Sistematização da Assistência de Enfermagem, identificada na literatura, levantou-se o seguinte questionamento: Qual a importância da Sistematização da Assistência e Enfermagem na construção da autonomia do trabalho do enfermeiro em um Hospital Geral?  As respostas a essa questão tornam-se necessárias, tendo em vista o contexto e as dificuldades existentes nos serviços de saúde, que impedem a obtenção de respostas propositivas por parte dos profissionais de enfermagem. No que tange à contribuição aos serviços de saúde, entende-se que alguns aspectos devam ser ressaltados, como por exemplo, a influência econômica, haja vista que os resultados poderão otimizar a assistência com benefícios ao paciente, além da diminuição dos custos, gastos com insumos à instituição, associados à redução de tempo de permanência dos pacientes no ambiente hospitalar2. Pressupõem-se então, que a não utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem pode ser resultado da inexistência de educação permanente nos serviços de assistência à saúde voltados para o tema em debate. **Objetivo**: Descrever a importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem como instrumento de autonomia do trabalho do enfermeiro. **Descrição metodológica**: Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, com uma abordagem qualitativa, realizada no Hospital Geral no município de Mossoró, região Oeste do Rio Grande do Norte. A população consta com 60 enfermeiros que atuam nas unidades de internação do referido hospital, que através de entrevistas em profundidade sobre o assunto, responderam sobre sua experiência com a SAE e as dificuldades que enfrentam para implementá-la na instituição. Definiu-se como critérios de inclusão os enfermeiros com experiência mínima de seis meses na instituição hospitalar e que estejam atuando nas unidades de internação e como critérios de exclusão, àqueles que se encontram de atestado médico, licença gestante, licença prêmio ou férias, além daqueles que se recusarem a participar, assim a amostra final constituiu-se de 18 profissionais enfermeiros. A coleta de dados, ocorreu por meio de uma entrevista semiestruturada, com perguntas abertas subsidiadas por um roteiro norteador, previamente elaborado pelos pesquisadores e só foi iniciada após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.  Os dados foram analisados através da técnica de análise de conteúdo5. **Resultados**: Para os sujeitos a Sistematização da Assistência de Enfermagem, quando é aplicada nos serviços, promove autonomia da profissão e qualidade da assistência aos usuários sob seus cuidados. Com relação a autonomia profissional foi referido que o enfermeiro deixa de ser alguém cumpridor de tarefas prescritas pelo profissional médico, realizando suas próprias funções. Afirmou-se também que a Sistematização da Assistência de Enfermagem implantada no serviço diminui o trabalho do enfermeiro e o faz avaliar a assistência prestada ao usuário, promovendo uma articulação entre a equipe de enfermagem. Faz referência também a necessidade de ambiente favorável, no qual seja possível executar o processo de enfermagem e onde todos trabalhariam em prol de um objetivo comum. Importante salientar que os enfermeiros acham viável a realização da SAE nas clínicas, não sendo possível no pronto socorro justificado pela grande rotatividade de usuários, o que impossibilita a sua execução. **Conclusão**: A Sistematização da Assistência de Enfermagem ainda não é uma prioridade na instituição hospitalar pelas dificuldades que a equipe de enfermagem enfrenta no serviço com as rotinas pré-estabelecidas. Se faz necessário uma mobilização para reforçar a valorização do trabalho do enfermeiro e das contribuições que podem trazer para todos envolvidos com o processo sistematizado. Por outro lado, o apoio dos gestores certamente propiciará o suporte necessário para sua implantação, não só em termos técnicos, mas também materiais, de forma que possa assegurar aos profissionais condições adequadas para a implantação de um método que traga benefícios aos profissionais, gestores, familiares e toda a comunidade que necessitam dos serviços de uma instituição pública vinculada ao Sistema Único de Saúde. **Contribuições/implicações para a Enfermagem**: A pesquisa contribuiu para a reflexão da equipe enfermagem direcionando o seu trabalho para um método sistematizado, para a instituição hospitalar na organização do trabalho da enfermagem e usuários com a melhoria da qualidade da assistência prestada aos usuários e seus familiares.


Referências:
1. Casarolli ACG, Eberhardt TD, Nicola AL, Fernandes LM. Complexity level of assistance and nursing sizing in a emergency unit of a public hospital. Rev Enferm UFSM [Internet].2015[cited 2016 Abr 18],5(2):278-285. Available from: https://periodicos.ufsm.br/index.php/reufsm/article/view/16811/pdf 2. Conselho Federal de Enfermagem. COFEN. Resolução nº 358 de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília, 15 de outubro de 2009. 3. Bardin L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.