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6172136 | O QUE MUDA NO NÚCLEO CENTRAL DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS EM CONTEXTO HIV/AIDS ENTRE INICIANTES E CONCLUINTES DE ENFERMAGEM | Autores: Elizabeth Teixeira ; Hayd Shwerllay de Sousa Pereira ; Horácio Pires Medeiros ; Patrícia Dayara Coelho Rodriguez |
Resumo: **Introdução: **No Brasil, as políticas públicas no que tange ao Hiv/aids tem como objetivo promover um melhor atendimento às pessoas que vivem com Hiv/aids (PVHA), com vistas a qualidade de vida. Enfatiza-se que os programas governamentais e não governamentais defendem os direitos dessas pessoas. É importante que as instituições de ensino, e em especial os cursos de graduação em enfermagem, reflitam sobre a formação dos profissionais de saúde para o adequado manejo do Hiv/aids; é também importante se atentar às especificidades de grupos sociais vulneráveis, pois pesquisas científicas vêm revelando um maior crescimento e impacto da epidemia 1. Estudos internacionais sobre o conhecimento, atitudes e crenças de estudantes de enfermagem em contexto Hiv/aids, identificaram que os estudantes têm conhecimentos limitados sobre o manejo do agravo, e revelam-se atitudes negativas e medo do contágio durante as práticas e estágios. Destaca-se que estigmas e preconceitos podem trazer impactos negativos na qualidade de vida dessas pessoas bem como na qualidade da assistência prestada às PVHA, bem como influenciar a vontade dos estudantes de enfermagem em trabalhar com as PVHA, após a formação acadêmica 2. Tais aspectos nos motivaram ao presente estudo que tem como **Objetivo: **identificar aspectos privilegiados no núcleo central das representações sociais sobre Hiv/aids e cuidar de PVHA entre iniciantes e concluintes de um curso de graduação em enfermagem. **Metodologia: **trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, na perspectiva da Teoria do Núcleo Central. Os participantes foram 165 graduandos (75 iniciantes e 90 concluintes) de um curso de graduação em enfermagem de uma instituição de ensino superior localizada no município de Castanhal, nordeste do estado do Pará, Brasil. A coleta de dados foi pautada na técnica da evocação livre de palavras aos termos indutores “hiv/aids” e “cuidar de PVHA”. Para a análise de dados foi utilizado o softwre EVOC - Ensemble de Programmes Permettantl’ Analysedes Evoctions - versão 2005. De cada termo indutor obteve-se um quadro de quatro casas e para este estudo deu-se foco ao núcleo central revelado. **Resultados: **quanto ao perfil dos 75 iniciantes predominou o sexo feminino (51,68%), a idade até 20 anos (65,87%), o estado civil solteiro (58,76%), a religião evangélica (62%), e a renda familiar de 1 a 3 salários mínimos (39%). Quanto ao perfil dos concluintes predominou o sexo feminino (77,86%), a idade até 22 anos (64,71%), o estado civil solteiro (60,67%), a religião católica (62%), e a renda familiar em torno de 1 salário mínimo (64%). Em relação ao **termo indutor “HIV” entre iniciantes**, obteve-se um corpus de 405 evocações. Para obtenção do quadro de quatro casas, adotou-se frequência mínima para as evocações de 14 e frequência média de 23. Observou-se no 1° quadrante superior esquerdo (NC), as cognições doença e vírus**.** O termo doença obteve uma frequência de 39, com OME de 2,23; o termo vírus obteve frequência de 38 e OME de 2,237. Destaca-se no centro da representação social uma única **categoria: “a doença e o vírus”**. Em relação ao **termo indutor “HIV” para concluintes**, obteve-se 468 evocações. Para gerar o quadro de quatro casas aplicou-se frequência mínima de 16 e frequência média de 24. Observamos no 1° quadrante superior esquerdo (NC), as evocações doença, vírus, medo, prevenção e sexo. O termo doença teve frequência de 33, com OME de 2,39. O termo vírus frequência de 32 com OME de 2,28. O termo prevenção e medo obtiveram frequência de 28, e medo com OME de 2,96 e prevenção com OME de 2,71. O termo **sexo** teve frequência de 26, com OME de 2,38. Diferente dos iniciantes, revelam-se no centro da representação social quatro **categorias: “a doença e o vírus”, “a doença do medo”, “a doença do sexo”, “a doença e a prevenção”.** Quanto ao **termo indutor “cuidar de PVHA”** **entre iniciantes**, obteve-se 372 evocações. Para gerar o quadro de quatro casas aplicou-se frequência mínima para as evocações de 8 e frequência média de 28. Constatou-se no 1° quadrante superior esquerdo (NC) os termos cuidado, amor, tratamento e respeito**. **O termo cuidado com frequência de evocação de 51 e OME de 2,90; amor com frequência de evocação de 49 e OME de 2,87, tratamento frequência de evocações de 43 e OME de 2,83, respeito com 39 de frequência e OME de 2,94. Revela-se no centro da representação social três **categorias: “cuidar com amor”, “cuidar com medicação”, “cuidar com respeito”. **Em relação ao termo indutor “cuidar de PVHA” para concluintes, obteve-se 468 evocações. Para gerar o quadro de quatro casas, usou-se frequência mínima de 17 e frequência média de 28. No 1º quadrante superior esquerdo (NC) temos os termos cuidado, informação, amor, tratamento. O termo cuidado teve uma frequência de 44 com OME de 2,70. Informação frequência de 42 com OME de 2,92. Amor frequência de 40 e OME de 2,70. Tratamento frequência de 37 e OME de 2,40. Destaca-se no centro da representação social três **categorias: “cuidar com amor”, “cuidar com informação”, “cuidar com tratamento”**. O núcleo central (NC) é constituído de “um ou alguns elementos que ocupam na estrutura da representação uma posição privilegiada” 3. Nesse sentido, na RS sobre Hiv/aids dos iniciantes e concluintes, os aspectos privilegiados são convergentes em uma perspectiva, qual seja, “a doença e o vírus”, mas entre os concluintes emergem mais três aspectos privilegiados, que indicam atitudes propositivas (“doença e prevenção”), estigmatizantes (“doença do sexo”) e sentimentais (“doença do medo”). Quanto a RS sobre cuidar de PVHA, entre iniciantes e concluintes, os aspectos privilegiados são convergentes. **Conclusão: **quanto ao NC das RS sobre Hiv/aids, manifestaram-se diferentes aspectos entre concluintes e iniciantes. Infere-se que a apropriação que os concluintes fizeram do conhecimento reificado(científico), ao longo do processo de formação no curso de graduação em enfermagem, pode levar à uma mudança nos aspectos centrais da RS; tal mudança identificada neste estudo, foi numa primeira perspectiva quantitativa, pois os concluintes agregaram mais três elementos ao NC da RS, elementos que não emergiram entre os iniciantes; numa segunda perspectiva, a mudança foi valorativa, e os concluintes agregarem novos aspectos centrais à RS marcados pelo estigma - “doença do sexo”- que produz sentimentos negativos -“doença do medo”. Quanto ao NC das RS sobre cuidar de PVHA não se manifestaram diferenças significativas entre concluintes e iniciantes. **Implicações para a Enfermagem: **as reflexões suscitadas pelos resultados e conclusão contribuem positivamente para o debate sobre os desafios contemporâneos da formação profissional nos cursos de graduação em enfermagem. É necessário que os cursos ampliem os debates sobre o cuidar em contexto Hiv/aids. Há que se realizar mais estudos sobre o itinerário dos iniciantes e o que muda ao longo desse processo.
Referências: [1] FRANCISCHINELLI, A.G.B; ALMEIDA, F.A; FERNANDES, M.S.O.F. Uso rotineiro do brinquedo terapêutico na assistência a crianças hospitalizadas: percepção de enfermeiros. Acta Paul Enferm. São Paulo, 2012; 25910,18-23.
[2] FONTES, C.M.B.; MONDINI, C.C.S.D; MORAES, M.C.A.F; BACHEGA, M.I.; MAXIMINO, N.P. Utilização do brinquedo terapêutico na assistência à criança hospitalizada. Rev Bra Ed. Esp. Marília, 2010; 16 (1), 95-106.
[3] BRASIL, Ministério da Saúde. Lei nº 11.104 de 21 de março de 2005. Dispõe sobre o regulamento e instalação de brinquedotecas em hospitais. Brasília, 2005.
[4] BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 140 de 27 de fevereiro de 2014. Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Brasília, 2014. |