E-Pôster
6160773 | CONDUTAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA PRÁTICA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS | Autores: Dayana Mayer ; Aliny Fernandes Goularte ; Gabriela Marcellino de Melo Lanzoni ; Caroline Cechinel Peiter ; Marina Miotello |
Resumo: **Introdução**: As mãos são consideradas o principal veículo de disseminação de microorganismos durante a prestação da assistência, podendo ser através do contato direto com o paciente ou de maneira indireta, através do contato com objetos e superfícies contaminados, uma vez que a contaminação representa o primeiro passo para a infecção1. A higienização das mãos (HM) é reconhecida mundialmente como a prática mais efetiva na redução de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), uma vez que reduz as chances de transmissão cruzada de micro-organismos2. O uso concomitante de água e sabão na HM contribui para a eliminação dos microorganismos transitórios e para redução dos residentes, interrompendo, em grande parte, a cadeia de transmissão de doenças3. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a HM deva ser realizada em cinco momentos ideais: antes de contato com paciente; antes da realização de procedimento asséptico; após risco de exposição a fluidos corporais; após contato com paciente; e/ou após contato com as áreas próximas ao paciente2. Mesmo sendo uma prática mundialmente reconhecida e eficaz, ainda há muita resistência em sua adesão por parte dos profissionais da área da saúde, aumentando o risco de contaminação cruzada e o aumento da morbidade e mortalidade dos pacientes4. Medidas de avaliação de práticas educativas são fundamentais para o processo de qualificação da equipe de saúde, pois articulam aspectos que possibilitam reorientar as práticas dos profissionais de saúde, superando lacunas existentes no campo da formação, visando à melhoria do processo de trabalho em saúde. Essa estratégia é fundamental para a recomposição da formação, atenção, gestão, formulação de políticas e controle social no setor da saúde5. **Objetivo:** Caracterizar as condutas realizadas pela equipe de enfermagem, em um setor de emergência hospitalar, e seus conhecimentos acerca da higienização das mãos. **Descrição metodológica:** Trata-se de um estudo retrospectivo observacional, descritivo, de abordagem quantitativa, realizado entre setembro de 2016 e fevereiro de 2017, em uma unidade de Emergência hospitalar adulta no Sul do país com os funcionários da equipe de enfermagem. O estudo se propôs a analisar o impacto da implantação da Estratégia Multimodal da OMS para Melhoria da HM. O Guia de implantação da Estratégia Multimodal para Melhoria da HM é composto por cinco etapas, mas para este estudo, foram desenvolvidas somente as primeiras quatro etapas. A primeira etapa contemplou a caracterização das pessoas e estrutura física, já na segunda etapa foram coletadas as informações através de questionário e técnica de observação. Na terceira etapa foram realizadas a distribuição de cartazes, a instrução da equipe da unidade e a realização do treinamento prático. E na quarta etapa a reaplicação do questionário a fim de analisar o impacto da ação realizada. Para complementação da ação, foram utilizados dados secundários de número de eventos adversos sensíveis à higienização das mãos e de IH da Emergência. Através do programa Microsoft Excel os dados foram tabulados e submetidos análise comparativa descritiva. **Resultados: **O setor de emergência é dividido entre medicação, repouso e reanimação, a infraestrutura disponibilizada nesses ambientes para a HM conta com 8 pias, todas com sabonete liquido e papel toalha, além de 8 dispositivos de álcool em gel que quando testadas funcionavam perfeitamente. Durante a etapa de observação, foram identificadas 105 oportunidades de HM, das quais apenas 22 foram realizadas, sendo que dessas, apenas cinco foram realizadas antes do contato com o paciente. Assim, muitos funcionários realizaram a HM somente após o contato com o paciente, trazendo segurança para si, em detrimento do paciente. Na aplicação do questionário pré-intervenção e pós-intervenção, foi notável que todos os funcionários conheciam a importância da HM, entretanto muitos desconheciam as técnicas, tempo necessários e ate mesmo as principais fontes de infecção. Em uma análise geral pôde-se perceber o impacto causado pela ação sobre os itens: tempo mínimo necessário para a preparação alcoólica destruir a maioria dos microrganismos das mãos e sobre o tipo de higienização das mãos indicado para cada situação. No entanto, percebeu-se a permanência de algumas limitações nas dúvidas acerca do momento de higienização das mãos, da fonte de microrganismos mais frequente responsável pelas infecções relacionadas à assistência à saúde e dos itens que devem ser evitados por estarem associados à possibilidade de colonização das mãos. **Conclusão: **Mesmo a HM sendo uma prática simples, barata, eficaz e conhecida pelos profissionais da área da saúde, ela é muitas vezes esquecida ou até mesmo deixada de lado devido à alta demanda hospitalar, falta de profissionais ou mesmo por comodidade, e, quando realizada, o foco é somente a proteção individual do profissional. Para que essa prática seja realizada de maneira adequada é de suma importância que avisos e lembretes sejam distribuídos pelos locais onde a HM é realizada e ainda ações e atualizações da técnica devem ser repassadas anualmente em todos os setores hospitalares, tornando essa uma prática de rotina dos profissionais. **Considerações para Enfermagem: **Por se tratar de uma profissão que passa a maior parte do tempo a beira do leito com o paciente, a enfermagem tem grande importância na prevenção e redução da Infecção Hospitalar, sendo a HM o principal componente para que isso ocorra.
Referências: 1. Sousa, AFL et al.; Representações sociais da Enfermagem sobre biossegurança: saúde ocupacional e o cuidar prevencionista. Rev Bras Enferm.2016; 69(5):864-71.
2. Vasiliki B et al. Health and safety risks, implications and training in hospitals. Ind Comm Train. 2013; 45 (7): 420-427.
3. Gil, AC. Como elabora projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas; 2008.
4. Chizzotti, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 5. ed. São Paulo: Cortez; 2014.
5. Ribeiro G et al. Práticas de biossegurança no ensino técnico de enfermagem. Trab. Educ. Saúde. 2016; 14(3): 871-888. |