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6144999 | FATORES DE RISCO PARA HIPOGLICEMIA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS - UMA REVISÃO INTEGRATIVA | Autores: Hudson Carmo de Oliveira ; Karol Santos da Costa ; Taina Coutinho Leite ; Andrea Barroso Benevides ; Juliana Faria Campos |
Resumo: **Introdução:** A Hipoglicemia é vista como uma das consequências mais comuns do tratamento do Diabetes, ainda assim, alguns episódios hipoglicêmicos passam despercebidos pelos diabéticos, o que torna esta condição perigosa, prejudicando o devido controle glicêmico, além de ser um risco à vida destes indivíduos. Assim, percebemos a importância de conhecer quais fatores de risco influenciam na ocorrência de uma hipoglicemia. A contribuição da hipoglicemia para a mortalidade pode ser atribuída à indução da neuroglicopenia e aos efeitos cardiovasculares. A hipoglicemia deflagra a liberação de catecolaminas e leva a um estado pró inflamatório com o aumento da agregação plaquetária e de mediadores trombóticos. Essas mudanças podem predispor a episódios trombóticos e eventos cardiovasculares. A liberação de catecolaminas pode também levar a arritmias cardíacas. À hipoglicemia estão associados danos a longo prazo, como disfunção e falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. Os sintomas neuroglicopênicos podem levar às incapacidades funcionais, afetando diretamente a qualidade de vida. A hipoglicemia tem sido relacionada ao aumento do intervalo QT, arritmias reentrantes, bloqueios de condução, bradicardias, danos cerebrais e morte. Mediante a gravidade de um único episódio hipoglicêmico, é indispensável que o profissional de saúde e a rede familiar, bem como o próprio diabético, estejam atentos aos sinais de hipoglicemia e consigam intervir a tempo, identificando prioritariamente o surgimento de uma hipoglicemia, prevenindo suas complicações. Este estudo, portanto, tem por objetivo reunir, relatar e discutir esses fatores de risco encontrados em literatura científica. **Metodologia:** A abordagem metodológica utilizada nesta pesquisa foi a revisão integrativa (RI). Foram respeitadas as seis etapas próprias da RI: 1) Elaboração da questão de pesquisa, definida, através do método PVO (População, Variáveis, Desfecho), como: “Quais são os fatores de risco para à hipoglicemia em pacientes com Diabetes Mellitus?”; 2) Busca em literatura, foram realizadas buscas nas bases de dados/bibliotecas previamente definidas em nossos critérios de inclusão (Web of Science, Scopus, LILACS, BDENF, CINAHL, MEDLINE, IBECS), utilizando os seguintes descritores, cadastrados no Portal DeCS e seus equivalentes no portal MeSH: “Diabetes Mellitus”, “Diabetes Mellitus tipo 1”, “Diabetes Mellitus tipo 2”, “Diabetes Gestacional”, “Hipoglicemia”, “Risco atribuível”, “Risco”, “Fatores de risco” e “Complicações do Diabetes”; 3) categorização dos estudos; 4) avaliação dos estudos incluídos; 5) interpretação dos resultados; 6) apresentação da revisão. Ao todo, foram encontrados 9.667 artigos, dos quais 353 foram selecionados pelo título, 78 pelo resumo e 39 foram utilizados na elaboração do material. Como critério para elegibilidade de artigos nesta seleção de revisão integrativa, foram excluídas pesquisas mediante à: Fuga ao tema proposto (enfoque farmacológico sobre à terapêutica, genética e microbiologia associada ao diabetes, ênfase em efeitos deletérios dos episódios hipoglicêmicos); teses e dissertações; abordagem maciça à hipoglicemia como fator de risco para outras doenças e complicações; artigos de neonatologia perante à especificidade da clientela. **Resultados:** Foram encontrados 40 fatores de risco associados com a Hipoglicemia, os quais pudemos distribuir em 5 categorias, as quais são: relacionados à doença, relacionados ao indivíduo, comorbidades, relacionados à terapêutica, relacionados ao estilo de vida. Deste modo, listam-se 40 fatores de risco, a saber: Idade avançada, raça negra, sexo feminino, uso de insulinas associadas, modificação recente da dose/ dose aumentada/ dose equivocada, uso de insulina concomitante ao uso de sulfonilréias, terapia insulínica, tempo de insulinoterapia, terapia insulínica com doses fixas, uso concomitante de varfarina e sulfonilréias, tomada de medicação em horários irregulares, perda de peso, baixo IMC, controle glicêmico intensivo, monitorização inadequada da glicemia, alimentação deficiente, atividade física inadequada, consumo de álcool em uso de sulfonilréias, demência e déficit cognitivo, hiperlipidemia, história prévia de avc, polimorfismo genético, hipertensão, gastroparesia e doença celíaca, insuficiência renal e hipotireoidismo, outras comorbidades, sensibilidade à insulina aumentada, tempo de diagnóstico do diabetes tipo 1, Hb1Ac< 6,5%, macroalbuminúria, neuropatia autonômica, episódio de glicemia anterior, sonolência diurna, negatividade do peptídeo c, pouco conhecimento sobre a doença, baixa condição econômica e vulnerabilidade social, não reconhecimento dos sintomas e desvalorização do episódio da hipoglicemia, habilidade deficiente para o autocuidado, idade mais jovem e nenhuma causa conhecida. Alguns dos fatores de risco aparecem com maior frequência na literatura consultada, confirmando então sua importância sob o desdobramento ao episódio hipoglicêmico, dentre eles: História de hipoglicemia grave (9,5%), Alimentação prejudicada (12%), Intensidade inadequada de atividade física (12%), Sexo feminino (14%), Terapia insulínica (15%), Baixos níveis de hemoglobina glicada (19%), Comorbidade renal – Insuficiência renal (19%), Comprometimento cognitivo (19%), Uso de sulfonilréias (23%), Tempo de diagnóstico do diabetes (26%), Episódio de hipoglicemia anterior (28,5%), Idade avançada (40%). **Conclusão:** Este estudo conclui que elucidar os fatores associados à hipoglicemia se faz necessário visto ser um conhecimento importante ao profissional de saúde no manejo do diabetes, o qual poderá planejar melhor suas ações e antecipar suas intervenções, contribuindo assim para um tratamento qualificado aos pacientes, prevenindo agravos e complicações. **Contribuições/ Implicações para Enfermagem: **Esta pesquisa contribui com o trabalho do Enfermeiro frente a possibilidade de interação dos fatores associados elucidados pela literatura e os episódios hipoglicêmicos, permitindo assim que o profissional tenha uma visão ampliada do que pode estar relacionado aos desfechos de uma hipoglicemia, direcionando melhor suas condutas e contribuindo para a manutenção da saúde do diabético.
Referências: 1. Makuch DMV. Tendências de mudanças na implementação de programas curriculares da graduação de enfermagem em Curitiba e Região Metropolitana [dissertação]. Curitiba(PR): Faculdades Pequeno Príncipe; 2016.
2. Lampert JB. Tendências de mudanças na formação médica no Brasil: tipologia das escolas. 2ª ed. São Paulo: Hucitec; 2009.
3. Creswell JW, Plano Clark V. Pesquisa de métodos mistos. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2013.
4. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11ª ed. São Paulo: Hucitec; 2007.
5. Vieira LM, Sgavioli CAPP, Simionato EMRS, Inoue ESY, Heubel MTCD, Conti MHS, et al. Formação profissional e integração com a rede básica de saúde. Trab. Educ. Saúde. 2016 Jan-Abr;14(1):293-304. http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sip00093 |