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6100282 | Elaboração e validação de instrumento para avaliação diária do cateter central de inserção periférica em unidade de terapia intensiva neonatal | Autores: Jéssyca Karen Campos Januário ; Maria de Fátima Costa Caminha ; Suzana Lins da Silva ; Luciana Marques Andreto ; Claudiane Maria Urbano Ventura |
Resumo: **Introdução:** O Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP) é um cateter epicutâneo, muito utilizado como acesso vascular prolongado em neonatos prematuros, pois possibilita a infusão de múltiplas soluções intravenosas concomitantes, com maior durabilidade, diminuindo a dor ocasionada pelas punções venosas periféricas, além de evitar algumas complicações associadas ao uso do cateter venoso central inserido cirurgicamente1. O enfermeiro tem competência técnica e legal para inserir e manipular o CCIP, desde que esteja qualificado e/ou capacitado profissionalmente2. Embora possua uma menor taxa de complicações em relação ao cateter venoso central inserido cirurgicamente, o uso do CCIP não é isento de complicações. Além do risco de infecção de corrente sanguínea relacionada ao uso de qualquer dispositivo de acesso vascular, existe a possibilidade de complicações que podem levar a remoção não eletiva do cateter, principalmente por: obstrução, ruptura e edema do membro cateterizado1. Em grande parte, as complicações são passíveis de prevenção ou podem ser minimizadas com a detecção e intervenção precoce da equipe de enfermagem. Para isso, o correto monitoramento e o registro diário são importantes ferramentas da assistência de enfermagem em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) para manutenção do CCIP1. Porém, na prática assistencial, muitos enfermeiros que manipulam o CCIP não realizam o registro adequado, causando interferências no acompanhamento do desempenho e da eficiência esperados desses dispositivos, e implicando em consequências terapêuticas negativas para o paciente3.
**Objetivo:** Elaboração e validação de um instrumento para avaliação diária do CCIP em UTIN.
**Descrição Metodológica:** Estudo metodológico que visou elaborar e validar quanto ao conteúdo, instrumento para avaliação diária do CCIP em UTIN. A pesquisa foi ocorreu em uma UTIN de um hospital de ensino da cidade de Recife-PE e aconteceu em duas etapas. Na primeira realizou-se a elaboração do instrumento a partir da análise das fragilidades do instrumento pré-existente na instituição e revisão de literatura. Na segunda, o instrumento foi submetido à validação de conteúdo por meio da técnica Delphi e escala de Likert, no período entre março de 2017 e janeiro de 2018, da qual participaram como juízes 10 enfermeiros habilitados em procedimento de inserção, manutenção e remoção de CCIP, que trabalham na UTIN do referido hospital. O convite para participação na pesquisa foi in loco, com material contendo as orientações e justificativas do presente estudo, juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o instrumento para validação. Os dados obtidos foram transcritos utilizando-se o aplicativo Microsoft Excel. O nível de concordância dos juízes foi calculado pelo Índice de Validade de Conteúdo (IVC), onsiderando como aceitável o valor de IVC =0,80, tanto para avaliação de cada item, como para avaliação geral do instrumento. O estudo foi aprovado pelo (CAAE: 71027617.3.0000.5201).
**Resultados**: Com relação aos juízes, o tempo de experiência profissional dos enfermeiros na área de neonatologia e saúde da criança obtiveram média de 9,7 anos, sete deles possuíam especialização em neonatologia ou saúde da criança, três tinham entre um a nove anos de experiência docente e três realizaram publicação de artigo e/ou orientação de trabalho na área. Quanto ao instrumento pré-existente, observou-se a ausência de variáveis importantes, sexo do recém-nascido, identificação do membro utilizado para inserção do cateter, o antisséptico utilizado no preparo da inserção, os exames radiológicos posteriores à inserção e a ausência de um registro de monitoramento diário do cateter. Na aplicação do IVC, individualmente, os valores variaram de mínima de 0,60 e máxima de 1, o que não conferiu validade a todos os itens do instrumento. O IVC geral da primeira etapa foi de 0,89. Como não houve sugestões à correção dos itens, não houve necessidade de uma nova rodada. Todos os itens, que não haviam alcançado IVC de =0,80, foram excluídos do instrumento. O IVC geral após exclusão dos itens foi de 0,92. O instrumento final ficou dividido em 5 grandes grupos temáticos: 1. Identificação do paciente (IVC=0,98); 2. Dados sobre a inserção do PICC (IVC= 0,93); 3. Dados sobre o cateter (ICV=0,94); 4. Avaliação diária do PICC por turno (IVC= 0,87) e 5. Dados sobre a retirada do PICC (ICV= 0,92).
**Conclusão**: O instrumento elaborado possui validade de conteúdo avaliação diária do CCIP em UTIN, tendo em vista que o índice concordância alcançou valores acima do padrão estabelecido, ou seja, 80%.
**Contribuições/implicações para a Enfermagem:** O registro diário, realizado em instrumento próprio, é uma importante ferramenta para melhorar a continuidade da assistência de enfermagem, diminuindo complicações, além de subsidiar estudos futuros, no aprimoramento da prática de enfermagem para a inserção, manutenção e avaliação da utilização dos cateteres.
Referências: 1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA. Critérios Diagnósticos de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde [Internet]. 2013.
2. PIUVEZAM, G et al. Fatores associados ao custo das internações hospitalares por doenças infecciosas em idosos em hospital de referência na cidade do Natal, Rio Grande do Norte. Cad. Saúde Colet., 2015, Rio de Janeiro, 23 (1): 63-8.
3. SOUSA AFL, et al. Óbitos em idosos com infecção adquirida em Unidades de Terapia Intensiva. Rev Bras Enferm. 2017 jul-ago;70(4):766-72.
4. LE GALL, JR et al. A new Simplified Acute Physiology Score II Based on a European/North American Multicenter Study. Journal of the American Association, 1993, 270(24):2957-63.
5. CHARLSON, ME et al. A new method of classifying prognostic comorbidity in longitudinal studies: Development and validation. Journal of Chronic Diseases, 1987, 40 (5):373-83. |