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6070786 | DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO PARA RACIOCÍNIO CLÍNICO E MANEJO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA EM PACIENTES CRÍTICOS | Autores: Daniela Couto Carvalho Barra ; Sayonara de Fátima Faria Barbosa ; Grace Teresinha Marcon Dal Sasso ; Charles Alberto Teixeira Filho ; Sabrina Regina Martins |
Resumo: **Introdução:** A ventilação mecânica (VM) é um método de suporte ventilatório indicado para pacientes incapazes de manterem uma via aérea pérvia e uma troca gasosa adequada. Clinicamente, o suporte ventilatório é ofertado quando o paciente apresenta insuficiência respiratória, condição que consiste de um esforço muscular respiratório exacerbado, um pH sanguíneo fora da margem de 7,35 a 7,45, uma PaO2 abaixo de 50mmHg e uma paCO2 a cima de 50mmHg. A VM pode ser administrada de duas formas, sendo uma invasiva e outra não invasiva. A forma invasiva consiste da inserção de um tubo orotraqueal ou uma traqueostomia, que são conectados diretamente no ventilador, enquanto a não invasiva é administrada através de uma interface facial1. Um estudo prospectivo, de corte, de 3 meses realizado na Austrália objetivou identificar o papel de enfermeiros de terapia intensiva na gestão da VM. O estudo conclui que de 474 pacientes admitidos durante 81 dias de estudo, 67% encontravam-se em VM, sendo que nesse período foram realizados 3986 ajustes nos ventiladores e que desse total 67% foram realizados por enfermeiros. Tais ajustes incluíam ajuste da FiO2, titulação de volume corrente, ajuste da frequência respiratória e da pressão inspiratória2. No Brasil, um estudo apontou que de 390 pessoas internadas em terapias intensivas do Brasil em um único dia, 55,6% encontravam-se em VM, sendo que o tempo de internação desses pacientes era 13,8 dias maiores dos que não fizeram uso dessa tecnologia3. Nesse cenário, o profissional que recebe protagonismo no cuidado a esses pacientes é o enfermeiro, o qual é responsável por colocar o paciente na melhor condição física possível, cabendo a ele avaliar e aplicar intervenções que atendam às necessidades de otimização da oxigenação, tais como melhoria da permeabilidade das vias aéreas e troca gasosa, exigindo desse profissional a continuidade no aperfeiçoamento de seu conhecimento a respeito da condução da VM4. Uma ferramenta utilizada para a educação continuada são as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), que permitem de forma significativa o desenvolvimento educacional através de novas maneiras de ensino-aprendizagem e de consumo e produção de conhecimento em saúde. Exemplos de TIC são os Mobiles Learnings, um método de aprendizagem que utiliza recursos móveis, como celulares, smartphones, notebooks, palmtops, tablets e pcs. O diferencial dessa tecnologia é permitir a aprendizagem do sujeito durante sua locomoção através de aplicativos móveis para esses aparelhos5. Diante dessa realidade buscou-se desenvolver uma tecnologia mobile learning denominada: m-MechanicalVentilationCARE para avaliação clínica e tomada de decisão do profissional enfermeiro para a ventilação mecânica. **Objetivo: **Estruturar o conteúdo de VM na plataforma mApp® desenvolvida pelo Laboratório de Produção Tecnológica em Saúde/Grupo de Pesquisa Clínica e Tecnologias e Informática em Saúde e Enfermagem (LAPETEC/GIATE).** Descrição metodológica: **Trata-se de uma produção tecnológica inovadora que resultou no desenvolvimento de uma tecnologia de aprendizagem móvel sobre avaliação clínica e tomada de decisão frente aos parâmetros respiratórios de pacientes mecanicamente ventilados, para profissionais e estudantes de enfermagem. A estruturação do aplicativo deu-se através da coleta de informações na literatura e a seleção das últimas evidencias científicas, além de consensos sobre a temática, posteriormente digitalizadas na plataforma mApp®. O ambiente de desenvolvimento aconteceu nas dependências do LAPETEC/GIATE, localizado no Campus Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, bairro Trindade, na cidade de Florianópolis, estado de Santa Catarina e contou com a participação de dois conteúdistas e um programador. Os dados para estruturação do aplicativo foram coletados através de uma revisão de literatura nas bases de dados: PUBMED, LILACS, MEDLINE, Cochrane e Scopus a partir dos descritores Nursing; Critical Care Nursing; Intensive Care Units; Respiration, Artificial; Hypermedia e Medical Informatics. Também foram utilizados livros textos, guidelines e consensos de ventilação mecânica. O desenvolvimento tecnológico envolveu duas etapas: a primeira utilizou do método do Design Instrucional Contextualizado (DIC) e a segunda do método Hipermídia. A escolha de duas etapas deve-se ao fato de a primeira etapa focar na construção do objetivo de aprendizagem, enquanto a segunda, focalizou na elaboração do sequencial de telas do aplicativo. O método DIC é composto por 5 fases: Análise, Design e Desenvolvimento, Implementação e Avaliação. Na fase de análise houve o desenvolvimento das necessidades e objetos de aprendizagem. Posteriormente, na fase de design e desenvolvimento, buscou-se elaborar a instrução e os materiais instrucionais, fase em que houve a separação dos assuntos que seriam inseridos no aplicativo. A fase de implementação envolveu a testagem do conteúdo pelos conteúdistas e por último, na avaliação, buscou-se remover assuntos impertinentes para o aplicativo. Na segunda etapa metodológica, chamada Hipermídia, buscou-se estruturar a sequencia de telas e o fluxo de informações que o usuário navegaria. O método hipermídia utiliza de 5 fases: Análise e Planejamento, Modelagem, Implementação, Avaliação e Manutenção e Distribuição. A fase de análise e planejamento envolveu a definição do tema, objetivos do produto, o público alvo e os recursos disponíveis para sua construção. Na segunda fase, denominada de modelagem, houve a aplicação dos objetos, hiperobjetos, modelo de navegação e interface com base no conhecimento levantado sobre a temática. Tal técnica permitiu a visualização antecipada do projeto e auxiliou na definição da navegação a ser realizada pelo usuário. A fase de implementação envolveu a revisão do texto, do funcionamento dos nós e dos links anteriormente planejados. Também se realizou a digitalização das mídias e a construção do hipertexto com uso do software mApp®. Tal software funciona com a lógica fuzzy e permitiu a criação de uma sequência de telas que utilizava regras de Se e Então, que direcionavam o caminho que o usuário iria percorrer de acordo com a digitação dos parâmetros de avaliação de seu paciente. Na penúltima fase, avaliação e manutenção, ocorreram a testagem de todos os links e mídias e as correções necessárias, relacionadas a digitalização das mídias. A fase de distribuição, que diz respeito a como a mídia será distribuída, foi realizada através de acesso à internet via player da plataforma mApp®, que se encontra no link: http://erue.giate.ufsc.br:8080/charles/. O acesso é gratuito e necessita de login e senha para acesso, fornecido pela administração da plataforma. **Resultados: **O aplicativo elaborado foi nomeado de MechanicalVentilationCARE® e conta com um sequencial de telas que permite o usuário aprimorar seu conhecimento em VM e também manejar a VM em pacientes graves. Através do uso do aplicativo o profissional será norteado em o que avaliar no paciente, se os ajustes estão adequados e a conduta que deverá ser seguida. **Conclusão: **O objetivo do estudo foi atingido e teve como produto um aplicativo para avaliação clínica do paciente em VM e seu manejo. **Implicações para enfermagem: **Tal tecnologia é uma poderosa ferramenta para aperfeiçoamento profissional e ensino da VM, pois possibilita aos usuários revisarem tópicos essenciais e também norteia o pensamento no momento de avaliar um paciente e realizar ajustes no ventilador mecânico. Mesmo a enfermagem tendo pouca participação na decisão sobre o programa de parâmetros ventilatórios, o aplicativo é uma forma de estimular os profissionais a retomarem seu protagonismo no cuidado a pacientes graves, afinal, o enfermeiro é tão responsável quantos outros profissionais de saúde pela manutenção e melhoria da condição respiratório dos pacientes.
Referências: 1.Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2017-2018) / Adolfo Milech...[et. al.]; Org.José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016. 2. Caiafa J S.; et al. Atenção integral ao portador de pé diabético. Jornal Vascular Brasileiro, Porto Alegre, 2011.10(4,supl. 2):1-32. 3.Santos ICRV et al. Pé diabético: apresentação clínica e relação com o atendimento na atenção básica. Rev. Rene, Fortaleza, 2011 abr/jun; 12(2):393-400. 4. Luciano LB, Lopes CHAF Enfermeiro no Cuidado do Paciente com Úlcera de Pé Diabético. Rev.Baia Enfer., Salvador, 2006, 20 ( 1/2/3):47-55, jan/dez. 5 Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia Da saúde da família. / Eugênio Vilaça Mendes. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. 512 p.; 2012. |