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6029640 | FORMAÇÃO TÉCNICA EM ENFERMAGEM NAS ESCOLAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE | Autores: Juliana Costa Ribeiro-barbosa ; Simone Coelho Amestoy ; Cristiane Costa Reis da Silva ; Rosana Maria de Oliveira Silva |
Resumo: **I****ntrodução:** o ensino técnico em enfermagem oportuniza a formação de profissionais preparados para atuar diante das necessidades de saúde da população no que concerne à promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dos processos saúde-doença1, portanto, a formação deve atender aos princípios do SUS. Quanto à dimensão pedagógica desta formação, alguns instrumentos, por exemplo, o Projeto Político Pedagógico (PPP) e os Planos de Ensino, direcionam e facilitam o processo de ensino-aprendizagem, com vistas a adequações da formação à realidade da sociedade e de saúde2. Sendo assim, foram criadas, a partir da década de 1980, as Escolas Técnicas o Sistema Único de Saúde (ETSUS) - instituições públicas que visavam, a _priori_, qualificar/formar os trabalhadores de saúde de nível fundamental ou médio empregados no SUS, tendo seus princípios e diretrizes como norteadores dos planos de ensino3. Particularmente na enfermagem, tais Escolas proporcionam a formação e qualificação de recursos humanos imprescindíveis ao fazer saúde4. No cenário nacional existem 40 escolas distribuídas por todo o país. O Nordeste do Brasil possui 12 ETSUS, das quais 06 escolas oferecem a formação técnica em enfermagem, o que confere o título de região com a maior oferta deste curso. O objetivo destas escolas é promover o desenvolvimento do sujeito, o exercício da cidadania e a atuação no mundo do trabalho com base nos princípios do SUS5. Desta forma, se faz necessário voltar os olhares para a formação técnica, principalmente por ser um objeto pouco investigado e que carece de investimentos, devido sua importância para o âmbito da saúde. **Objetivo: **analisar a formação em enfermagem nas Escolas Técnicas do SUS da Região Nordeste, Brasil.** D****escrição metodológica: **pesquisa documental, descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa, oriunda da dissertação de mestrado intitulada “Formação em Enfermagem nas Escolas Técnicas do SUS”, que teve como lócus/instituições coparticipantes, seis ETSUS da Região Nordeste brasileira. Definiu-se, como critério de inclusão, que a escola ofertasse o curso técnico em enfermagem. A aproximação às instituições coparticipantes ocorreu por contato telefônico e, posteriormente, encaminhou-se convite eletrônico para que participassem da pesquisa. Neste momento, foram enviados também Termos de Autorização da Instituição Coparticipante e de Concessão, Carta de Apresentação e cópia do projeto. Constituíram fontes de dados o Projeto Político Pedagógico das Escolas e os Planos de Ensino do referido curso e como instrumentos, três roteiros estruturados cujas questões eram concernentes aos aspectos pedagógicos da formação. A técnica para a coleta de dados foi a documentação indireta, que utiliza as fontes documentais que não foram submetidas a nenhuma análise prévia. Para análise e interpretação dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo, modalidade temática, por meio da qual foram obtidas 44 unidades de contexto e 61 unidades de registro. Estas, por sua vez, foram agrupadas conforme o critério de similitude temática (categorização), permitindo identificar 11 categorias preliminares, as quais foram agrupadas em três categorias temáticas, que se conformaram como resultados da presente pesquisa, são elas: Abordagem integrativa, Abordagem problematizada e Avaliação qualificativa. Cabe salientar que o anonimato das Escolas coparticipantes foi resguardado, a fim de garantir o sigilo e assegurar que as informações fossem utilizadas somente para fins de pesquisa e/ou publicação científica, de modo que tais Escolas foram identificadas com uma sigla, seguida de um algarismo arábico. Ademais, o estudo respeitou os princípios éticos e científicos para pesquisa com seres humanos especificados na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº. 2.121.511, em junho de 2017.** R****esultados: **a abordagem integrativa, baseada na concepção de currículo integrado, foi assinalada como tendência pedagógica essencial para a formação. Tal abordagem focaliza o ensino, serviço e a comunidade como elementos indissociáveis do processo de ensino-aprendizagem, os quais se complementam. Propicia a aplicabilidade dos conhecimentos em situações concretas do serviço de saúde, da prática profissional e da realidade da população, dinamizando a relação entre estas. O estudo sinalizou ainda que a abordagem problematizada, demonstrada na Metodologia da Problematização, é utilizada pelas escolas como caminho metodológico para o desenvolvimento do processo de ensinar-aprender. Esta abordagem atribui caráter de problema àquilo que precisa ser apreendido pelo discente e possibilita o levantamento de questões para análises, discussões e decisões. Desse modo, o problema é encarado como desencadeador, ponto de partida, por meio do qual o conhecimento é mobilizado. Por fim, os cursos técnicos em enfermagem em questão se valem da avaliação qualificativa, com base em conceitos, para avaliar o desempenho do estudante diante de sua aprendizagem. São atribuídas menções, as quais expressam o alcance das competências profissionais que precisam ser desenvolvidas. **C****onclusão:** o estudo evidenciou que a formação em enfermagem nas Escolas Técnicas do SUS fundamenta-se na abordagem integrativa, considerada tendência pedagógica, abordagem problematizada, que consiste no caminho metodológico para o processo de ensinar-aprender e a avaliação qualificativa, potencializadora do alcance das competências profissionais. A formação técnica em enfermagem aponta, assim, para o compromisso com o SUS e a excelência profissional, na medida em que fortalece a integração entre ensino-serviço-comunidade, incentiva o estudante a ser proativo na busca pela construção do conhecimento, referencia o processo de ensino-aprendizagem nas reais demandas da população e do sistema de saúde e potencializa a aquisição e o aprimoramento das competências necessárias para o exercício profissional. **C****ontribuições/implicações para a Enfermagem: **pesquisar a formação técnica de nível médio em enfermagem, sobretudo a desenvolvida pelas ETSUS, é indispensável, à medida que há o fornecimento de informações sobre pontos fortes e que precisam ser melhorados, as quais são subsidiárias para o enfrentamento e superação das dificuldades, tendo em vista a formação de excelência no e para o SUS, com consequente melhoria da qualidade da assistência à saúde. **R****eferências: **1- Mata LRF, Madeira AMF. Análise da produção científica sobre a educação profissionalizante da enfermagem: uma revisão integrativa. Rev Min Enferm. [Internet] 2010; 14(3) [acessado em 17 jul 2017]. Disponível: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/135. 2- Ferrari GV. A importância do coletivo na construção do Projeto Político Pedagógico da instituição escolar. PERSPECTIVA, Erechim [Internet]. 2011; 35(132) [acessado em 19 fev 2017]. Disponível: http://novaescolaclube.org.br/sites/revista_digital/files/a_importancia_do_coletivo_na_construcao_do_ppp_da_instituicao_escolar.pdf. 3- Galvão EA, Sousa MF. As escolas técnicas do SUS: que projetos político-pedagógicos a sustentam? Revista de Saúde Coletiva [Internet] 2012; 22(2) [acessado 15 jul 2016]. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/physis/v22n3/17.pdf. 4- Lessmann JC, Lanzoni GMM, Gubert E, Mendes PXG, Prado ML, Backes VM. Educação profissional em enfermagem: necessidades, desafios e rumos. Rev. Min. Enferm. [Internet] 2012; 16(1) [acessado em 15 jun 2016]. Disponível: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/507. 5- Rede de Escolas Técnicas do SUS. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz (RETSUS) [Internet] [acessado 14 jan 2018]. Disponível: www.retsus.epsjv.fiocruz.br.
Referências: 1. Souza LM, Ramos MF, Becker ESS, Meirelles LCS, Monteiro SAO. Adesão dos profissionais de terapia intensiva aos cinco momentos da higienização das mãos. Revista Gaúcha de Enfermagem [Internet] 2015;36(4):21-28 [acesso em 23 fevereiro de 2017]. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/49090/35654
2. Backes DS, Obem MK, Pereira SB, Gomes CA, Backes MTS, Aerdmann AL. Incubadora de Aprendizagem: ferramenta indutora do empreendedorismo na Enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem [Internet] 2015;68(6):1103-1108 [acesso em 14 fevereiro 2018]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680615i
3. Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70; 2011. |