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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 6002679

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6002679

MEDIDAS DE SEGURANÇA ADOTADAS PARA A REDUÇÃO DE RISCO NAS INSTITUIÇÕES HOSPITALARES PÚBLICAS: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores:
Kethlen D. Archer da Silva ; Josimary Souza da Silva ; Liziane Conceição Goulart Boff ; Viviane Muller

Resumo:
**Introdução:** Desde o século XIX, a inscrição em latim _Primum non nocere _com tradução livre de “Primeiramente, não cause dano”, tendo a segurança do paciente como prioridade é um dos critérios básicos para alcançar a qualidade assistencial dentro dos hospitais1. A questão da segurança da assistência nas instituições hospitalares parece um assunto tão óbvio e incorporado ao cotidiano, que quando noticiada pela mídia a ocorrência de erros na assistência à saúde, como cirurgias ou procedimentos invasivos em locais, membros e até mesmo pacientes errados, superdosagens de medicações, entre outros, a reação é de perplexidade. Entretanto, apesar do cuidado em saúde trazer enormes benefícios a todos os envolvidos, a ocorrência de erros é possível, e os pacientes podem sofrer graves consequências, até mesmo o óbito2. Por isso, a preocupação com a segurança do paciente é um tema de relevância crescente em todo o mundo. Dados da literatura indicam que um em cada seis pacientes internados em hospitais é vítima de algum tipo de erro ou evento adverso (EA), que na maioria das circunstâncias são passíveis de medidas de prevenção3. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define segurança do paciente como redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde, sendo dano compreendido como o comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo ser físico, social ou psicológico. Já incidente trata-se de um evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao paciente, conhecido como EA. E o risco é entendido como probabilidade de um incidente ocorrer4. Várias iniciativas foram adotadas no mundo e no Brasil, visando à segurança do paciente, no entanto, faz-se necessária uma maior sistematização da aplicação das melhores práticas em prol da segurança do paciente, de forma que elas sejam eficazes, caso contrário todos os esforços serão desperdiçados tornando instável o objetivo pelo qual foram implementadas, deixando o paciente em risco5. Outra ação essencial é a análise de causa raiz que tem sido amplamente empregada para investigação de fatores sistêmicos que proporcionaram a ocorrência do erro, recomendando soluções que possam prevenir erros similares e causar danos no futuro. As práticas de gestão de riscos estão associadas diretamente a segurança do paciente no ambiente hospitalar1. **Objetivos: **Identificar as publicações científicas em Enfermagem, que evidenciam as medidas de segurança adotadas para a redução de risco nas instituições hospitalares públicas entre os anos de 2012 e 2017. **Descrição Metodológica: **Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura com busca efetuada em quatro bases de dados: Base de dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), _Medical Literature and Retrivial System online _(MEDLINE) via portal PubMed e _Scientific Eletronic Library Online _(SCIELO), no qual foi realizado o cruzamento dos descritores utilizando a lógica dos recursos booleanos no campo de busca. **Resultados: **Foram encontrados um total de 685 estudos. Depois de aplicados os critérios de inclusão e exclusão restaram para o estudo 55 artigos selecionados. Foi realizada a leitura na íntegra dos 55 artigos selecionados utilizando-se o instrumento SQUIRE 2.0, restando apenas 10 artigos para a inclusão na revisão de literatura. Os artigos que foram excluídos a partir do instrumento SQUIRE 2.0 não continham algumas informações cruciais para serem classificados como estudos com rigor científico e metodológico, e por isso, não integraram os resultados desta pesquisa. Dos 10 artigos selecionados, observou-se que 4 são estudos exploratórios, 3 são pesquisas qualitativas e 3 quantitativas. Em 6 deles optou-se por pesquisa mista na qual foram combinados os métodos predeterminados das pesquisas quantitativas com métodos emergentes das qualitativas, assim como questões abertas e fechadas, com formas múltiplas de dados contemplando todas as possibilidades, incluindo análises estatísticas e análises textuais. Realizou-se pesquisa transversal em 3 artigos e, por fim, nas pesquisas realizadas dentre os 10 artigos selecionados, o principal objeto de estudo foi com os pacientes no qual verificou-se 4 artigos que focaram a pesquisa somente nos pacientes, ou em prontuários de pacientes, tem-se também familiares dos pacientes referidos em um dos artigos ou pesquisas que envolveram tanto o paciente quanto os profissionais de saúde. Pesquisas com profissionais da saúde totalizaram 3 artigos. **Conclusão: **A segurança do paciente é um problema de saúde pública e afeta países do mundo inteiro sem fazer distinção se eles são desenvolvidos ou estão em desenvolvimento. Os eventos adversos vão desde a queda de leitos até os erros cirúrgicos que muitas vezes retiram equivocadamente determinado órgão e podem afetar gravemente o ser humano por toda vida. A produção científica de enfermagem sobre a segurança do paciente estuda diversas causas e traz algumas propostas de soluções. Muitas, inclusive, simples, como, por exemplo, a identificação por meio de pulseira eletrônica e a educação em saúde no sentido de não permitir que o profissional de enfermagem repasse suas responsabilidades aos familiares acompanhantes, causando uma inversão de função e um perigo iminente a segurança do paciente internado. Com base nas reflexões dos artigos selecionados, evidencia-se a qualidade da assistência ao paciente como resultado de uma cultura de segurança que deve ser implantada nas instituições hospitalares, propiciando a uma gestão de qualidade a competência para gerir as adversidades encontradas nos serviços de saúde, a capacitação contínua dos profissionais e, um ponto essencial pouco observado, que são os instrumentos de notificação de eventos adversos e a análise de suas causas que contribuem para o acompanhamento e controle de ocorrência, para elaboração de medidas de prevenção e estratégias eficazes. O estudo demonstrou que a prevenção é imprescindível para aumentar a garantia da segurança do paciente e isso, significa dizer atuar diretamente nas causas, e que no período de 2012 e 2017 a estratégia pela segurança tem sido implantada nos hospitais públicos, revelando a crescente preocupação destes hospitais com o bem-estar dos pacientes e com e melhoria do cuidado. Contudo, apesar de todo esforço, ainda não foram alcançadas na íntegra as determinações da OMS. **Contribuições/Implicações para Enfermagem: **A importância do conhecimento de cada etapa do processo de internação da equipe de enfermagem opõe-se aos causadores diretos de efeitos negativos neste contexto, e possibilita minimizar o prolongamento desnecessário da internação dos pacientes e os eventos adversos, garantindo assim, maior segurança ao paciente.


Referências:
1. MELLO, Bruna Schroeder. MASSUTTI, Tânia M. LONGARAY, Vanessa K. TREVISAN, Daniela. LUCENA, Amália de Fátima. Applicability of the Nursing Outcomes Classification (NOC) to the evaluation of cancer patients with acute or chronic pain in palliative care, Applied Nursing Research; February 2016, Volume 29, Pages 12-18 2. LUCENA, Amália de Fátima et al. Brazilian Validation of the Nursing Outcomes for Acute Pain. International Journal Of Nursing Knowledge, [s.l.], v. 24, n. 1, p.54-58, 16 out. 2012. 3. BOTTEGA. Fernanda Hanke. FONTANA. Rosane Teresinha. A dor como quinto sinal vital: utilização da escala de avaliação da dor por enfermeiros de um hospital geral. Ver. Texto Contexto da Enfermagem. Florianópolis, 2010. 4.MOORHEAD, S.; JOHNSON, M.; MAAS, M.; SWANSON, E. Nursing outcomes classification (NOC): measurement of health outcomes. Sixth Edition. Philadelphia: Elsevier, 2018.