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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5997586

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CONSULTA DE ENFERMAGEM NA REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS EM UM CENTRO DE SAÚDE DE FLORIANÓPOLIS-SC

Autores:
Renata da Rosa Turatti Fetzner ; Marina Piazza ; Carolina de Araujo Belcorso Bressan ; Alessandra Souza Machado Evangelista ; Gisele Magnabosco

Resumo:
CONSULTA DE ENFERMAGEM NA REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS EM UM CENTRO DE SAÚDE DE FLORIANÓPOLIS-SC Renata da Rosa Turatti Fetzner Alessandra Souza Machado Evangelista Gisele Magnabosco Carolina de Araujo Belcorso Bressan Marina Piazza INTRODUÇÃO: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) estão entre os problemas de saúde pública mais comuns no Brasil e em todo o mundo, sendo atualmente considerados o principal fator facilitador da transmissão sexual do HIV, Sífilis e hepatites virais. Atualmente a categoria em ascensão com maior exposição é a heterossexual em especial do sexo feminino¹. Entre os homens verifica-se que 45,6% dos casos tiveram exposição homossexual e 3 9,4% heterossexual já entre as mulheres, observa-se que 96,4% dos casos notificados tiveram exposição heterossexual. Em relação à faixa etária da população mais exposta encontra-se no intervalo de 15 a 39 anos de idade². Estas infecções quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até mesmo para o óbito. Esta realidade culminou na publicação da Portaria nº 34/SVS/MS de 29/07/2005 que regulamenta o uso dos testes rápidos como diagnóstico da infecção pelo HIV no Brasil. Em virtude dessa publicação, o Ministério da Saúde promoveu inicialmente a implantação dos testes rápidos para rede pública capacitando os profissionais para realização dos testes rápidos como forma de diagnóstico da infecção das IST’s³. A exposição de risco a relações sexuais vem aumentando consideravelmente na análise dos servidores das equipes de saúde de família de um centro de saúde de Florianópolis, quando avaliado o número de usuários diários expostos às ISTs, doenças ginecológicas e gravidez indesejada de parceiros não fixos. Sendo assim a testagem rápida veio como ferramenta para captar precocemente casos novos e diminuindo a cadeia de transmissão dos vírus do HIV, sífilis, hepatites virais (B e C). Desde 2013, a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis iniciou na rede de serviços a descentralização dos testes rápidos, com o intuito de ampliar a oferta para além do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), permitindo que as unidades básicas de saúde disponibilizam este serviço, facilitando o acesso e permitindo rapidez no diagnóstico e intervenção precoce pelas equipes de saúde da família. Dessa maneira, foram capacitados enfermeiros representantes das unidades de saúde, através de treinamento presencial teórico-prático. A Comissão Permanente de Sistematização da Assistência de Enfermagem, preconiza a realização dos testes rápidos no espaço da consulta de enfermagem por meio da utilização e validação dos diagnósticos de enfermagem.  A consulta de enfermagem tem o objetivo de prestar assistência sistematizada, identificando os problemas de saúde-doença, executando e avaliando cuidados que contribuam para a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde4. Sendo assim, é crescente a demanda de usuários na unidade de saúde em busca da testagem rápida, contribuindo para diagnóstico precoce, diminuição dos casos de ISTs. OBJETIVOS: Analisar fragilidades e potencialidades no atendimento voltado ao diagnóstico das IST’s e descrever os diagnósticos de enfermagem relacionados à testagem rápida identificados na consulta de enfermagem através da análise do boletim informativo emitido em janeiro de 2018 emitido pela Gerência de Atenção Primária do Município de Florianópolis5. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo. Analisados dos dados em três encontros de uma hora por três enfermeiras e uma residente de enfermagem através de levantamento de dados pelo sistema de prontuário eletrônico Infosaude, utilizado pela SMS, e dados do boletim da Gerência de Atenção Primária janeiro/2018, relacionado ao aumento do número de exames para identificação de IST’s no ano de 2017, pelas ESF do centro de saúde. RESULTADOS: De acordo com o boletim informativo emitido pela GAP5, no ano de 2017 percebe-se o crescente aumento do número de testes rápidos realizados no centro de saúde, totalizando 237 testes com laudos emitidos. Observa-se que ao longo do ano esta oferta de serviço teve um aumento crescente: no primeiro trimestre 14%, no segundo trimestre 12%, no terceiro trimestre 18% e no último trimestre 56%. Estes números identificam a melhor organização do serviço em ofertar tais procedimentos, juntamente com a elaboração de protocolos clínicos pela SAE, que proporcionam autonomia ao enfermeiro na tomada de decisão durante o processo de enfermagem. Observa-se ainda que do total de testes realizados em 2017, 54,8% não foram registrados como procedimento realizado no Infosaude, apesar de constarem na evolução do enfermeiro. Analisando-os, identificamos a necessidade de intervenção para melhoria e padronização dos procedimentos durante a consulta de enfermagem. Em relação às consultas de enfermagem, voltadas à detecção e prevenção das IST’s, foram identificados os seguintes diagnósticos de enfermagem: Ansiedade; autocuidado inadequado, comportamento de busca a saúde; falta de conhecimento sobre a doença; conhecimento sobre doença; conhecimento sobre testes diagnóstico; medo da doença; negação relacionado a resultado positivo; parceria sexual com sífilis; prática sexual de risco; prática sexual segura; sífilis tratada; desesperança.  CONCLUSÃO: Os dados contribuíram para os diagnósticos precoces, quebrando a cadeia de transmissão, tratamento das parcerias, orientação principalmente quanto ao uso de preservativos, aumentando o conhecimento do usuário, bem como  oferta de tratamento e acompanhamento pela ESF. Esses dados possibilitaram compreensão das fragilidades e potencialidades na busca de resultado satisfatório. A avaliação do número crescente de infecções pelas ISTs vem de encontro com a melhora na qualidade de atendimento a população, facilidades e resultados positivos, tratamentos eficazes e usuários orientados quanto às doenças e ao autocuidado. Constatou-se que o aconselhamento pré e pós teste é essencial para prevenção de doenças e promoção da saúde. O diagnóstico de enfermagem oferece segurança e encaminhamento correto em relação condição de saúde do usuário. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: O registro correto das consultas de enfermagem são importantes para contabilizar os procedimentos realizados, considerando que há um subregistro dos dados e de posse dessas informações, os enfermeiros conseguem identificar os nós críticos e melhorar os registros. Verifica-se a importância do uso de diagnósticos de enfermagem para traçar planos de cuidados conforme andamento da consulta de enfermagem. Diante do crescente número de testagens, a enfermagem assume o protagonismo na detecção de novos casos e coinfecção. Sendo assim, proporciona seguimento e estruturação na busca de melhoria nos atendimentos ofertados. Os enfermeiros possuem ferramentas importantes como uso dos diagnósticos de enfermagem no planejamento de suas ações de cuidado, incluindo suporte emocional e orientações para os usuários que procuram esta unidade de saúde. Descritores: IST, Consulta de enfermagem, Aconselhamento. REFERÊNCIAS 1 SOUZA WEA et AL. RELATO DE EXPERIÊNCIA: TESTES RÁPIDOS DE HIV E SÍFILIS NA ATENÇÃO BÁSICA. Seminário Nacional de Diretrizes de Enfermagem na Atenção Básica em Saúde, São Luís, 2016. 2 ARAUJO GM ET AL. ACONSELHAMENTO PRÉ-TESTAGEM RÁPIDA: UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE. Espaço Ciência e Saúde. v 05, n 01. 2017. 3 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Constituição (2005). Portaria nº 34/SVS/MS, de 29 de julho de 2005. Uso de Testes Rápidos Para Diagnóstico da Infecção Pelo Hiv em Situações Especiais.. Brasília. 4 PEREIRA RTA; FERREIRA V. A Consulta de Enfermagem na Estratégia Saúde da Família. Revista Brasileira Multidisciplinar, [S.l.], v. 17, n. 1, p. 99-111, jan. 2014. ISSN 2527-2675. Disponível em: <[http://www.revistarebram.com/index.php/revistauniara/article/view/10](http://www.revistarebram.com/index.php/revistauniara/article/view/10)>. Acesso em: 19 mar. 2018. 5 Prefeitura de Florianópolis. Gerência de Atenção Primária. Boletim Informativo Atenção Primária - Testes Rápidos. ed.04, Florianópolis 2018.


Referências:
1 ABDUL-HAK, C,K; BARROS, A.F; Incidência de flebite em uma unidade de clínica médica. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/2014nahead/pt_0104-0707-tce-2014000900013.pdf. 2 ANDRADE, P.P; AMARAL, T.S; OMIZZOLO, J.A.E; Segurança do paciente: administração segura de medicamentos. Rev. Inova Saúde, Criciúma vol. 4 n° 2 nov. 2015. Disponível em: file:///C:/Users/Tainara/Downloads/1948-7166-1-PB.pdf. 3 BARBOSA, A.K.C; CARVALHO, K.R.C; MOREIRA, I.C.C.C; Ocorrência de flebite em acesso venoso 2016. Disponível em: http://revista.portalcofen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/792/317 4 MILUTINOVIC, D, SIMIN, D, ZEC, D. Fatores de risco para flebite: estudo com questionário sobre a percepção dos enfermeiros. 2015. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/2814/281442224015/ 5 PRESOTTO, G.V et al. Dimensões do trabalho do enfermeiro no contexto hospitalar 2014. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/3240/324032944005/ 6 RÓS, A.C.R et al. Terapia intravenosa em idosos hospitalizados: avaliação de cuidados. 2017 Disponível em: file:///C:/Users/Tainara/Downloads/49989-206911-1-PB%20(1).pdf 7 SOUZA, A.E.B.R et al. Prevalência de flebites em pacientes adultos internados em hospital universitário 2015. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/3240/324036185014.pdf 8 Phillips LD. Complicações da terapia intravenosa. In: Phillips LD. Manual de terapia intravenosa. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2001. p.236-46.