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5952820 | DIFICULDADES DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NA APLICABILIDADE DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM | Autores: Thais Gomes Oliveira ; Carlos Cley Jerônimo Alves ; Natalia Guedes de Melo Silva ; Elielza Guerreiro Menezes ; Yara Nayá Lopes de Andrade Goiabeira |
Resumo: Introdução: A SAE se concretiza na profissão de enfermagem com a aprovação da
Resolução nº 358 de 2009 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), que
oficializa a obrigatoriedade da implementação nos serviços de saúde públicos e
privados1. A implantação deste aparato metodológico é importante no
reconhecimento da instituição do real papel da enfermagem; qualidade prestada
durante a assistência; autonomia do enfermeiro; segurança na tomada de
decisão; utilização constante do raciocínio diagnóstico2,3. Os sistemas de
classificação foram criados e são fundamentais para adoção de uma linguagem
única e padronizada internacionalmente, favorecendo o processo de comunicação,
alguns exemplo são a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA),
Nursing Interventions Classification (NIC) e Nursing Outcomes Classification
(NOC)4. O processo de padronização da linguagem em enfermagem foi concebida
pela criação da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem em
Saúde Coletiva (CIPESC), atualmente, a Classificação Internacional para a
Prática de Enfermagem (CIPE)5. Objetivo: Identificar as dificuldades dos
acadêmicos de enfermagem na aplicabilidade da Sistematização da Assistência de
Enfermagem. Descrição Metodológica: Estudo analítico transversal, realizado em
Universidade privada do Estado do Amazonas. A população do estudo foi composta
por acadêmicos do 9º e 10º períodos do curso de Graduação em Enfermagem. A
amostra final totalizou 66 acadêmicos que atendiam aos critérios de inclusão:
acadêmicos maiores que 18 anos de ambos os sexos, aprovados nas disciplinas de
Semiologia e Semiotécnica e Clínica Médica, que aceitaram participar do
estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme
determina a Resolução 466/12. A coleta de dados ocorreu com horário pré-
agendado com a permissão dos professores para adentrar a sala de aula, entre o
período de agosto a outubro de 2014, utilizado instrumento semiestruturado
(formulário), composto por duas etapas: a primeira referente à caracterização
dos acadêmicos participantes do estudo e a segunda, composto por questões
relacionadas ao tema proposto. Para análise dos dados, as informações
coletadas foram descritas e organizadas segundo a similaridade, em uma
planilha no programa Microsoft® Office Excel 2010, foram trabalhadas
inicialmente, por meio de métodos de análise descritiva e, 1posteriormente,
realizado o cálculo das frequências e percentuais estatísticos. As análises
estatísticas dos dados foram realizadas de acordo com a distribuição absoluta
e relativa das variáveis. O estudo respeitou as exigências formais contidas
nas normas nacionais e internacionais regulamentadoras de pesquisas envolvendo
seres humanos com nº protocolo 087019/2014. Resultados: Os 66 participantes
dentre eles, 54 (82%) são do sexo feminino e 12 (18%) do sexo masculino, em
relação à faixa etária foi observado que a maioria dos discentes possuem entre
19 e 30 anos de idade com 44 (66,7%), seguidos da faixa etária de 31 a 40 anos
com 21 estudantes (31,8%) e os de 41 a 50 anos 1(1,5%). Todos os participantes
da pesquisa já tinham concluído as disciplinas teóricas obrigatóriase estavam
cursando o estágio obrigatório do curso, realizado nos dois últimos semestres
antes da conclusão do curso, 32 (48,5%) estavam no nono período e 34 (51,5%)
no décimo período. Todos os participantes afirmaram estar inseridos no mercado
de trabalho durante a graduação, 43 (65,2%) possuem profissões relacionadas a
outras áreas distintas à saúde e 23 (34,8%) são profissionais auxiliares ou
técnicos em enfermagem. Para 33 participantes (50,0%)o motivo da escolha de se
tornar enfermeiro foi à realização pessoal, 22 (33,3%) deles pela realização
profissional,5 indivíduos (7,5%) pela estabilidade financeira e 6 (9,1%) por
outros motivos. Em relação à utilização da SAE nas unidades de estágio, 52
alunos (78,8%) indicaram que eram utilizadas todas as etapas do processo de
enfermagem durante a assistência prestada ao paciente nas unidades de estágio,
no entanto, 14 deles (21,2%)afirmaram que nem todos os campos de estagio
utilizavam o PE por completo. Quando questionados sobre a importância da
utilização da SAE nos espaços de assistência de enfermagem todos esboçaram
consciência da necessidade da utilização, 32 (48,5%) afirmaram a relevância
para o estabelecimento de metas e 34 (51,5%) para apropriação dos dados e
reconhecimento das necessidades dos pacientes. No âmbito acadêmico os
discentes utilizaram diversas referências para aprendizagem da SAE, os autores
mais usados e que os participantes tiveram maior entendimento sobre a temática
foram à autora Alba Bottura, onde 46 (69,7%) utilizaram seus textos para
compreensão e aprimoramento do tema, seguidos dos textos da autora Tannure
onde 14 (21,2%) dos discentes recorreram as suas publicações e seis
participantes (9,1%) utilizaram a Resolução COFEN. Na assistência prestada aos
pacientes, vários participantes relataram dificuldades de pôr em prática o
Processo de Enfermagem, dentre as fases do PE, foi constatado que 31
participantes (47%) têm como maior dificuldade de implementar a etapa do
diagnóstico de enfermagem, principalmente, no que tange a utilização da
taxonomia NANDA; seguida pela prescrição de enfermagem com 21 participantes
(31,8%); 8 participantes (12,1%) elencaram o histórico de enfermagem como
etapa mais difícil e 6 participantes (9,1%) apontaram a evolução de
enfermagem. As dificuldades de implementação da SAE foram relacionadas a
algumas deficiências aos conteúdos teórico-prático abordados durante o curso,
48,1% apontaram a deficiência no conhecimento das etapas de realização do
exame físico, 44,4% apontou a ausência de aula prática e abordagens da SAE e
7,5% a deficiência em fisiologia humana. Quanto à consequência da não
aplicação da SAE, 48 (72,7%) relataram que isso reflete no cuidado, pois o
enfermeiro deixa de observar o paciente como um todo, podendo levar a adoção
de cuidados divergentes aqueles necessários aos problemas de saúde
encontrados, 18 (28,3%) revelaram que essa prática pode levar a demora no
atendimento. Para maior adesão e êxito na execução da SAE, 18 participantes
(27,3%) sugeriram a utilização de uma tabela com os principais diagnósticos de
enfermagem utilizados em cada setor, um deles (1,5%) propôs a utilização de um
questionário estruturado para realização da coleta de dados pelos
profissionais de enfermagem, 5 (7,6%) indicaram a realização de educação
continuada para os acadêmicos, 11 deles (16,7%) recomendaram o ensino da SAE
desde os primeiros períodos da graduação, 1 (1,5%) sugeriu maior quantidade de
literatura disponível, 10 (15,1%) indicaram maior empenho dos enfermeiros do
setor no ensino da SAE, 1 deles (1,5%) indicou a aula prática em SAE, 4 (6,1%)
sugeriram a explanação mais ampliada de fisiopatologia, 4 (6,1%) sugeriram a
implantação de um núcleo de apoio a SAE na universidade e 11 (16,7%) não
fizeram sugestões. Conclusão: As dificuldades dos acadêmicos de enfermagem na
aplicação da SAE como instrumento de trabalho se deve em parte à formação
acadêmica dos profissionais enfermeiros assim como manuseio dos sistemas de
classificação de diagnósticos, a deficiência do conhecimento sobre
fisiopatologia e o estabelecimento de prioridades durante a assistência ao
cliente. Contribuições para a Enfermagem: Considera-se urgente a necessidade
das instituições de ensino em enfatizar essa temática na formação de seus
discentes, elaborando e executando estratégias que possibilitem o
esclarecimento dos conceitos de maneira mais metodológica, enfatizando o papel
e atuação de toda a equipe de enfermagem na execução da SAE.
Referências: 1. BRASIL. Conselho Nacional de Educação – Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES Nº 3 de 7 de novembro de 2001.Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília, 2001.
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4. VILLEMURE, C. et al. An integrative review of in situ simulation training: Implications for critical care nurses. Canadian Journal of Critical Care Nursing, v. 27, n. 1, p. 23-31, 2016. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27047999 Acesso em 03 mar. 2017.
5. SCALABRINI NETO, A; FONSECA, A.S; BRANDÃO, C.F.S. Simulação realística e Habilidades na Saúde. 1 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017. |