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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5952820

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5952820

DIFICULDADES DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NA APLICABILIDADE DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Autores:
Thais Gomes Oliveira ; Carlos Cley Jerônimo Alves ; Natalia Guedes de Melo Silva ; Elielza Guerreiro Menezes ; Yara Nayá Lopes de Andrade Goiabeira

Resumo:
Introdução: A SAE se concretiza na profissão de enfermagem com a aprovação da Resolução nº 358 de 2009 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), que oficializa a obrigatoriedade da implementação nos serviços de saúde públicos e privados1. A implantação deste aparato metodológico é importante no reconhecimento da instituição do real papel da enfermagem; qualidade prestada durante a assistência; autonomia do enfermeiro; segurança na tomada de decisão; utilização constante do raciocínio diagnóstico2,3. Os sistemas de classificação foram criados e são fundamentais para adoção de uma linguagem única e padronizada internacionalmente, favorecendo o processo de comunicação, alguns exemplo são a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), Nursing Interventions Classification (NIC) e Nursing Outcomes Classification (NOC)4. O processo de padronização da linguagem em enfermagem foi concebida pela criação da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC), atualmente, a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE)5. Objetivo: Identificar as dificuldades dos acadêmicos de enfermagem na aplicabilidade da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Descrição Metodológica: Estudo analítico transversal, realizado em Universidade privada do Estado do Amazonas. A população do estudo foi composta por acadêmicos do 9º e 10º períodos do curso de Graduação em Enfermagem. A amostra final totalizou 66 acadêmicos que atendiam aos critérios de inclusão: acadêmicos maiores que 18 anos de ambos os sexos, aprovados nas disciplinas de Semiologia e Semiotécnica e Clínica Médica, que aceitaram participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme determina a Resolução 466/12. A coleta de dados ocorreu com horário pré- agendado com a permissão dos professores para adentrar a sala de aula, entre o período de agosto a outubro de 2014, utilizado instrumento semiestruturado (formulário), composto por duas etapas: a primeira referente à caracterização dos acadêmicos participantes do estudo e a segunda, composto por questões relacionadas ao tema proposto. Para análise dos dados, as informações coletadas foram descritas e organizadas segundo a similaridade, em uma planilha no programa Microsoft® Office Excel 2010, foram trabalhadas inicialmente, por meio de métodos de análise descritiva e, 1posteriormente, realizado o cálculo das frequências e percentuais estatísticos. As análises estatísticas dos dados foram realizadas de acordo com a distribuição absoluta e relativa das variáveis. O estudo respeitou as exigências formais contidas nas normas nacionais e internacionais regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos com nº protocolo 087019/2014. Resultados: Os 66 participantes dentre eles, 54 (82%) são do sexo feminino e 12 (18%) do sexo masculino, em relação à faixa etária foi observado que a maioria dos discentes possuem entre 19 e 30 anos de idade com 44 (66,7%), seguidos da faixa etária de 31 a 40 anos com 21 estudantes (31,8%) e os de 41 a 50 anos 1(1,5%). Todos os participantes da pesquisa já tinham concluído as disciplinas teóricas obrigatóriase estavam cursando o estágio obrigatório do curso, realizado nos dois últimos semestres antes da conclusão do curso, 32 (48,5%) estavam no nono período e 34 (51,5%) no décimo período. Todos os participantes afirmaram estar inseridos no mercado de trabalho durante a graduação, 43 (65,2%) possuem profissões relacionadas a outras áreas distintas à saúde e 23 (34,8%) são profissionais auxiliares ou técnicos em enfermagem. Para 33 participantes (50,0%)o motivo da escolha de se tornar enfermeiro foi à realização pessoal, 22 (33,3%) deles pela realização profissional,5 indivíduos (7,5%) pela estabilidade financeira e 6 (9,1%) por outros motivos. Em relação à utilização da SAE nas unidades de estágio, 52 alunos (78,8%) indicaram que eram utilizadas todas as etapas do processo de enfermagem durante a assistência prestada ao paciente nas unidades de estágio, no entanto, 14 deles (21,2%)afirmaram que nem todos os campos de estagio utilizavam o PE por completo. Quando questionados sobre a importância da utilização da SAE nos espaços de assistência de enfermagem todos esboçaram consciência da necessidade da utilização, 32 (48,5%) afirmaram a relevância para o estabelecimento de metas e 34 (51,5%) para apropriação dos dados e reconhecimento das necessidades dos pacientes. No âmbito acadêmico os discentes utilizaram diversas referências para aprendizagem da SAE, os autores mais usados e que os participantes tiveram maior entendimento sobre a temática foram à autora Alba Bottura, onde 46 (69,7%) utilizaram seus textos para compreensão e aprimoramento do tema, seguidos dos textos da autora Tannure onde 14 (21,2%) dos discentes recorreram as suas publicações e seis participantes (9,1%) utilizaram a Resolução COFEN. Na assistência prestada aos pacientes, vários participantes relataram dificuldades de pôr em prática o Processo de Enfermagem, dentre as fases do PE, foi constatado que 31 participantes (47%) têm como maior dificuldade de implementar a etapa do diagnóstico de enfermagem, principalmente, no que tange a utilização da taxonomia NANDA; seguida pela prescrição de enfermagem com 21 participantes (31,8%); 8 participantes (12,1%) elencaram o histórico de enfermagem como etapa mais difícil e 6 participantes (9,1%) apontaram a evolução de enfermagem. As dificuldades de implementação da SAE foram relacionadas a algumas deficiências aos conteúdos teórico-prático abordados durante o curso, 48,1% apontaram a deficiência no conhecimento das etapas de realização do exame físico, 44,4% apontou a ausência de aula prática e abordagens da SAE e 7,5% a deficiência em fisiologia humana. Quanto à consequência da não aplicação da SAE, 48 (72,7%) relataram que isso reflete no cuidado, pois o enfermeiro deixa de observar o paciente como um todo, podendo levar a adoção de cuidados divergentes aqueles necessários aos problemas de saúde encontrados, 18 (28,3%) revelaram que essa prática pode levar a demora no atendimento. Para maior adesão e êxito na execução da SAE, 18 participantes (27,3%) sugeriram a utilização de uma tabela com os principais diagnósticos de enfermagem utilizados em cada setor, um deles (1,5%) propôs a utilização de um questionário estruturado para realização da coleta de dados pelos profissionais de enfermagem, 5 (7,6%) indicaram a realização de educação continuada para os acadêmicos, 11 deles (16,7%) recomendaram o ensino da SAE desde os primeiros períodos da graduação, 1 (1,5%) sugeriu maior quantidade de literatura disponível, 10 (15,1%) indicaram maior empenho dos enfermeiros do setor no ensino da SAE, 1 deles (1,5%) indicou a aula prática em SAE, 4 (6,1%) sugeriram a explanação mais ampliada de fisiopatologia, 4 (6,1%) sugeriram a implantação de um núcleo de apoio a SAE na universidade e 11 (16,7%) não fizeram sugestões. Conclusão: As dificuldades dos acadêmicos de enfermagem na aplicação da SAE como instrumento de trabalho se deve em parte à formação acadêmica dos profissionais enfermeiros assim como manuseio dos sistemas de classificação de diagnósticos, a deficiência do conhecimento sobre fisiopatologia e o estabelecimento de prioridades durante a assistência ao cliente. Contribuições para a Enfermagem: Considera-se urgente a necessidade das instituições de ensino em enfatizar essa temática na formação de seus discentes, elaborando e executando estratégias que possibilitem o esclarecimento dos conceitos de maneira mais metodológica, enfatizando o papel e atuação de toda a equipe de enfermagem na execução da SAE.


Referências:
1. BRASIL. Conselho Nacional de Educação – Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES Nº 3 de 7 de novembro de 2001.Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Brasília, 2001. 2. BLAND, A. J.; TOPPING, A.; WOOD, B. A concept analysis of simulation as a learning strategy in the education of undergraduate nursing students. Nurse education today, v. 31, n. 7, p. 664-667, out., 2011. 3. SCHOFIELD, L.; WELFARE, E.; MERCER S. In-situ simulation. Trauma Journal, v. 0, n.0, p.1-8, jul., 2017. Disponível em: http://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/1460408617711729. Acesso em: 3 mar. 2017. 4. VILLEMURE, C. et al. An integrative review of in situ simulation training: Implications for critical care nurses. Canadian Journal of Critical Care Nursing, v. 27, n. 1, p. 23-31, 2016. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27047999 Acesso em 03 mar. 2017. 5. SCALABRINI NETO, A; FONSECA, A.S; BRANDÃO, C.F.S. Simulação realística e Habilidades na Saúde. 1 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.