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5917714 | A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM COLANGIOPANCREATOGRAFIA RETRÓGRADA ENDOSCÓPICA | Autores: Juliana Balbinot Reis Girondi ; Luciara Fabiane Sebold ; Lúcia Nazareth Amante ; Roseli Schmoeller ; Nádia Chiodelli Salum |
Resumo: INTRODUÇÃO: As doenças litiásicas das vias biliares comumente necessitam de
algum tratamento cirúrgico1. Para esse tratamento há atualmente a
disponibilidade de vários recursos tais como: videolaparoscopia,
colangiopancreatografia retrógada endoscópica (CPRE), colangiografia trans-
hepática percutânea (CTP) e cirurgia aberta2. A colangiopancreatografia
retrógada endoscópica (CPRE) é uma técnica complexa que permite localizar e
tratar as anomalias da árvore biliar e do canal pancreático principal,
incluindo a extração de cálculos, dilatações com balão e colocação de próteses
com a utilização simultânea da endoscopia digestiva e a imagem fluoroscópica3.
Apesar de habitualmente ser um procedimento bem tolerado, há situações em que,
durante ou pós-exame, o paciente apresenta queixas dor abdominal, náuseas e
vômitos, podendo ocorrer inflamação do pâncreas ou das vias biliares, o que
geralmente regride espontaneamente após 24 horas. Dessa forma, os sintomas das
complicações podem aparecer apenas 12 a 24 horas após o procedimento4. Os
dados disponíveis na literatura mostram que os eventos adversos parecem
depender das características do paciente, do procedimento, do endoscopista e
da instituição5. Nesse processo destaca-se a importância da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) para o paciente que será submetido à
Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE). Esta sistematização
deve ser alicerçada com foco na segurança do paciente e o enfermeiro deve
estar apto à identificar os principais diagnósticos de enfermagem relacionados
aos períodos: pré, trans e pós- procedimento; instituindo as intervenções de
enfermagem baseadas em evidências científicas para prevenir e/ou minimizar
riscos derivados da CPRE. Doravante essa temática questiona-se: Quais os
diagnósticos e intervenções de enfermagem devem ser implementadas ao paciente
submetido à Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica? OBJETIVOS:
Organizar as informações sobre os diagnósticos e intervenções de enfermagem
para a sistematização do cuidado de pacientes em período perioperatório de
Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Esta
produção tecnológica foi sustentada por uma revisão narrativa de literatura,
realizada de maio a julho/2017, por meio de uma busca nos bancos de dados via
_internet_ e bibliotecas físicas. Os temas pesquisados foram:
Colangiopancreatografia por Ressonância Magnética, assistência perioperatória
e segurança do paciente em livros, artigos científicos, manuais e protocolos.
Após, os dados obtidos foram analisados e reorganizados na forma de roteiro
estruturado cuja elaboração ocorreu de agosto a outubro de 2017. RESULTADOS:
Configurou-se um roteiro estruturado intitulado “Sistematização da assistência
de Enfermagem na Colangiopancreatografia Retrógada Endoscópica (CPRE)”
dividido em três tópicos à saber: período pré-procedimento; período trans-
procedimento; período pós-procedimento. Esse roteiro foi elaborado para ser
utilizado por enfermeiros e/ou estudantes que estudantes que realizam o
cuidado ao paciente em CPRE auxiliando-os durante a realização da SAE. No
período pré-exame, os diagnósticos prioritários de enfermagem são: risco de
infecção, ansiedade, medo, dor, risco de glicemia instável. Nesse momento as
intervenções estão focadas nas medidas para redução dos riscos de infecção; no
apoio, respeito, empatia e esclarecimentos sobre todo o procedimento e seus
principais cuidados; avaliação e controle da dor mediante medidas
farmacológicas e não farmacológicas; controle e avaliação dos níveis
glicêmicos, assim como identificação de sinais e sintomas de
hipo/hiperglicemia. São esperados os resultados: o alívio da ansiedade e do
medo; a compreensão sobre o procedimento; a redução ou minimização do risco de
complicações pré-operatórias. No período trans-exame, os diagnósticos
prioritários de enfermagem são: dor, náuseas, risco de infecção, risco de
desequilíbrio eletrolítico, risco de sangramento e de glicemia instável. As
principais intervenções de enfermagem, além das já supracitadas incluem:
administração fármacos e monitorar sua ação; controle de fluidoterapia e
infusão de soluções; controle de sinais vitais; avaliação de auscultas
cardíaca e pulmonar; posicionamento cirúrgico e proteção contra traumatismos
como quedas ou lacerações. Cabe destacar também a responsabilidade do
enfermeiro anteriormente à admissão do paciente na sala de exames,
relacionadas à verificação do funcionamento dos equipamentos (aspirador de
secreções e o carro de reanimação); montagem a mesa de instrumentais com
técnica asséptica, auxílio do anestesiologista na indução anestésica e médicos
endoscopistas. A equipe de enfermagem realiza ainda, a rotina de limpeza
concorrente ou terminal da sala de exames e dos materiais e equipamentos
permanentes; faz o descarte de materiais de uso único ou degradados. E
finalmente na fase pós-exame, os diagnósticos de enfermagem representativos:
dor, risco de infecção, risco de desequilíbrio eletrolítico, risco de glicemia
instável e sangramento. Nesse período o enfermeiro participa da retirada do
endoscópio e auxilia na transferência do paciente para a sala de recuperação
pós-anestésica onde deverá controlar sinais vitais, nível de consciência, e
demais intervenções relacionadas anteriormente. Após a implementação das
intervenções de enfermagem nos períodos trans e pós-operatórios são esperados
os resultados: manutenção do padrão respiratório (permeabilidade de vias
aéreas e evitar hipoxemia), estabilidade cardiovascular, alívio da dor e/ou
ansiedade, controle de náuseas e/ou vômitos, movimentação espontânea ou sob
comando, identificação de possíveis complicações pós-operatórias com
intervenções adequadas. Além disso, o enfermeiro participa da alta e
encaminhar o paciente para sua unidade de internação de origem ou para o
domicílio, esclarecendo neste caso os sinais de alerta e/ou complicações para
retorno se necessário à instituição. CONCLUSÃO: Cada fase perioperatória do
paciente que será submetido à CPRE exige do enfermeiro e sua equipe capacidade
técnica e sistematização do cuidado para o desenvolvimento de uma assistência
de qualidade e segura. Para tal, esse profissional deve implementar esse
processo a fim de que as intervenções de enfermagem alcance alguns resultados
esperados, quais sejam: alívio da ansiedade e do medo; a compreensão sobre o
procedimento; controle do estado hemodinâmico deste paciente e a redução ou
minimização do risco de complicações. Pretende-se em futuro estudo realizar a
validação do roteiro por ora elaborado. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A
ENFERMAGEM: A elaboração de um roteiro estruturado para assistência de
enfermagem na CPRE visa à organização e manutenção dos atendimentos previstos,
apresentando recomendações à prestação de assistência de enfermagem planejada,
de qualidade e livre de riscos operacionais.
Referências: 1. Gomes IP, Reis PED, Collet N. Gerenciando o cuidado de enfermagem no ambulatório de quimioterapia pediátrica: relato de experiência. Rev Enferm UFPE Online [periódico na internet]. 2010 [acesso em 19 mar 2018]; 2(4):61-7. Disponível em:
2. Mackay LJ, Gregory D. Exploring Family-Centered Care Among Pediatric Oncology Nurses. J Pediatr Oncol Nurs. [periódico na internet]. 2011 [acesso em 17 mar 2018]; 28(1):43-52. Disponível em: DOI: 10.1177/1043454210377179
3. Herdman TH, Kamitsuru S. NANDA International Nursing Diagnoses: Definitions & classification 2015–2017. Wiley-Blackwell: Oxford, 2014.
4. Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº466, de 12 de dezembro de 2012. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, n.12, Seção 1, p. 59, 2012. |