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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5917714

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5917714

A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM COLANGIOPANCREATOGRAFIA RETRÓGRADA ENDOSCÓPICA

Autores:
Juliana Balbinot Reis Girondi ; Luciara Fabiane Sebold ; Lúcia Nazareth Amante ; Roseli Schmoeller ; Nádia Chiodelli Salum

Resumo:
INTRODUÇÃO: As doenças litiásicas das vias biliares comumente necessitam de algum tratamento cirúrgico1. Para esse tratamento há atualmente a disponibilidade de vários recursos tais como: videolaparoscopia, colangiopancreatografia retrógada endoscópica (CPRE), colangiografia trans- hepática percutânea (CTP) e cirurgia aberta2. A colangiopancreatografia retrógada endoscópica (CPRE) é uma técnica complexa que permite localizar e tratar as anomalias da árvore biliar e do canal pancreático principal, incluindo a extração de cálculos, dilatações com balão e colocação de próteses com a utilização simultânea da endoscopia digestiva e a imagem fluoroscópica3. Apesar de habitualmente ser um procedimento bem tolerado, há situações em que, durante ou pós-exame, o paciente apresenta queixas dor abdominal, náuseas e vômitos, podendo ocorrer inflamação do pâncreas ou das vias biliares, o que geralmente regride espontaneamente após 24 horas. Dessa forma, os sintomas das complicações podem aparecer apenas 12 a 24 horas após o procedimento4. Os dados disponíveis na literatura mostram que os eventos adversos parecem depender das características do paciente, do procedimento, do endoscopista e da instituição5. Nesse processo destaca-se a importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) para o paciente que será submetido à Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE). Esta sistematização deve ser alicerçada com foco na segurança do paciente e o enfermeiro deve estar apto à identificar os principais diagnósticos de enfermagem relacionados aos períodos: pré, trans e pós- procedimento; instituindo as intervenções de enfermagem baseadas em evidências científicas para prevenir e/ou minimizar riscos derivados da CPRE. Doravante essa temática questiona-se: Quais os diagnósticos e intervenções de enfermagem devem ser implementadas ao paciente submetido à Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica? OBJETIVOS: Organizar as informações sobre os diagnósticos e intervenções de enfermagem para a sistematização do cuidado de pacientes em período perioperatório de Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Esta produção tecnológica foi sustentada por uma revisão narrativa de literatura, realizada de maio a julho/2017, por meio de uma busca nos bancos de dados via _internet_ e bibliotecas físicas. Os temas pesquisados foram: Colangiopancreatografia por Ressonância Magnética, assistência perioperatória e segurança do paciente em livros, artigos científicos, manuais e protocolos. Após, os dados obtidos foram analisados e reorganizados na forma de roteiro estruturado cuja elaboração ocorreu de agosto a outubro de 2017. RESULTADOS: Configurou-se um roteiro estruturado intitulado “Sistematização da assistência de Enfermagem na Colangiopancreatografia Retrógada Endoscópica (CPRE)” dividido em três tópicos à saber: período pré-procedimento; período trans- procedimento; período pós-procedimento. Esse roteiro foi elaborado para ser utilizado por enfermeiros e/ou estudantes que estudantes que realizam o cuidado ao paciente em CPRE auxiliando-os durante a realização da SAE. No período pré-exame, os diagnósticos prioritários de enfermagem são: risco de infecção, ansiedade, medo, dor, risco de glicemia instável. Nesse momento as intervenções estão focadas nas medidas para redução dos riscos de infecção; no apoio, respeito, empatia e esclarecimentos sobre todo o procedimento e seus principais cuidados; avaliação e controle da dor mediante medidas farmacológicas e não farmacológicas; controle e avaliação dos níveis glicêmicos, assim como identificação de sinais e sintomas de hipo/hiperglicemia. São esperados os resultados: o alívio da ansiedade e do medo; a compreensão sobre o procedimento; a redução ou minimização do risco de complicações pré-operatórias. No período trans-exame, os diagnósticos prioritários de enfermagem são: dor, náuseas, risco de infecção, risco de desequilíbrio eletrolítico, risco de sangramento e de glicemia instável. As principais intervenções de enfermagem, além das já supracitadas incluem: administração fármacos e monitorar sua ação; controle de fluidoterapia e infusão de soluções; controle de sinais vitais; avaliação de auscultas cardíaca e pulmonar; posicionamento cirúrgico e proteção contra traumatismos como quedas ou lacerações. Cabe destacar também a responsabilidade do enfermeiro anteriormente à admissão do paciente na sala de exames, relacionadas à verificação do funcionamento dos equipamentos (aspirador de secreções e o carro de reanimação); montagem a mesa de instrumentais com técnica asséptica, auxílio do anestesiologista na indução anestésica e médicos endoscopistas. A equipe de enfermagem realiza ainda, a rotina de limpeza concorrente ou terminal da sala de exames e dos materiais e equipamentos permanentes; faz o descarte de materiais de uso único ou degradados. E finalmente na fase pós-exame, os diagnósticos de enfermagem representativos: dor, risco de infecção, risco de desequilíbrio eletrolítico, risco de glicemia instável e sangramento. Nesse período o enfermeiro participa da retirada do endoscópio e auxilia na transferência do paciente para a sala de recuperação pós-anestésica onde deverá controlar sinais vitais, nível de consciência, e demais intervenções relacionadas anteriormente. Após a implementação das intervenções de enfermagem nos períodos trans e pós-operatórios são esperados os resultados: manutenção do padrão respiratório (permeabilidade de vias aéreas e evitar hipoxemia), estabilidade cardiovascular, alívio da dor e/ou ansiedade, controle de náuseas e/ou vômitos, movimentação espontânea ou sob comando, identificação de possíveis complicações pós-operatórias com intervenções adequadas. Além disso, o enfermeiro participa da alta e encaminhar o paciente para sua unidade de internação de origem ou para o domicílio, esclarecendo neste caso os sinais de alerta e/ou complicações para retorno se necessário à instituição. CONCLUSÃO: Cada fase perioperatória do paciente que será submetido à CPRE exige do enfermeiro e sua equipe capacidade técnica e sistematização do cuidado para o desenvolvimento de uma assistência de qualidade e segura. Para tal, esse profissional deve implementar esse processo a fim de que as intervenções de enfermagem alcance alguns resultados esperados, quais sejam: alívio da ansiedade e do medo; a compreensão sobre o procedimento; controle do estado hemodinâmico deste paciente e a redução ou minimização do risco de complicações. Pretende-se em futuro estudo realizar a validação do roteiro por ora elaborado. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: A elaboração de um roteiro estruturado para assistência de enfermagem na CPRE visa à organização e manutenção dos atendimentos previstos, apresentando recomendações à prestação de assistência de enfermagem planejada, de qualidade e livre de riscos operacionais.


Referências:
1. Gomes IP, Reis PED, Collet N. Gerenciando o cuidado de enfermagem no ambulatório de quimioterapia pediátrica: relato de experiência. Rev Enferm UFPE Online [periódico na internet]. 2010 [acesso em 19 mar 2018]; 2(4):61-7. Disponível em: 2. Mackay LJ, Gregory D. Exploring Family-Centered Care Among Pediatric Oncology Nurses. J Pediatr Oncol Nurs. [periódico na internet]. 2011 [acesso em 17 mar 2018]; 28(1):43-52. Disponível em: DOI: 10.1177/1043454210377179 3. Herdman TH, Kamitsuru S. NANDA International Nursing Diagnoses: Definitions & classification 2015–2017. Wiley-Blackwell: Oxford, 2014. 4. Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº466, de 12 de dezembro de 2012. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, n.12, Seção 1, p. 59, 2012.