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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5863784

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5863784

ICTERÍCIA NEONATAL: PERFIL DOS NEONATOS DE UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA E INCIDÊNCIA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

Autores:
Marcos Venícios de Oliveira Lopes ; Leonardo Alexandrino da Silva ; Viviane Martins da Silva ; Nirla Gomes Guedes ; Anna Virginia Viana Cardoso Dantas

Resumo:
A icterícia neonatal revela-se como uma condição clínica universal entre os neonatos, sendo assim uma causa predominante de morbidade nas unidades neonatais mundiais1,2, onde a icterícia neonatal grave possui uma relevante contribuição para a morbi-mortalidade nesse período da vida3. Assim, a amplitude desse agravo da saúde neonatal demanda uma constante busca de estratégias diligentes para que o enfermeiro reconheça os indicadores clínicos do diagnóstico de enfermagem Icterícia neonatal para uma correta inferência diagnóstica. O diagnóstico de enfermagem Icterícia neonatal_, _foi incluído na NANDA-I em 2008, revisado e alterado em 2010 e 2013. Pertence ao domínio 2 – Nutrição e à classe 4 – Metabolismo. Tem como definição “Coloração amarelo alaranjada da pele e das mucosas do recém-nascido que ocorre após 24 horas de vida como resultado da bilirrubina não conjugada na circulação”. E apresenta como características definidoras: Esclerótica amarelada; Hematomas e equimoses na pele; Mucosas amareladas; Pele amarelo alaranjada e Perfil sanguíneo anormal. E como fatores relacionados: Atraso na eliminação do mecônio; Dificuldade de realizar a transição à vida extrauterina; Idade = 7 dias; Padrão de alimentação deficiente e Perda de peso não intencional4. Dessa forma, é imprescindível que o enfermeiro compreenda o perfil dos neonatos internados na primeira semana de vida para uma identificação precoce dos indicadores clínicos da Icterícia neonatal. Os fatores relevantes para a icterícia neonatal envolvem fatores maternos, condições do nascimento, imaturidade fisiológica e cuidados primários com o neonato. O presente estudo teve como objetivo identificar o perfil dos neonatos internados na terapia intensiva neonatal e nas unidades de cuidado intermediário neonatal convencional nos primeiros sete dias de vida e Identificar a incidência do diagnóstico de enfermagem Icterícia neonatal no quinto dia de vida. Trata-se de um estudo transversal, realizado com 120 recém-nascidos internados por no mínimo sete dias de vida, em uma maternidade de atendimento terciário, de referência para o estado do Ceará, localizada em Fortaleza/Ce. O instrumento de coleta de dados contempla os dados de identificação do recém-nascido, dados maternos e relacionados à gestação, ao parto e à internação atual do recém- nascido. Iniciou-se a coleta de dados, após o consentimento para a participação na pesquisa e a anuência do responsável mediante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. O preenchimento dos dados de identificação do recém-nascido, dados maternos, gestacionais e do parto e os relacionados à internação do recém-nascido foram realizados mediante a coleta por meio da fonte do tipo primária, onde realizou-se entrevista com o responsável pelo recém-nascido, complementada e ratificada com informações registradas em prontuário. A análise estatística dos dados foi efetivada com o programa estatístico SPSS® versão 21.0 e o software R versão 3.2.1, após compilar os mesmo em tabela no _software_ Excel® 2013 for Windows. Para a análise descritiva calculou-se a prevalência das variáveis categóricas e, os valores de medida de tendência central e dispersão, para as variáveis contínuas ou discretas. O método de análise de classes latentes, com intervalo de confiança de 95%, foi aplicado para incidência do diagnóstico de enfermagem Icterícia neonatal. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Maternidade Escola Assis Chateaubriand – MEAC/UFC, sob o parecer 033221/2016. Diante dos resultados desta pesquisa e da influência dos fatores maternos ao aparecimento da icterícia neonatal, nota-se que a maioria (97,5%) da amostra realizou pré-natal e metade destas realizou seis consultas de pré- natal. Na região do Nordeste brasileiro, 98,5% realizaram no mínimo seis consultas pré-natal5. Então, deve-se orientar as gestantes durante o pré- natal, sobre os riscos, tratamento e possíveis complicações da icterícia neonatal1. A maioria dos recém-nascidos era do sexo masculino (59,8%); tinham idade gestacional média de 245,3 dias (35 semanas), peso médio de 2.314,4 gramas, 47,9% possuía tipo sanguíneo “O”, 93,7% com Rh positivo; 69,2% era prematuro; 68,9% tinha peso adequado para idade gestacional; 74,2% não usou antibióticos durante o período de acompanhamento e 58,2% teve o clampeamento do cordão umbilical menor que 1 minuto. E ainda, observou-se que 70,8% dos recém-nascidos apresentaram hipotermia e 67,5% foram submetidos a fototerapia. O diagnóstico de enfermagem Icterícia neonatal esteve presente em 78% dos neonatos no 5º dia de vida. Conclui-se que a maioria era do sexo masculino, prematuro, com o peso adequado para idade gestacional, apresentara hipotermia e fora submetida a fototerapia em pelo menos um dos sete primeiros dias de vida como forma de tratamento para icterícia neonatal. A incidência do diagnóstico de enfermagem Icterícia neonatal foi de 78% dos recém-nascidos com cinco dias de vida. Encontrou-se como limitação do estudo as informações por vezes insuficientes nos prontuários dos recém-nascidos. Acredita-se que estudos que evidenciem o perfil dos recém-nascidos sob a ótica do diagnóstico de enfermagem Icterícia neonatal fortaleçam o reconhecimento precoce do mesmo, instigando uma investigação adequada o que promove um cuidar com eficácia.


Referências:
1. Cotta RMM, Costa GD. Assessment instruments and self-evaluation of reflective portfolios: a theoretical-conceptual construction. Interface [Internet]. 2016 [cited 2018 Mar 11]; 20(56):171-183. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832016000100171&lng=en. 2. Cesário JB, Ribeiro MRR, Dias RBF, Rothebarth AP, Lima LPS. Reflexive portfolio as a strategy for formative evaluation. Rev Baiana de Enferm. [Internet]. 2016 [cited 2018 Mar 11]; 30(1):356-64. Available from: https://portalseer.ufba.br/index.php/enfermagem/article/viewFile/14500/pdf_34. 3. Baldicera CR, Vasconcelos J, Cruz AH, Rojai KCD, Félix RS, Guedes RS, Dotto PP. Uso do portfólio como metodologia ativa no mestrado profissional em saúde materno infantil. Disciplinarum Scientia [Internet]. 2017 [cited 2018 Mar 09]; 18(1):197-206. Available from: https://www.periodicos.unifra.br/index.php/disciplinarumS/article/view/2262/2026. 4. Stelet BP, Romano VF, Carrijo APB, Teixeira Junior JE. Reflective Portfolio: philosophical contributions to a narrative praxis in medical education. Interface (Botucatu). 2017; 21(60):165-76. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832017000100165&lng=en.