E-Pôster
5829298 | DES-CONSTRUÇÃO DE GÊNERO NA SAÚDE ESCOLAR E NA ESCOLA: PRODUÇÃO DE UMA EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA | Autores: Julia Maricela Torres Esperón ; Roberto José Leal ; Rosilene Rodrigues de Souza ; Elisa da Conceição Rodrigues ; Flora Viana Leal E Silva |
Resumo: Introdução: Gênero tem sido relacionado a sexo, porém, a identidade de gênero
depende da concepção sóciocultural. Torna-se essencial intervir nessa
construção desde a infância, para que no futuro essas características não
sejam fontes de conflitos entre os pares, porque não sabem dissociar gênero de
identidade de gênero. Compreende-se gênero a partir de quatro categorias,
identidade, papel, estereótipo e relações1-2. Por identidade de gênero
compreende-se os processos simbólicos da cultura que dá forma ao “feminino” ou
“masculino”, iniciando-se desde idades precoces e consolidando-se no
transcurso de vida conforme as normas sociais, tradicionais e costumes. Já
papel de gênero envolve normas e valores dispostos pela sociedade e cultura
que ditam atitudes, ações e comportamentos masculino e feminino. O que se
espera de um menino ou menina, “o que são e o que devem fazer” como algo
“natural”. Estereótipo de gênero significa construção social que forma parte
do mundo simbólico; ideias enraizadas que formam uma consciência social.
Relação de gênero implica relação de poder e autoridade, entre homens e
mulheres, que subordina o feminino ao masculino.1-2 Nesse sentido, questão de
estudo: Que representações culturais de gênero podem ser capturadas por
crianças e adolescentes, em imagens fotográficas? Objetivos: Determinar as
representações culturais sobre gêneros entre crianças e adolescentes em uma
escola de ensino fundamental, capturadas por imagens fotográficas. Método.
Pesquisa-ação-extensionista realizada em uma escola de ensino fundamental do
Rio de Janeiro, com dois grupos de alunos, entre 6 e 10 anos, em duas etapas:
expressão e criação. Na oficina de expressão implementou-se a dinâmica de
criatividade e sensibilidade Foto Voz e na oficina de criação organizou-se a
exposição fotográfica. Na primeira oficina o grupo de criança aprendeu regras
básicas de fotografia com um fotógrafo profissional que atuou como consultou
na pesquisa-ação. Nessa oportunidade houve compartilhamento de saberes sobre
ajuste de foco, luz, distância, técnicas que oportunizem materiais adequados
para posterior análise e exposição. Em seguida, os grupos foram divididos para
capturar as imagens fotográficas na escola, que refletissem as categorias de
gênero anteriormente compartilhadas, com cinco câmeras digitais, por um
período de 20 minutos. Na Oficina de criação, adotou-se a estratégia da
“assembleia comunitária” (em dois encontros) para a votação nas fotografias
tratadas pelo fotógrafo (critérios artísticos e expressivos), para eliminar
imagens repetidas, legendar as imagens e escolher o nome da exposição.
Resultados: Os dois grupos categorizaram as fotografias por categorias de
gênero; as selecionaram pela estética e produção artístico-teórica;
organizaram a sequencia de imagens na exposição fotográfica para demonstrar o
movimento de gênero na escola. As imagens capturadas refletem relações de
poder, em que mulheres trabalham na limpeza e homens em serviços de portaria
da escola e como segurança. No recreio, meninos e meninas agrupam-se por sexo
e há poucos movimentos de ruptura com meninas jogando futebol e menino, com
discrição, vê meninas brincando de boneca. Na exposição, as crianças elegeram
imagens que descontroem essas concepções de dois mundos antagônicos
masculino/feminino. Conclusão: Da reflexão sobre a temática gênero na escola
surge a possibilidade de agir e escolher discursos imagéticos que estão
presentes nesse cotidiano validando “papéis” e estereótipos que fortalecem
mais a exclusão do que a inclusão. Contribuições/implicações para a
Enfermagem: Analisar a situação desigual na socialização de meninos, que
crescem e se tornam homens acreditando ter mais poder sobre as mulheres, além
de oportunizar a promoção da saúde e abordar gênero na infância para promover
a igualdade e desde cedo promover a valorização e respeito ao próximo. Com
isso, afirmar que as diferenças biológicas entre meninos e meninas não têm
interferência em suas capacidades intelectuais, de aprender, decidir, liderar
e prosperar. Falar em igualdade de gênero é falar em direitos de todos.
Referências: BERBEL, N. N.: “Problematization” and Problem-Based Learning: different words or different ways? Interface — Comunicação, Saúde, Educação, v.2, n.2, 1998
OLIVEIRA, C. M.; CRUZ, M. M. Sistema de Vigilância em Saúde no Brasil: avanços e desafios. Saúde debate,v. 39, n. 104, p. 255-267, Mar. 2015
TEIXEIRA, E. Em tempos de novas diretrizes curriculares nacionais (DCN) para o Curso de Graduação em Enfermagem. Revista de Enfermagem da UFSM/REUFSM. v.7, n.2. p. 3-4. Abr./Jun 2017
WALDMAN, E. A. Os 110 anos de Vigilância em Saúde no Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 21, n. 3, p. 365-366, jul./set. 2012. |