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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5829298

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5829298

DES-CONSTRUÇÃO DE GÊNERO NA SAÚDE ESCOLAR E NA ESCOLA: PRODUÇÃO DE UMA EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA

Autores:
Julia Maricela Torres Esperón ; Roberto José Leal ; Rosilene Rodrigues de Souza ; Elisa da Conceição Rodrigues ; Flora Viana Leal E Silva

Resumo:
Introdução: Gênero tem sido relacionado a sexo, porém, a identidade de gênero depende da concepção sóciocultural. Torna-se essencial intervir nessa construção desde a infância, para que no futuro essas características não sejam fontes de conflitos entre os pares, porque não sabem dissociar gênero de identidade de gênero. Compreende-se gênero a partir de quatro categorias, identidade, papel, estereótipo e relações1-2. Por identidade de gênero compreende-se os processos simbólicos da cultura que dá forma ao “feminino” ou “masculino”, iniciando-se desde idades precoces e consolidando-se no transcurso de vida conforme as normas sociais, tradicionais e costumes. Já papel de gênero envolve normas e valores dispostos pela sociedade e cultura que ditam atitudes, ações e comportamentos masculino e feminino. O que se espera de um menino ou menina, “o que são e o que devem fazer” como algo “natural”. Estereótipo de gênero significa construção social que forma parte do mundo simbólico; ideias enraizadas que formam uma consciência social. Relação de gênero implica  relação de poder e autoridade, entre homens e mulheres, que subordina o feminino ao masculino.1-2 Nesse sentido, questão de estudo: Que representações culturais de gênero podem ser capturadas por crianças e adolescentes, em imagens fotográficas? Objetivos: Determinar as representações culturais sobre gêneros entre crianças e adolescentes em uma escola de ensino fundamental, capturadas por imagens fotográficas.  Método. Pesquisa-ação-extensionista realizada em uma escola de ensino fundamental do Rio de Janeiro, com dois grupos de alunos, entre 6 e 10 anos, em duas etapas: expressão e criação. Na oficina de expressão implementou-se a dinâmica de criatividade e sensibilidade Foto Voz e na oficina de criação organizou-se a exposição fotográfica. Na primeira oficina o grupo de criança aprendeu regras básicas de fotografia com um fotógrafo profissional que atuou como consultou na pesquisa-ação. Nessa oportunidade houve compartilhamento de saberes sobre ajuste de foco, luz, distância, técnicas que oportunizem materiais adequados para posterior análise e exposição. Em seguida, os grupos foram divididos para capturar as imagens fotográficas na escola, que refletissem as categorias de gênero anteriormente compartilhadas, com cinco câmeras digitais, por um período de 20 minutos. Na Oficina de criação, adotou-se a estratégia da “assembleia comunitária” (em dois encontros) para a votação nas fotografias tratadas pelo fotógrafo (critérios artísticos e expressivos), para eliminar imagens repetidas,  legendar as imagens e escolher o nome da exposição. Resultados: Os dois grupos categorizaram as fotografias por categorias de gênero; as selecionaram  pela estética e produção artístico-teórica; organizaram a sequencia de imagens na exposição fotográfica para demonstrar o movimento de gênero na escola. As imagens capturadas refletem relações de poder, em que mulheres trabalham na limpeza e homens em serviços de portaria da escola e como segurança. No recreio, meninos e meninas agrupam-se por sexo e há poucos movimentos de ruptura com meninas jogando futebol e menino, com discrição, vê meninas brincando de boneca.  Na exposição, as crianças elegeram imagens que descontroem essas concepções de dois mundos antagônicos masculino/feminino. Conclusão: Da reflexão sobre a temática gênero na escola surge a possibilidade de agir e escolher discursos imagéticos que estão presentes nesse cotidiano validando “papéis” e estereótipos que fortalecem mais a exclusão do que a inclusão. Contribuições/implicações para a Enfermagem: Analisar a situação desigual na socialização de meninos, que crescem e se tornam homens acreditando ter mais poder sobre as mulheres, além de oportunizar a promoção da saúde e abordar gênero na infância para promover a igualdade e desde cedo promover a valorização e respeito ao próximo. Com isso, afirmar que as diferenças biológicas entre meninos e meninas não têm interferência em suas capacidades intelectuais, de aprender, decidir, liderar e prosperar. Falar em igualdade de gênero é falar em direitos de todos.


Referências:
BERBEL, N. N.: “Problematization” and Problem-Based Learning: different words or different ways? Interface — Comunicação, Saúde, Educação, v.2, n.2, 1998 OLIVEIRA, C. M.; CRUZ, M. M. Sistema de Vigilância em Saúde no Brasil: avanços e desafios. Saúde debate,v. 39, n. 104, p. 255-267, Mar. 2015 TEIXEIRA, E. Em tempos de novas diretrizes curriculares nacionais (DCN) para o Curso de Graduação em Enfermagem. Revista de Enfermagem da UFSM/REUFSM. v.7, n.2. p. 3-4. Abr./Jun 2017 WALDMAN, E. A. Os 110 anos de Vigilância em Saúde no Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 21, n. 3, p. 365-366, jul./set. 2012.