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5765783 | DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM À MULHER NO CLIMATÉRIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Jeane Lima Cavalcante ; Maria de Fátima Ramos Esmeraldo Figueiredo ; Mariana Campos de Carvalho ; Daniele Gomes da Silva |
Resumo: **INTRODUÇÃO: **O Climatério é caracterizado como uma fase da vida da mulher em que ocorre a transição do período reprodutivo e não-reprodutivo. É dividido com ciclos menstruais regulares ou com padrão menstrual similar ao ocorrido durante a vida reprodutiva; perimenopausa - inicia dois anos antes da última menstruação e vai até um ano após (com ciclos menstruais irregulares e alterações endócrinas) e _pós-menopausa_ começa um ano após o último período menstrual1. Contudo, mesmo que o climatério seja uma fase biológica da vida e considerada transitória, há mulheres que apresentam manifestações variadas, que envolve aspectos neuropsíquicos e distúrbios vasomotores. Esses sinais e sintomas podem ser expressos com a presença de cefaleia, ansiedade, depressão, fadiga, insônia, diminuição da libido, entre outros. Essas manifestações contribuem com o aparecimento de distúrbio ou patologia, devido às alterações hormonais que desencadeiam desconforto nas mulheres. Além da redução da capacidade produtiva, disfunções no ritmo de sono-vigília, os quais predispõem à irritabilidade e ampla labilidade emocional, que se manifesta pela “flutuação” de humor, sem motivos aparentes2. O climatério não é uma doença e sim uma fase natural da vida da mulher e muitas passam por ela sem queixas ou necessidade de medicamentos. Outras têm sintomas que variam na sua diversidade e intensidade. No entanto, em ambos os casos, é fundamental que haja, nessa fase da vida, um acompanhamento sistemático visando à promoção da saúde, o diagnóstico precoce, o tratamento imediato dos agravos e a prevenção de danos. Na Atenção Básica, a assistência a essas mulheres pode ser multidisciplinar e realizada pela equipe de saúde da família, mas especialmente compete o profissional enfermeiro a realização do planejamento da assistência à saúde da mulher. Para isso deve utilizar diagnósticos e intervenções de enfermagem, que visa a organização do cuidado a partir de um método sistemático que direciona e embasa as suas ações. Sendo este um desafio para o aprimoramento contínuo da prática de enfermagem3. Nesse sentido é de fundamental importância uma assistência direcionada a essas mulheres, orientando e esclarecendo-as sobre esse período fisiológico a fim de diminuir a ansiedade gerada por tais sinais e sintomas. **OBJETIVO: **Descrever os diagnósticos e intervenções de enfermagem para uma mulher no climatério, e identificar as principais alterações dessa fase. **METODOLOGIA: **Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado no mês março de 2015, pelas acadêmicas de Enfermagem do VII semestre da Universidade Regional do Cariri – URCA, que cursavam a disciplina de Enfermagem no Processo de Cuidar Em Saúde da Mulher. A coleta de dados foi realizada no domicílio próprio do participante do estudo, localizada no município de Juazeiro do Norte, no estado do Ceará. O estudo foi realizado com uma mulher no período do climatério, para coleta foi utilizado um formulário semi-estruturado com perguntas relacionadas ao assunto, exame físico e foram utilizadas literaturas científicas para construir e fundamentar os dados expostos. Para a elaboração dos diagnósticos de enfermagem utilizou-se taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA versão 2015-1017)4 e para as intervenções foi utilizado a Nursing Intervetions Classification (NIC 2015)5. Os diagnósticos e intervenções serão apresentados de acordo com os domínios, classes, diagnósticos e intervenções correspondentes. **RESULTADO:** Paciente, sexo feminino, em período de climatério. Relata que o seu período menstrual era regular. No ano de 2014 percebeu o aumento do fluxo menstrual que repercutiu em anemia grave. Em setembro do mesmo ano referiu sua última menstruação. Após esse período ela queixou-se de ressecamento vaginal durante as relações sexuais, que resultava em desconforto, porém não fez uso de reposição hormonal. Além disso, encontra-se com pele ressecada e cabelo ressecado, relatou sentir fogachos, queixou-se de irritabilidade e insônia. Ainda relatou ter sofrido muito com a mudança do seu estilo de vida durante o período de climatério, considerando que os sintomas foram intensos e expôs alívio pelo fato da menstruação ter cessado. **DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM:** Foram identificados quatro domínios provenientes de quatro Diagnósticos de Enfermagem. Domínio 8- Sexualidade, Classe 2. função sexual, diagnóstico: Disfunção Sexual relacionado a função corporal, evidenciada a mudanças no papel sexual. Domínio 4. Atividade/Repouso, Classe 1. Sono/Repouso, diagnóstico: Insônia relacionada às alterações hormonais evidenciado por relatos de mudanças de humor e redução da qualidade de vida; Domínio 11- Segurança/proteção, Classe 2- lesão física, diagnóstico: Integridade da pele prejudicada relacionado à alteração no metabolismo e ao turgor da pele evidenciada pela alteração na integridade da pele. Domínio 12. Conforto, Classe 1. Conforto físico, diagnóstico: Conforto prejudicado relacionado ao controle situacional insuficiente evidenciado pela irritabilidade, sensação de calor e alteração do padrão de sono. **INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:** As intervenções de enfermagem referentes aos respectivos diagnósticos incluem: Disfunção sexual: proporcionar melhora da autoestima; Orientar quanto ao uso de lubrificantes diminuindo o desconforto, evitando a dispareunia (relação sexual dolorosa); fornecer suporte emocional e terapia de reposição hormonal conforme prescrição médica. Insônia: Favorecer controle do ambiente: conforto; realizar massagem simples; Reduzir a ansiedade e relaxamento muscular. Integridade da pele prejudicada: Possibilitar precauções circulatórias, proteção contra infecção e supervisão da pele. Conforto prejudicado: Assegurar controle do ambiente; Orientar quanto ao uso de roupas livres; Esclarecer que as alterações de temperatura fazem parte desse período da vida da mulher; Orientar a realização de banho mais vezes ao dia e Propiciar terapia simples de relaxamento. **CONCLUSÃO E CONTRIBUIÇÃO/IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: **No levantamento dos principais sinais e sintomas do climatério dessa participante, foi possível definir os principais diagnósticos e intervenções de enfermagem na perspectiva de assistir de forma integral a mulher. Diante do exposto, foi possível apresentar as principais intervenções para sua saúde, buscando minimizar as complicações ocasionadas pelas alterações e realizar educação em saúde conforme os sinais e sintomas apresentados. Acredita-se que uma assistência de enfermagem adequada à saúde da mulher no período do climatério possa ser fundamental para a diminuição dos impactos gerados por esse processo de alterações físicas e psíquicas. Portanto, a enfermagem tem um papel relevante a desempenhar junto a essas mulheres na prática assistencial, desde que incorpore o seu conhecimento específico, para que possam implementar medidas de prevenção e promoção a mulher no climatério, realizando consultas ou encaminhando-as de forma a atender as suas necessidades para que tenham uma vida ativa, saudável, proveitosa, ou seja, com bem-estar e qualidade.
Referências: 1. Ministério da Educação (Brasil). Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior. Resolução CONAES nº 01/2010. Normatiza o Núcleo Docente Estruturante.
2. Fernandes JD Rebouças LC. Uma década de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Graduação em Enfermagem: avanços e desafios. Rev. bras. enferm. [Internet]. 2013 Sep [cited 2018 Mar 19]; 66(spe): 95-101. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672013000700013&lng=en.
3. Ministério da Educação (Brasil). Resolução CNE/CES nº. 3, de 7/11/2001. Institui Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem. Diário Oficial da união 09 nov 2001; Seção 1.
4. Ito EE, Peres AM, Takahashi RT, Leite MJ. O ensino de enfermagem e as diretrizes curriculares nacionais: utopia x realidade. Rev. esc. enferm. USP [Internet]. 2006 Dec [cited 2018 Mar 19] ; 40(4): 570-575. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342006000400017&lng=en. |