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5755712 | DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM IDENTIFICADOS EM IDOSOS COM COMPLICAÇÕES DURANTE SESSÕES DE HEMODIÁLISE | Autores: Najara Rodrigues Dantas ; Adriana de Moraes Bezerra ; Talles Homero Pereira Feitosa ; Juscivania Carla da Silva de Souza |
Resumo: **DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM IDENTIFICADOS EM IDOSOS COM COMPLICAÇÕES DURANTE SESSÕES DE HEMODIÁLISE**
_Najara Rodrigues Dantas_[1]_ _
Adriana de Moraes Bezerra[2]
Juscivania Carla da Silva de Souza[3]
Talles Homero Pereira Feitosa[4]
Evanira Rodrigues Maia[5]
A insuficiência renal cônica (IRC) constitui o rol das doenças crônico-
degenerativas não transmissíveis que afetam principalmente indivíduos em
processo de envelhecimento, requerendo Terapias Renais Substitutivas[1]. Entre
as terapias, a hemodiálise se destaca no tratamento tanto para a insuficiência
renal aguda, quanto a crônica. Durante as sessões de hemodiálise podem ocorrer
complicações, entre elas hipotensão, cãibras, vômitos e cefaleia, fazendo com
que a pessoa necessite de cuidados diretos no sentido de preveni-las ou
minimizá-las. O enfermeiro é o profissional que assiste diretamente as pessoas
nas sessões de hemodiálise e tem o papel fundamental no atendimento,
levantamento de dados e observação contínua que proporciona conhecimento de
suas particularidades, identificando fatores que influenciam de forma
favorável ou desfavorável no tratamento[2]. A assistência de enfermagem
adequada contribui para efetivação do regime terapêutico bem como na prevenção
de complicações. A aplicação do Processo de Enfermagem (PE) de forma
sistematizada, colabora com o cuidado efetivo frente a elaboração dos
diagnósticos e intervenções de forma resolutiva[3,4]. Objetivou-se identificar
os principais diagnósticos e intervenções de enfermagem associados às
complicações em pacientes idosos em hemodiálise. Utilizou-se estudo
descritivo-exploratório, retrospectivo e documental desenvolvido no Centro de
Nefrologia do município de Iguatu-CE, no período de fevereiro a maio de 2016.
Foram identificados 113 prontuários de pacientes admitidos para tratamento de
hemodiálise. Foram selecionados prontuários de pacientes idosos a partir de 60
anos, em tratamento de hemodiálise no período de janeiro a dezembro de 2015 e
que tivessem apresentado complicações durante as sessões. Foram excluídos
prontuários de pacientes que não tiveram continuidade do tratamento durante o
período, que foram a óbito ou encaminhados para outras unidades, restando 33
prontuários. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um formulário
semiestruturado que contemplou variáveis socioeconômicas, clínicas e,
levantamento das necessidades humanas básicas a partir do modelo de Wanda
Horta, por meio dos registros de enfermagem. A análise dos dados seguiu duas
etapas: análise dos dados socioeconômicos e variáveis clínicas com
identificação das principais complicações durante a hemodiálise e
identificação dos diagnósticos e intervenções de enfermagem associados às
complicações, utilizando a taxonomia da NANDA-I (2015-2017) e intervenções
pela _Nursing Interventions Classification_ (NIC) respectivamente. Aplicou-se
análises descritivas, em frequências absolutas e relativas para os dados
sociodemográficos e variáveis clínicas. Este estudo foi desenvolvido
respeitando os preceitos da Resolução n° 466/12, do Conselho Nacional de
Saúde/Ministério da Saúde, obtendo apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa
por meio do parecer 1.488.026. O perfil sociodemográfico dos 33 idosos
identificados nos prontuários demonstrou que, 69,7% eram do sexo masculino
(n=23) com predomínio da faixa de 60 a 69 anos (54,6 %), analfabetos (60,6%) e
que sobrevivem em conjunto com suas famílias com uma renda mensal de 1 a 2
salários mínimos (88,0%). Quanto às variáveis clínicas, a maioria dos idosos
estava em tratamento hemodialítico de 1 a 5 anos (78,8%), com uma rotina de
tratamento de 3 vezes por semana (91,0%), com duração de 4 horas de terapia
(97,0%). Quanto aos tipos de acesso utilizados para o tratamento, houve
predomínio da fístula arteriovenosa (91,0%). Em relação as doenças de base na
população investigada, foram identificadas a hipertensão arterial sistêmica
(HAS) como a mais prevalente (72,2%). Tratando-se das complicações
identificadas durante as sessões de hemodiálise, destacaram-se a hipotensão
(72,72%), cãibras (48,48%) e vômitos (27,27%). A respeito dos Diagnósticos de
Enfermagem (DEs), identificou-se quatro diagnósticos. Em relação à complicação
hipotensão, no domínio hidratação, foi associado o DE: **1 - Volume de
líquidos deficiente** **relacionado a mecanismo regulador comprometido
caracterizado pela diminuição da pressão do pulso e pressão sanguínea**. Em
relação à complicação cãibra, foram identificados no domínio conforto os
diagnósticos de 2 - **Dor aguda relacionado à terapia hemodialítica
caracterizado por mudanças nos parâmetros fisiológicos e de posição para
alívio da dor** e 3 - **Conforto prejudicado relacionado ao regime de
tratamento caracterizado por inquietação, sensação de desconforto e
incapacidade de relaxar**. Tratando-se da complicação vômito, no domínio
hidratação, o DE associado foi: 4 - **Risco de desequilíbrio eletrolítico
relacionado à episódios de vômito.** As intervenções prestadas frente aos DEs.
associadas às complicações registradas nos prontuários, podem ser
classificadas como intervenções comuns a todas as complicações: monitoração
dos sinais vitais (93,93%), orientações ao paciente quanto às intercorrências
(54,54%) e administração de medicamentos conforme prescrição médica (33,33%).
O processo de enfermagem empregado de forma sistematizada torna a assistência
mais diretiva e fortalece o pensamento crítico-científico do enfermeiro,
levando-o a antecipação de situações de risco que podem ser minimizadas ou até
mesmo supridas. Assim, a identificação de DEs diante das complicações durante
as sessões de hemodiálise, direciona a uma reflexão acerca dos fatores que
interferem nas condições de saúde do cliente, sem afastar da assistência,
intervenções substanciais ao cuidado. Nessa conjuntura, ao considerar as
particularidades e antecedentes clínicos da população em estudo, pode-se
observar a contribuição para um cuidado integral e melhor qualidade de vida.
**Referências**
1-Pilger C, Rampari EM, Waidman MAP, Carreira L. Hemodiálise: seu significado
e impacto para uma vida do idoso. Esc. Anna Nery. 2010; 14 (4): 677-683.
2-Costa RHS, Dantas ALM, Leite MD, Lira LBC, Vitor F, Silva RAR. Complicações
em pacientes renais durante sessões hemodialíticas e intervenções de
enfermagem. Revista de pesquisa: cuidado é fundamental. 2015; 7 (1):
2137-2146.
3-Debone MC, Pedruncci ESN, Candido MCP, Marques S, Kusumota L. Diagnósticos
de enfermagem em idosos com doença renal crônica em hemodiálise. Rev. Bras.
Enferm. 2017; 70(4): 800-805.
4-Aguiar, LL, Guedes MVC. Diagnósticos e intervenções de enfermagem do domínio
segurança e proteção para pacientes em hemodiálise. Enfermería Global. 2017;
n. 47: 13-25.
Descritores: Diagnóstico de Enfermagem; Insuficiência Renal Crônica; Idoso.
**TEMA 3: **Processo de Enfermagem: referenciais teórico-metodológicos, raciocínio clínico e sistemas de linguagem padronizada
* * *
*Recorte da monografia: Complicações apresentadas por pacientes com problemas renais crônicos durante as sessões de hemodiálise. Desenvolvida no curso de graduação em Enfermagem da Universidade Regional do Cariri (URCA).
[1] Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da
Universidade Regional do Cariri (URCA). Professora Temporária da URCA. Crato,
CE, Brasil. E-mail: condessaepandora@gmail.com
[2] Enfermeira. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da
Universidade Regional do Cariri (URCA). Professora Temporária da URCA. Crato,
CE, Brasil. E-mail: adriana1mb@hotmail.com
[3] Enfermeira pela Universidade Regional do Cariri (URCA). Crato, CE, Brasil.
E-mail: juscivaniacarla@hotmail.com
[4] Enfermeiro. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da
Universidade Regional do Cariri (URCA). Professor Substituto da URCA. Crato,
CE, Brasil. E-mail: tallysf27@gmail.com.
[5]Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Professora adjunta da URCA. Crato, CE, Brasil. E-mail: evanira@bol.com.br
Referências: 1- Conselho Federal de Enfermagem. Pesquisa inédita traça perfil da enfermagem brasileira [Internet]. Brasília: COFEN; 2015 [citado 31 maio 2016]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/pesquisa-inedita-traca-perfil-da-enfermagem_31258.html
2- Conselho Federal de Enfermagem. Enfermagem em números [Internet]. Brasília: COFEN; 2016 [citado 27 julho 2016]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/enfermagem-em-numeros
3- Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. Resolução n. 6, de 20 de setembro de 2012 [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília; 21 set 2012; Seção 1:22. [citado 8 abr 2015]. Disponível: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11663-rceb006-12-pdf&category_slug=setembro-2012-pdf&Itemid=30192
4- Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.189, de 18 de dezembro de 2009. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação do Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (PROFAPS) [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília; 23 dez 2009; Seção 1:59. [citado 8 abr 2013]. Disponível: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt3189_18_12_2009.html
5- Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprovas as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília; 13 jun 2013; Seção 1:59. |