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5732173 | MONITORIA EM EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM: EXPECTATIVAS E VIVÊNCIAS | Autores: Maria Regina Reicherte Pimentel ; Magali Carla Cordeiro ; Jussara Cabral de Almeida ; Luzia da Conceição Araujo Marques ; Thaina Ramos Freire |
Resumo: Introdução: O objeto deste estudo está relacionado à vivência de monitoria
acadêmica na subárea Educação em Enfermagem. Esta atividade é oferecida no
projeto político-pedagógico (PPP) do Curso de Graduação em Enfermagem da
Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ENF/UERJ)
cujo propósito é o preparo para a docência. Sua importância como atividade
complementar ressaltada nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Enfermagem (DCN) em vigência1. Monitoria é um mecanismo de
aproveitamento de conhecimentos adquiridos pelo estudante que permite
aproximar a relação entre corpo docente e discente, a medida que o monitor,
auxilia os professores em tarefas didáticas, na preparação e realização de
trabalhos práticos, e também no auxílio diretamente a outros acadêmicos, sob
supervisão do professor orientador, estimulando assim no estudante-monitor o
interesse pela atividade docente.2 Nesta atividade complementar de
capacitação pedagógica do enfermeiro, o monitor, que já vivenciou a situação
de estudante e se encontra em turma mais avançada, identifica as possíveis
dificuldades dos estudantes com o conteúdo que foi ministrado em sala e
desenvolve práticas de aprendizagem mediadas, colaborando com o professor. O
PPP da ENF/UERJ tem como objetivo manter o compromisso de formar enfermeiros
cidadãos conhecedores dos problemas do seu estado e comprometidos com as
necessidades de saúde da sociedade, por meio de atividades de ensino, pesquisa
e extensão, apoiado as diretrizes curriculares nacionais. A construção do
conhecimento autêntico e transformador da realidade, apoiado na construção
coletiva e libertadora, busca romper com a pedagogia tradicional, onde o homem
não é visto de maneira integral. O Curso de Graduação em Enfermagem na UERJ é
dividido em nove períodos, com duração de quatro anos e meio, carga horária
total de 5.850 horas, três grandes áreas de conhecimento: Assistencial,
Fundamental e Bases Biológicas e Sociais. Cada área é formada por diferentes
subáreas integradas, estando a subárea Educação em Enfermagem vinculada à Área
Fundamental no primeiro período com 105 horas. A inserção da subárea de
Educação em Enfermagem no PPP tem como propósito atender aos conteúdos
essenciais da formação crítico-reflexiva do enfermeiro relativo ao ensino de
enfermagem que visam atividades de educação e promoção da saúde, considerando
a especificidade dos diferentes grupos sociais e dos distintos processos de
vida, saúde, trabalho e adoecimento, com referencial problematizador
fundamentado na dialogicidade entre educador e educando de Paulo Freire. As
tarefas do monitor de Educação em Enfermagem, em sua maior parte, são
extraclasse, que buscam levantar as dificuldades e dúvidas ocorridas em sala
de aula ou na realização de trabalhos propostos como leitura de textos para
sistematização de conceitos, atividades em grupo, dramatização das concepções
pedagógicas e ação educativa articulada com a subárea Saúde, Trabalho e Meio
Ambiente 1, para saná-las ou amenizá-las. E em momentos possíveis, estar
presente em sala de aula para cooperar com a discussão e observar efetuação de
tarefas. Objetivos: Descrever as vivências na monitoria da subárea Educação em
Enfermagem, comparando com as expectativas enquanto estudantes. Descrição
metodológica: Relato de experiência em formato de estudo descritivo. A
experiência foi desenvolvida com uma turma de primeiro período entre Agosto de
2017 e Fevereiro de 2018 na Faculdade de Enfermagem da UERJ. A análise foi
realizada a partir da comparação entre as expectativas das estudantes-
monitoras sobre o processo de ser monitora e o cotidiano vivido como monitora.
Resultados: Foram identificados quatro aspectos de expectativas iniciais no
processo de candidatura à monitoria, posteriormente relacionados com a rotina
de monitoria acadêmica: ampliar o conhecimento, participar do processo ensino-
aprendizagem, manter contato com a subárea e o interesse em seguir carreira
docente. Em relação ao primeiro aspecto, a expectativa era ler outros autores;
mas a realidade foi a releitura dos mesmos textos lidos em sala de aula, porém
com a visão de monitora, o que permitiu a descoberta de novas perspectivas na
literatura. Mais tarde, outros autores foram lidos buscando novas estratégias
de ensino. Quanto à expectativa do desenvolvimento de encontro com os
estudantes para tirar dúvida, a realidade vivida foi participar do
planejamento de ensino, execução, orientação e avaliação da subárea. Além do
encontro físico, o ambiente virtual pelas redes sociais também foi um meio de
comunicação utilizado para orientações como whatsapp e Facebook. Já que não há
essa matéria em outro período, a candidatura à vaga de monitora foi vista como
uma oportunidade de manter contato com a Educação; a prática foi a percepção
da presença de momentos educativos em quase todos os momentos da prática do
profissional de enfermagem. Por fim, o desejo de ver mais de perto as
atividades realizadas por um professor universitário para incorporá-las na
carreira, permitiu perceber a preocupação do professor não somente com o
ensino, mas também com a aprendizagem dos alunos, traçando novas estratégias
de ensino a partir de resultados nas turmas anteriores e acompanhando a
evolução do estudante a cada aula. Conclusão: A experiência de ser monitoras
da subárea Educação em Enfermagem proporcionou a exploração da real
necessidade de preparação para o exercício da docência. As relações de ganho
entre o monitor e o professor orientador e também entre o monitor e os alunos
foram muito satisfatórias, pois ao ensinar há aprendizado para quem ensina e
ao aprender há ensino para quem aprende.3 Esta afirmação reforça a ideia de
que o professor, que conduz o conteúdo, o monitor, que vivenciou
anteriormente e ainda vivencia esta situação, e o estudante são sujeitos do
processo ensino-aprendizagem. Contribuições/implicações para a Enfermagem:
Divulgar a importância do exercício da monitoria durante a formação para
melhor compreender o papel de educador do enfermeiro.
Referências: 1. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Ministério da Educação - MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, Brasília: MEC; 2001.
2. Pinheiro R, Mattos RA. Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde.. Rio de Janeiro: Abrasco; 2003. 228 p.
3. Freire P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2002. 121 p.
4. Pinheiro R, Mattos RA. Os Sentidos da Integralidade: na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: Abrasco; 2001. 180 p.
5. Freire P. Pedagogia da Autonomia. 16. ed. São Paulo: Paz e Terra; 2000. 102 p. |