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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5732173

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5732173

MONITORIA EM EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM: EXPECTATIVAS E VIVÊNCIAS

Autores:
Maria Regina Reicherte Pimentel ; Magali Carla Cordeiro ; Jussara Cabral de Almeida ; Luzia da Conceição Araujo Marques ; Thaina Ramos Freire

Resumo:
Introdução: O objeto deste estudo está relacionado à vivência de monitoria acadêmica na subárea Educação em Enfermagem. Esta atividade é oferecida no projeto político-pedagógico (PPP) do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ENF/UERJ) cujo propósito é o preparo para a docência. Sua importância como atividade complementar ressaltada nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem (DCN) em vigência1. Monitoria é  um mecanismo de aproveitamento de conhecimentos adquiridos pelo estudante que permite aproximar a relação entre corpo docente e discente, a medida que o monitor, auxilia os professores em tarefas didáticas, na preparação e realização de trabalhos práticos, e também no auxílio diretamente a outros acadêmicos, sob supervisão do professor orientador, estimulando assim no estudante-monitor o interesse pela atividade docente.2  Nesta atividade complementar de capacitação pedagógica do enfermeiro, o monitor, que já vivenciou a situação de estudante e se encontra em turma mais avançada, identifica as possíveis dificuldades dos estudantes com o conteúdo que foi ministrado em sala e desenvolve práticas de aprendizagem mediadas, colaborando com o professor. O PPP da ENF/UERJ tem como objetivo manter o compromisso de formar enfermeiros cidadãos conhecedores dos problemas do seu estado e comprometidos com as necessidades de saúde da sociedade, por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão, apoiado as diretrizes curriculares nacionais. A construção do conhecimento autêntico e transformador da realidade, apoiado na construção coletiva e libertadora, busca romper com a pedagogia tradicional, onde o homem não é visto de maneira integral. O Curso de Graduação em Enfermagem na UERJ é dividido em nove períodos, com duração de quatro anos e meio, carga horária total de 5.850 horas, três grandes áreas de conhecimento: Assistencial, Fundamental e Bases Biológicas e Sociais. Cada área é formada por diferentes subáreas integradas, estando a subárea Educação em Enfermagem vinculada à Área Fundamental no primeiro período com 105 horas. A inserção da subárea de Educação em Enfermagem no PPP tem como propósito atender aos conteúdos essenciais da formação crítico-reflexiva do enfermeiro relativo ao ensino de enfermagem que visam atividades de educação e promoção da saúde, considerando a especificidade dos diferentes grupos sociais e dos distintos processos de vida, saúde, trabalho e adoecimento, com referencial problematizador fundamentado na dialogicidade entre educador e educando de Paulo Freire. As tarefas do monitor de Educação em Enfermagem, em sua maior parte, são extraclasse, que buscam levantar as dificuldades e dúvidas ocorridas em sala de aula ou na realização de trabalhos propostos como  leitura de textos para sistematização de conceitos, atividades em grupo, dramatização das concepções pedagógicas e ação educativa articulada com a subárea Saúde, Trabalho e Meio Ambiente 1, para saná-las ou amenizá-las. E em momentos possíveis, estar presente em sala de aula para cooperar com a discussão e observar efetuação de tarefas. Objetivos: Descrever as vivências na monitoria da subárea Educação em Enfermagem, comparando com as expectativas enquanto estudantes. Descrição metodológica: Relato de experiência em formato de estudo descritivo. A experiência foi desenvolvida com uma turma de primeiro período entre Agosto de 2017 e Fevereiro de 2018 na Faculdade de Enfermagem da UERJ. A análise foi realizada a partir da comparação entre as expectativas das estudantes- monitoras sobre o processo de ser monitora e o cotidiano vivido como monitora. Resultados: Foram identificados quatro aspectos de expectativas iniciais no processo de candidatura à monitoria, posteriormente relacionados com a rotina de monitoria acadêmica: ampliar o conhecimento, participar do processo ensino- aprendizagem, manter contato com a subárea e o interesse em seguir carreira docente. Em relação ao primeiro aspecto, a expectativa era ler outros autores; mas a realidade foi a releitura dos mesmos textos lidos em sala de aula, porém com a visão de monitora, o que permitiu a descoberta de novas perspectivas na literatura. Mais tarde, outros autores foram lidos buscando novas estratégias de ensino. Quanto à expectativa do desenvolvimento de encontro com os estudantes para tirar dúvida, a realidade vivida foi participar do planejamento de ensino, execução, orientação e avaliação da subárea. Além do encontro físico, o ambiente virtual pelas redes sociais também foi um meio de comunicação utilizado para orientações como whatsapp e Facebook. Já que não há essa matéria em outro período, a candidatura à vaga de monitora foi vista como uma oportunidade de manter contato com a Educação; a prática foi a percepção da presença de momentos educativos em quase todos os momentos da prática do profissional de enfermagem. Por fim, o desejo de ver mais de perto as atividades realizadas por um professor universitário para incorporá-las na carreira, permitiu perceber a preocupação do professor não somente com o ensino, mas também com a aprendizagem dos alunos, traçando novas estratégias de ensino a partir de resultados nas turmas anteriores e acompanhando a evolução do estudante a cada aula. Conclusão: A experiência de ser monitoras da subárea Educação em Enfermagem proporcionou a exploração da real necessidade de preparação para o exercício da docência. As relações de ganho entre o monitor e o professor orientador e também entre o monitor e os alunos foram muito satisfatórias, pois ao ensinar há aprendizado para quem ensina e ao aprender há ensino para quem aprende.3 Esta afirmação reforça a ideia de que o professor, que conduz o conteúdo,  o monitor, que vivenciou anteriormente e ainda vivencia esta situação, e o estudante são sujeitos do processo ensino-aprendizagem. Contribuições/implicações para a Enfermagem: Divulgar a importância do exercício da monitoria durante a formação para melhor compreender o papel de educador do enfermeiro.


Referências:
1. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Ministério da Educação - MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, Brasília: MEC; 2001. 2. Pinheiro R, Mattos RA. Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde.. Rio de Janeiro: Abrasco; 2003. 228 p. 3. Freire P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2002. 121 p. 4. Pinheiro R, Mattos RA. Os Sentidos da Integralidade: na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: Abrasco; 2001. 180 p. 5. Freire P. Pedagogia da Autonomia. 16. ed. São Paulo: Paz e Terra; 2000. 102 p.