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5726534 | CONHECIMENTO DE FAMILIARES DE PACIENTES HOSPITALIZADOS COM ALTO RISCO DE QUEDA SOBRE A PREVENÇÃO DO EVENTO: ESTUDO PILOTO | Autores: Franciele Moreira Barbosa ; Melissa de Freitas Luzia ; Isabella Duarte Vidor |
Resumo: CONHECIMENTO DE FAMILIARES DE PACIENTES HOSPITALIZADOS COM ALTO RISCO DE QUEDA
SOBRE A PREVENÇÃO DO EVENTO: ESTUDO PILOTO
Melissa de Freitas Luzia1 , Isabella Duarte Vidor2, Franciele Moreira Barbosa3
Amália de Fátima Lucena4
Introdução: As quedas são incidentes de segurança prevalentes no ambiente
hospitalar com repercussões negativas para pacientes e instituições, como a
ocorrência de danos físicos, piora da condição clínica, aumento do tempo de
internação, dos custos e de implicações éticas e legais. A sua prevenção é
prioritária na área da saúde em âmbito mundial, representando uma das metas
internacionais de segurança da Organização Mundial da Saúde e do Programa
Nacional de Segurança do Paciente. Estudos mostram que intervenções
multifatoriais podem reduzir quedas de pacientes hospitalizados. Dentre estas,
destaca-se a implementação de intervenções educativas direcionadas a equipe de
enfermagem, paciente e familiar. Poucos estudos tem abordado especificamente a
educação, o conhecimento e a participação do familiar nas medidas preventivas
de quedas de pacientes hospitalizados. O conhecimento vem sendo apontado como
capaz de influenciar a participação e a colaboração dos familiares nas medidas
propostas pela equipe em diversas condições clínicas. Acredita-se que esse
processo tenha um papel importante na prevenção de quedas, de modo que as
orientações fornecidas ao familiar possam promover a consciência sobre o risco
de queda, bem como das medidas preventivas, aliando-o como parceiro na
promoção da segurança do paciente. Nesse sentido, é fundamental avaliar a
percepção do familiar sobre as orientações ou a estratégia que lhe é fornecida
além de verificar o quão efetivas são. Os resultados de enfermagem (RE) da
Nursing Outcomes Classification (NOC) estabelecem medidas e definições
padronizadas, permitindo avaliar a efetividade dos cuidados de enfermagem,
tornando visível o impacto das suas ações. O RE “Conhecimento: Prevenção de
Quedas (1828)”, definido como “extensão da compreensão sobre a prevenção de
quedas", pode subsidiar o enfermeiro na avaliação do conhecimento do familiar
e das intervenções educativas implementadas no ambiente hospitalar, auxiliando
a determinar se são necessárias mudanças no cuidado. Objetivo: O presente
estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento de familiares de pacientes
hospitalizados com alto risco de queda sobre a prevenção do evento através da
aplicação de indicadores selecionados do resultado da NOC “Conhecimento:
Prevenção de Quedas (1821)”. Descrição metodológica: Trata-se de um estudo
longitudinal, prospectivo realizado em unidades de internação clínicas e
cirúrgicas de um hospital universitário do sul do Brasil. Foram incluídos 19
familiares de pacientes adultos com alto risco de quedas (Morse Fall Scale =
45 pontos) durante a internação. Foi considerado familiar a pessoa que
estivesse acompanhando o paciente durante a sua internação, possuindo grau de
parentesco ou não, indicada como referência para fins de orientação por parte
da equipe de saúde. Foram excluídos os familiares menores de 18 anos e com
barreiras de comunicação. Dez indicadores do RE “Conhecimento: Prevenção de
Quedas (1821)” foram aplicados, ou seja, Uso correto de dispositivos de
assistência (182801), Calçado adequado (182803), Uso correto de barras de
apoio (182804), Quando solicitar assistência pessoal (182808), Uso de
procedimentos seguros de transferência (182809), Razões para restrições
(182810), Medicamentos prescritos que aumentam o risco de quedas (182812),
Doenças que aumentam o risco de quedas (182813)(182814), Mudanças na pressão
arterial que aumentam o risco de quedas (182815) e Estratégias para caminhar
de forma segura (182817). A seleção dos indicadores foi realizada considerando
o contexto da internação hospitalar adulto, achados da literatura sobre o
fenômeno queda, seus fatores de risco e a sua relação com as intervenções de
enfermagem para prevenção de quedas utilizadas na instituição. As definições
conceituais e operacionais foram previamente construídas para cada um dos
indicadores de forma a balizar os escores atribuídos de acordo com a escala
likert de 5 pontos da NOC que caracteriza o conhecimento em nenhum, limitado,
moderado, substancial e extenso. Os dados foram analisados pela estatística
descritiva, com base na pontuação da escala. Os familiares assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido e o estudo foi aprovado pelo comitê de
ética e pesquisa da instituição sob o protocolo nº170279. Resultados: A idade
média dos familiares foi 49±14,9 anos, do sexo feminino, 14(74%), com mediana
de 11 (8–12) anos de estudo, renda familiar de 3 (2,5-4,55) salários mínimos e
ativos profissionalmente 10(52,6%). A maioria apresentava grau de parentesco
com o paciente 15(79%), sendo 8(42%) filho(a) e 4(21%), marido/esposa, 11(58%)
não residiam com o paciente, e 13(68%) eram responsáveis pela sua internação.
Nenhum conhecimento foi identificado com relação ao indicador “Medicamentos
prescritos que aumentam o risco de quedas”. O conhecimento dos familiares
sobre “Quando solicitar assistência pessoal”, “Uso de procedimentos seguros de
transferência”, “Razões para restrições”, “Mudanças na pressão arterial que
aumentam risco de quedas” e “Estratégias para caminhar de forma segura” foi
limitado, enquanto que sobre “Calçado adequado” e “Doenças que aumentam o
risco de quedas”, moderado. Sobre o “Uso correto de barras de apoio”, o
conhecimento dos familiares foi substancial. Conclusão e contribuições para a
enfermagem: A avaliação do conhecimento e comportamento dos familiares sobre
prevenção de quedas, através dos RE da NOC permite identificar se as
orientações educativas foram compreendidas, quais delas necessitam ser
reforçadas, além de verificar a efetividade das intervenções de enfermagem,
contribuindo para nortear mudanças que auxiliem na segurança do paciente. Os
familiares apresentaram conhecimento limitado sobre prevenção de quedas.
Portanto, há necessidade de investir em medidas educativas, que promovam
conhecimento e a participação dos familiares no cuidado.
Referências: 1. Brehmer LCF, Ramos FRS. Integração ensino-serviço: implicações e papéis em vivências de cursos de Graduação em Enfermagem. Rev. Esc. Enferm. USP. 2014; 48(1):118-124.
2. Kwiatkoski DR. Tradução e adaptação transcultural de um questionário de competências clínicas. 2016 Dissertação (mestrado em enfermagem) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Setor de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Paraná. Curitiba – PR.
3. Santos CMC, Pimenta CAM, Nobre MRC. A estratégia PICO para a construção da pergunta de pesquisa e busca de evidências. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2007; 15(3):508-511 |