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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5725471

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5725471

A IMPLANTAÇÃO E A INFORMATIZAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UMA INSTITUIÇÃO ONCOLÓGICA

Autores:
Giovanna Paola Trescher ; Ana Inez Severo Varela ; Luciana Martins da Rosa ; Gisele Martins Miranda ; Mabel Villa Demétrio

Resumo:
**INTRODUÇÃO: **Conhecer e revelar a trajetória histórica significa compreender contextos,  ter interesse na atividade humana, porque tudo tem uma história, um passado que pode ser um princípio reconstruído e que ainda pode estar relacionado ao restante desse passado.1 Considerando que o Centro de Pesquisa Oncológicas (CEPON), uma instituição referência em Oncologia no Estado de Santa Catarina, instituiu a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em 1997 e que a informatização dessa prática iniciou em 2015, busca-se com este estudo deixar registrado fatos importantes dessa construção. **OBJETIVO: **Descrever o processo de implantação e de informatização da SAE no CEPON. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: **estudo documental e relato de experiência. As fontes das informações foram dissertações e teses de enfermagem de enfermeiros do Centro de Pesquisa Oncológicas e registros do Setor de Planejamento, do Serviço de Tecnologia da Informação (STI) e dos Serviços de Enfermagem do cenário do estudo. Para o relato de experiência da informatização, contou-se com a descrição dos fatos pela enfermeira responsável pelo processo de informatização. A coleta de dados configurou em análise documental dos fatos e entrevista semiestruturada, após a coleta dos dados foram agrupados e apresentados na forma descritiva, seguindo a cronologia dos fatos. **RESULTADOS: **O serviço especializado em oncologia do CEPON surgiu em 1974, no Hospital Governador Celso Ramos, na modalidade de ambulatório de quimioterapia. Em 1996 iniciou o atendimento hospitalar, em 1999 em Transplante de Medula Óssea, em 2005, foi inaugurado o Complexo Oncológico, localizado no bairro Itacorubi, que integrou as atividades ambulatoriais com as atividades do ambulatório de radioterapia (teleterapia), antes não existente. Em 2012 a unidade hospitalar foi transferida para o Complexo Hospitalar.2Até 1996 a construção do saber no processo de enfermagem do CEPON se embasava em conhecimento científico e crenças repassadas de um profissional para o outro, mas o processo de trabalho não era executado de forma sistemática. O processo de enfermagem apresentava-se fragilizado e desmembrado, pelo fato de não ser desempenhado uniformemente pelos profissionais. Entre 1996 e 1997, através de um Curso de Especialização em Projetos Assistenciais de Enfermagem, promovido pela Universidade Federal de Santa Catarina, três enfermeiras do CEPON uniram-se para implantar a SAE no CEPON. Para isto foi preciso construir o processo de enfermagem e escolher o referencial teórico para fundamentar o cuidado de enfermagem. As teorias escolhidas pelos profissionais para sustentar a SAE foram as teorias de enfermagem de Hildegard E. Peplau (Teoria das Interrelações) e Dorothea Elizabeth Orem (Teoria do Autocuidado). No desenvolvimento do referido projeto. As enfermeiras implantaram a metodologia assistencial, de forma sistematizada e padronizada.3 Com isso os enfermeiros após realizarem atendimento dos pacientes que iniciavam o tratamento ou na internação hospitalar, preenchiam um histórico de enfermagem impresso e identificavam os problemas de enfermagem (o diagnóstico de enfermagem não havia sido ainda implantado), as evoluções diárias eram registradas na forma de SOC (dados subjetivos = S; dados objetivos = O e conduta = C),em folhas próprias anexadas ao prontuário físico e realizavam a prescrição de enfermagem.3Com o passar dos anos, após a implementação da SAE, e com a expansão do CEPON, houve aumento e rotatividade da equipe de enfermagem e o processo de enfermagem e a SAE acabaram por se fragmentar e descontinuar. Somada a essa situação, O CEPON instituiu um_ software _–um Sistema de Gestão em Saúde (SGS) – para informatização do prontuário eletrônico, em uso desde 2011, com isto, houve a migração dos registros de enfermagem do papel para o prontuário eletrônico. Esses registros eletrônicos contemplavam apenas o histórico de enfermagem, avaliação de enfermagem e a prescrição de enfermagem em campos descritivos. No ano de 2015 uma enfermeira foi convidada pela Direção do CEPON para atuar junto a equipe de tecnologia da informação e comunicação com o objetivo de informatizar os registros do Processo de Enfermagem. Ela estudou os cadastros no SGS, realizou revisão da literatura sobre o tema SAE e sua informatização e por fim elaborou dois instrumentos de coleta de dados. Os instrumentos eram compostos de anamnese e exame físico, denominados: histórico de enfermagem e evolução de enfermagem. Para determinar se estes dois instrumentos seriam adequados para o registro eletrônico dos enfermeiros nos diferentes serviços oferecidos pela instituição, foram realizadas cinco oficinas com os colaboradores com as seguintes temáticas: 1) apresentação do processo de enfermagem e os instrumentos de coleta de dados construídos, para contribuições dos enfermeiros. Todas as contribuições foram agrupadas e incluídas nos instrumentos; 2) apresentação das taxonomias de enfermagem mais utilizadas no Brasil, para discussão da linguagem e padronização da taxonomia a ser adotada na instituição. Foi escolhida a Taxonomia dos Diagnósticos de Enfermagem da NANDA, NOC Classificação dos Resultados de Enfermagem e NIC Classificação das Intervenções de Enfermagem. Sequencialmente, os dados e conexões das taxonomias foram digitadas em uma tabela construída no Programa _Word _da_ Microsoft_ e cadastradas no sistema informatizado do prontuário eletrônico e definidos os parâmetros de funcionamento para assistência de enfermagem; 3) capacitação referente aos Diagnósticos de Enfermagem da NANDA e apresentação da forma de preenchimento do item SAE no prontuário eletrônico. Neste momento novas sugestões surgiram e todas foram incluídas na informatização da SAE; 4) capacitação dos enfermeiros para a realização do exame físico e seu preenchimento no SGS; 5) apresentação do processo de enfermagem informatizado no item SAE do SGS e para o correto preenchimento da ferramenta. Nessa oficina foi definido o setor para início do teste piloto, realizado em maio de 2016 na Central de Quimioterapia. Após o teste piloto a informatização da SAE foi implantada nos setores de atendimento dos jovens e adolescentes, cuidados paliativos, oncologia clínica, ambulatório de intercorrências oncológicas, radioterapia e centro cirúrgico. Demais setores estão em fase de implantação. **CONCLUSÃO: **Resgatar a história permite que ela se perpetue, permite análises e compreensão dos fatos atuais a partir da reflexão do passado. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: **As linguagens padronizadas são elementos indispensáveis para a implementação dos registros eletrônicos de saúde. Portanto, este estudo mostra o empenho da enfermagem do CEPON em qualificar o cuidado de enfermagem e de dar visibilidade às ações de enfermagem. **DESCRITORES: **Enfermagem Oncológica; História; Informática em Saúde**. **


Referências:
1. Campos LRG, Ribeiro MRR, Depes VBS. Autonomia do graduando em enfermagem na (re)construção do conhecimento mediado pela aprendizagem baseada em problemas. Rev Bras Enferm. 2014; 67(5):818-24. 2. Mesquita SKC, Meneses RMV, Ramos DKRR. Metodologias ativas de ensino/aprendizagem: dificuldades de docentes de um curso de enfermagem. Trab Educ Saúde. 2016; 14(2):473-86. 3. Campos LRG, Ribeiro MRR. Aprendizagem baseada em problemas e a autonomia do aluno: vivências em um curso de graduação em enfermagem. Silva MGM, Ribeiro MRR, Organizadores. Educação e Saúde em pesquisas: possibilidades na diversidade. Cuiabá: UFMT; 2014. p. 119-47.