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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5649898

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5649898

APLICABILIDADE DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM SOB A PERCEPÇÃO DE DISCENTES DE GRADUAÇÃO EM DE ENFERMAGEM

Autores:
Yara Nayá Lopes de Andrade Goiabeira ; Carlos Cley Jerônimo Alves ; Antônio Sávio Inácio ; Thais Gomes Oliveira ; Elielza Guerreiro Menezes

Resumo:
**Introdução: **A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma atividade privativa do enfermeiro, na qual se organiza o trabalho da equipe de Enfermagem; Processo de Enfermagem; EnsinoEnfermagem, objetivando tornar o cuidado ao paciente mais seguro e sistematizado. A aplicabilidade da SAE no cuidado ao paciente deve ser direcionada pelo Processo de Enfermagem (PE), de modo a alcançar a qualidade da assistência integralizada e holística e, consequentemente, maior visibilidade da profissão1. **Objetivo**: Compreender a aplicabilidade da Sistematização da Assistência de Enfermagem a partir do processo ensino-aprendizagem sob a percepção dos discentes de enfermagem. **Descrição Metodológica: **Estudo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa_. _O cenário da pesquisa foi a Escola Superior Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas, na cidade de Manaus, Amazonas. Participaram do estudo os discentes do 4º ao 8º período letivo curricular do curso de graduação em Enfermagem. A delimitação de períodos deu-se em decorrência do momento inicial e final do ensino teórico da SAE e do PE, pois, a partir do 9º período os mesmos se encontram apenas em campos práticos de atuação. A amostra final totalizou 111 discentes que atendiam aos seguintes critérios de inclusão: maiores de 18 anos e que cursavam regularmente do 4º ao 8º período letivo. O instrumento utilizado para a coleta de dados, realizado no período março a junho de 2014, foi o formulário semiestruturado, composto por duas etapas: a primeira referente à caracterização dos discentes participantes do estudo e a segunda, por questões norteadoras redigidas por meio de perguntas abertas sobre o tema em questão. Para organização dos dados utilizou-se a análise de conteúdo de Bandin2. A pesquisa obedeceu às exigências formais contidas nas normas nacionais e internacionais regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, norteadas pela Resolução Nº 466/2012. O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas (CEP/UEA), recebeu, analisou e emitiu o parecer consubstanciado de aprovação por meio protocolo 557.288. **Resultados: **Dentre os estudantes entrevistados, 70% eram do sexo feminino e 30% do sexo masculino, sendo essa predominância de mulheres uma realidade peculiar ao curso de enfermagem3. Em relação a faixa etária, 45,5% encontravam-se entre 18 e 23 anos, representando a maior parte da população academicamente ativa inserida no universo acadêmico, 32,7% dos entrevistados apresentavam entre 24 e 29 anos, e apenas 0,9% na faixa etária acima de 45 anos. Observou-se ainda que em relação ao período cursado, a distribuição de discentes entre os 4º, 5º, 7º e 8º período ocorreu de maneira proporcional (17,3% até 20%), havendo uma discrepância apenas no 6º período que representou a maioria dos discentes respondentes (24,5%). Explicado pelas desistências que acontecem no decorrer do curso ou ainda pelo cumprimento das atividades curriculares obrigatórias (estágio), o que justificou a ausência de muitos discentes no momento da pesquisa. A partir da análise de Bardin2 emergiram quatro categorias temáticas: A SAE como instrumento de implementação do conhecimento teórico-prático, aspectos distintos entre a SAE e o PE, divergências metodológicas no ensino da operacionalização da SAE, déficit de conhecimento interdisciplinar do corpo discente_. _Diante dos relatos dos participantes, ficou perceptível a conceitualização da SAE como meio indispensável à prática das informações compartilhadas em sala de aula. As narrativas possibilitaram interpretar que os discentes compreendem o conhecimento teórico-prático como uma relação fundamental para o exercício profissional de qualidade. A realização do ensino teórico-prático contribui para o processo de reconhecimento da dinâmica e organização das instituições de saúde e, consequentemente, para a adaptação à rotina da equipe e clientela4. Nesse sentido, pode-se inferir que a SAE se apresenta como um importante instrumento técnico- científico capaz de assegurar a qualidade e a continuidade da assistência de enfermagem, por meio da vivência do aluno nos campos de prática e do estímulo ao raciocínio crítico-reflexivo do mesmo. Quanto aos aspectos distintos entre a SAE e o PE, é possível perceber nos discursos, que as definições não estão muito bem esclarecidas no cotidiano da maioria dos estudantes, uma vez que a SAE presume a organização em um sistema que requer um conjunto de elementos, dinamicamente inter-relacionados que organizam o trabalho do enfermeiro5. Pode- se inferir também que os discentes atribuem à SAE aspectos positivos, como processo de otimização e qualificação do trabalho profissional, concedendo mais visibilidade e autonomia ao enfermeiro, por meio do papel de coordenador do plano de cuidados. Quando indagados sobre as lacunas do processo ensino-aprendizagem materializadas nas dificuldades enfrentadas na aplicabilidade da SAE e do PE, as falas retratam algumas divergências na metodologia utilizada pelo docente em sala de aula, refletindo a não padronização dos conhecimentos transmitidos e resultando em um conflito de ideias para os discentes. Essa dificuldade no aprendizado das disciplinas ministradas, influencia diretamente o não desenvolvimento da SAE na prática clínica. Pode-se dizer que o ensino da SAE, predominantemente é abordado em disciplinas isoladas, e que essa metodologia não favorece a relação em tempo real entre a teoria e a prática interdisciplinar da assistência de enfermagem desenvolvida pelo discente. Os relatos sobre os hiatos existentes no ensino da SAE e do PE demonstram exatamente o distanciamento entre a teoria e a prática de enfermagem, percebendo-se a necessidade de mudanças de estratégias e metodologias utilizadas por docentes e instituições de ensino. Apontaram-se ainda o déficit de conhecimento interdisciplinar por parte dos próprios discentes, percebe-se que uma das dificuldades dos discentes encontra-se no conhecimento das disciplinas relacionadas à fundamentação teórica para a execução da SAE. **Conclusão: **Verificou-se que os discentes reconhecem a importância do ensino e aplicabilidade da SAE e do PE, relacionando-o com o conhecimento teórico-prático durante a graduação para o futuro exercício profissional de qualidade. No entanto, infere-se nesse processo, uma dificuldade de diferenciação, por parte dos discentes, entre a conceitualização e operacionalização da SAE e do PE, o que pode advir das inúmeras falhas na metodologia de ensino utilizada pelos docentes. Foram destaques os aspectos positivos na aplicabilidade da SAE, como a ferramenta que aperfeiçoa e qualifica o trabalho do enfermeiro, concedendo-lhe mais visibilidade, credibilidade e autonomia na prática do cuidado. Os conhecimentos transmitidos pelos docentes em sala de aula apresentam falta de uniformidades quanto à metodologia, o que geralmente resulta em conflitos de ideias para os discentes, dificultando o aprendizado e desenvolvimento da prática profissional. **Contribuições para a Enfermagem. **A participação efetiva dos docentes com domínio teórico e instrumental facilitaria a construção do conhecimento e da aplicabilidade durante o percurso da graduação. Considera-se urgente a necessidade de adaptação e aprimoramento das técnicas de ensino propostas pelos docentes e pelas instituições, como estratégias fundamentais para a efetiva aplicabilidade da SAE e do PE.


Referências:
1. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mudança Demográfica no Brasil no Início do Século XXI Subsídios para as projeções da população 2015. Disponível em: < http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93322.pdf>. Acesso em: 19 ago.2016. 2. BERTOLIN DC et al. Associação entre os modos de enfrentamento e as variáveis sociodemográficas de pessoas em hemodiálise crônica. Revista da Escola de Enfermagem da Usp, São Paulo, v. 45, n. 5, p.1070-1076, out. 2011. FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: . Acesso em: 09 abr. 2017. 3. ROSA KR, LOURES MC. Qualidade de vida de idosos em hemodiálise: Enfermagem e o Lúdico.Estudos, Goiás, v. 40, n. 4, p.419-446, dez. 2013. Disponível em: . Acesso em: 07 abr. 2016. 4. HAMMERSCHMIDT KSA, LENARDT MH. Tecnologia educacional inovadora para o empoderamento junto a idosos com diabetes mellitus. Texto & Contexto - Enfermagem, Universidade Federal Santa Catarina, v. 19, n. 2, p.358-365, jun. 2010. Disponível em: . Acesso em: 16 abr. 2016. 5. ROCHA RMF, SANTOS I, NECESSIDADES DE AUTOCUIDADO ENTRE CLIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p.423-433, dez. 2009.