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5619129 | CONSULTA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE | Autores: Josiane Ramos Garcia Rodrigues ; Fernanda Paula Cerântola Siqueira ; Antônio Carlos Siqueira Junior |
Resumo: **Introdução:** O câncer é uma doença complexa e agressiva que, mesmo com a tecnologia avançada, ainda apresenta um número elevado de óbitos em crianças e adolescentes. Atualmente é considerado grande problemática no país, tendo uma estimativa de ocorrência para o ano de 2018 em torno de 12.500 casos novos. Quando a família recebe o diagnóstico de que seu filho está com câncer, refere sentimento de impotência, dor e medo devido ao risco da morte e do tratamento pelo qual a criança vai se submeter. Devido à dedicação exclusiva, principalmente da mãe, tende a ocorrer uma desestruturação familiar. Já a criança se depara com grande transformação em sua vida cotidiana. Submete-se a tratamentos dolorosos, com sinais e sintomas desagradáveis referentes aos efeitos colaterais da quimioterapia. O cuidado de enfermagem em oncologia pediátrica deve ser humanizado e ampliado, considerando os aspectos emocionais, cognitivos e intuitivos, para que família e criança desenvolvam habilidades para lidar com as adversidades impostas pelo tratamento. Quanto aos familiares de crianças com câncer, o enfermeiro exerce papel importante na identificação dos problemas enfrentados por eles. O tema proposto justifica-se, então, pela repercussão causada pelo diagnóstico e tratamento do câncer infantil no cotidiano das famílias e pela escassez de pesquisas do objeto a ser investigado. É evidente a necessidade de ações educativas e de apoio aos familiares que acompanham crianças em tratamento ambulatorial de quimioterapia, esclarecendo suas dúvidas quanto ao diagnóstico, sinais e sintomas e tratamento, bem como os efeitos colaterais. Acredita-se que a enfermeira da oncologia pediátrica deve ter capacitação e competência para interagir terapeuticamente com a criança em tratamento, bem como com seus familiares. A consulta de enfermagem é considerada estratégia para detectar precocemente os problemas de saúde, para acompanhar ou dar continuidade às medidas instituídas para o bem-estar das pessoas envolvidas. **Objetivo:** Compreender a contribuição da consulta de enfermagem para a educação em saúde dos familiares de crianças em tratamento quimioterápico ambulatorial. **Método:** Foi realizada uma pesquisa de campo, de abordagem qualitativa, em um Ambulatório de Oncohemato Infantil no interior do estado de São Paulo. Foram participantes deste estudo 15 famílias cujos filhos se encontravam em tratamento quimioterápico, atendidas pela enfermeira do referido cenário, possibilitando a saturação teórica dos dados. A coleta de dados foi realizada no período de 03 de março a 08 de julho de 2017, por entrevista semiestruturada ocorrida em dois momentos: o primeiro relativo à identificação dos dados sociodemográficos em relação à família e à criança em tratamento para caracterizar os participantes do estudo. O segundo momento consistiu na exploração do objeto a ser investigado, de acordo com as seguintes questões norteadoras "Qual a sua opinião sobre o atendimento da enfermeira nesse ambulatório?" e "Você considera que o atendimento da enfermeira te ajuda no cuidado com seu filho em tratamento quimioterápico? Se sim ou não, por favor, justifique". Os dados foram analisados com a técnica de análise de conteúdo proposto por Bardin, seguindo as etapas de pré-análise, exploração do material e o tratamento dos resultados por meio do processo de inferência e interpretação das unidades de significação. Esta pesquisa seguiu os preceitos éticos previstos na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo o projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer final nº 2.033.859. Para garantir o anonimato das famílias participantes, foi utilizada a sigla “P”, acompanhada de sequência numérica, como, por exemplo, “P1”, “P2” etc. **Resultados:** Entre as 15 famílias participantes, a informante principal foi a mãe, estando a maioria na faixa etária entre 22 e 39 anos, união estável, casa própria e residiam com até cinco pessoas. Quanto à atividade profissional, nove mães eram do lar, dez tinham como renda familiar valores entre um e três salários mínimos. Em relação às crianças, o número foi proporcional entre sexo e faixa etária, exceto para as idades entre quatro e seis anos, predominando o diagnóstico de leucemia. No momento da coleta de dados, observou-se que a maioria das crianças estavam em terapêutica há mais de um ano, sendo que cinco eram atendidas semanalmente e quatro, quinzenalmente, pela enfermeira. É importante destacar que, no cenário desta pesquisa, a frequência da consulta de enfermagem é determinada pela terapêutica quimioterápica proposta, bem como pelas consultas médicas para o acompanhamento ambulatorial. Evidenciaram-se dois temas nos relatos das famílias: o Tema 1 - A consulta de enfermagem como ferramenta para o empoderamento dos pais, sendo definido pelas unidades de significado: excelência, apoio, acolhimento, relação de confiança e vínculo, aprendizado e segurança; o Tema 2 – O trabalho em equipe como estratégia importante de cuidado, com unidades de significado: importância da equipe e o papel da enfermeira. **Conclusão:** Nos relatos, evidenciou-se que a consulta realizada pela enfermeira possibilitou o empoderamento das famílias no processo de cuidar do filho em tratamento quimioterápico, pois se sentiram acolhidas e seguras. Reconheceram a consulta de enfermagem como uma estratégia excelente para o aprendizado do cuidado do filho em tal tratamento. Apontaram, ainda, a relevância da organização do trabalho em equipe, destacando o papel da enfermeira e da relação de vínculo e confiança entre os elementos dela no decorrer deste tipo de tratamento.
Referências: 1-BRASIL. LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Item XII. Diário oficial, Brasília, 2010.
2-WILLE M.M., BORN J.C. Logística Reversa: conceitos, legislação e sistema de custeio aplicável. Ver. CC. ADM. Curitiba, 2008. Disponível em: http://www.opet.com.br/faculdade/revista-cc-adm/pdf/n8/LOGISTICA-REVERSA.pdf.. acessado em: 04/03/2018.
3-BRASIL. RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 154, DE 15 DE JUNHO DE 2004. Estabelece o Regulamento Técnico para o funcionamento dos Serviços de Diálise. Diário oficial, Brasília, 2004. |