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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5612461

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5612461

IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE IDOSO COM HIV EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UM ESTUDO DE CASO

Autores:
Paola Scotta Ludtke ; Murilo dos Santos Graeff ; Maitê Souza Magdalena ; Janine Koepp

Resumo:
**Introdução: **Estima-se que, a cada dia, cerca de 7.000 pessoas contraem a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) no mundo, e que, no total, 33 milhões de pessoas estão vivendo com HIV ou síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). O percentual de pessoas infectadas pelo HIV se estabilizou desde 2000, entretanto, a incidência permanece inaceitavelmente alta[1]. Um dos fenômenos mais atuais no que se trata do HIV/Aids é o surgimento de uma nova população vulnerável: os idosos. Segundo dados do _Centers for Disease Control and Prevention_, em 2014 pessoas com 50 anos ou mais representavam cerca de 45% dos americanos com HIV diagnosticado, destes 27% tinham 55 anos ou mais e 6% tinham 65 anos ou mais, além disso, os americanos mais velhos são mais propensos a receber um diagnóstico de infecção por HIV mais tarde no curso de sua doença[2]. **Objetivo:** Expor um estudo de caso de um paciente idoso com HIV e implementar o processo de enfermagem a um paciente idoso internado em uma Unidade de Terapia Intensiva.** Descrição metodológica: **Trata-se de um estudo de caso desenvolvido durante disciplina prática de Enfermagem no Processo de Cuidar, de Curso de Graduação em Enfermagem, em uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital-ensino filantrópico, no interior do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados através do exame físico e análise do prontuário. **Resultados:** Paciente de 67 anos, sexo masculino, tabagista, HIV positivo (descoberto na internação), história de angioplastia em artéria descendente anterior há 12 dias devido a infarto agudo do miocárdio com supra do segmento ST, evoluindo para um quadro de insuficiência respiratória. História prévia de insuficiência cardíaca; doença renal crônica; DPOC; hipertensão arterial sistêmica; diabetes melittus tipo 2. Apresentava-se hemodinamicamente limítrofe, sem uso de drogas vasoativas, pressão arterial 109/61 mmHg e pressão arterial média 77 mmHg. Encontrava-se sem sedação, com Escala de coma de Glasgow 11 (AO 3, RV 2, RM 6). Couro cabeludo íntegro, pupilas isocóricas, narinas pérvias, com presença de SNE em narina direita para administração de dieta por bomba de infusão (BI), cavidade oral desidratada, hipocorada. Em suporte ventilatório invasivo, com tubo endotraqueal nº 8,5, fixado em 24 cm na comissura labial esquerda, em ventilação mecânica modalidade Pressão de Suporte/CPAP, FIO2 25%, PEEP 7,0 cmH20, frequência respiratória 27 mrpm, saturação 98%. Presença de acesso venoso central em veia jugular direita, infundindo soro fisiológico 0,9% a 10 ml/hora. Tórax com pouca expansibilidade, à ausculta murmúrios vesiculares diminuídos e estertores em base do lobo direito, com ausência de ruídos adventícios após aspiração de vias aéreas. Abdome flácido à palpação, ruídos hidroaéreos diminuídos nos quatro quadrantes, à percussão som timpânico. Membros superiores aquecidos e bem perfundidos. Mantinha sonda vesical de demora em sistema coletor fechado, contendo 200 ml de diurese. Presença de cateter de Shilley em veia femoral direita para hemodiálise intermitente. Membros inferiores aquecidos e bem perfundidos, com presença de edema 2+. Dos casos de HIV registrados no Brasil, de 1980 até junho de 2016, 65,1% compreendiam a população masculina, num total de 548.850 casos. Considerando a faixa etária de 60 anos ou mais, dados de 2015 apontam que há também uma maior incidência no sexo masculino, com 13,8 casos/100 mil habitantes entre os homens, e 6,7 casos/100 mil habitantes entre as mulheres. Com relação à mortalidade, em 2015 o Rio Grande do Sul foi responsável pela maior taxa, de 10,2 óbitos/100 mil habitantes, superando, inclusive, a taxa nacional de 5,6 óbitos/100 mil habitantes[3]. Alguns fatores contribuem para a detecção de casos de HIV em idosos, como: muitos idosos são sexualmente ativos, mas não aderem ao uso de preservativos por entender que servem somente para evitar gravidez; muitos idosos não se consideram em risco para a infecção pelo HIV; o idoso pode ter recebido transfusão de sangue infectado antes de 1985; as alterações fisiológicas do envelhecimento também envolvem a redução da função do sistema imune, tornando o idoso mais vulnerável às infecções, entre outros fatores[1]. Com base no levantamento de dados obtidos foram elencados os principais diagnósticos de enfermagem, seguindo a Taxonomia da NANDA-I, que consistiram em: Risco de infecção (00004) relacionado a procedimentos invasivos e imunossupressão; Proteção ineficaz (00043) relacionada distúrbio imunológico; Risco de integridade tissular prejudicada (00248) relacionado a extremos de idade, fatores mecânicos e mobilidade prejudicada; Troca de gases prejudicada (00030) relacionado a mudanças na membrana alveolocapilar, evidenciado por inquietação; Risco de intolerância à atividade (00094) relacionado a problema circulatório e respiratório. Fundamentadas nos diagnósticos descritos, as intervenções de enfermagem foram elencadas de acordo com a _Nursing interventions classification_ (NIC): Aspiração de vias aéreas (3160); Cuidados cardíacos (4040); Manutenção de dispositivos para acesso venoso (2440); Monitoração nutricional (1160); Monitoração respiratória (3350); Posicionamento (0840); Proteção contra infecção (6550); Supervisão da pele (3590) **Conclusão: **Diversos fatores configuram a população idosa como vulnerável à infecção por HIV/AIDS na atualidade, como a não utilização de preservativo devido a sua associação exclusiva ao controle de natalidade. Nesse sentido, o processo de enfermagem promove um olhar individualizado às necessidades do indivíduo, priorizando cuidados frente ao paciente idoso imunossuprimido, que se encontra mais propenso à desfechos desfavoráveis. **Contribuições/implicações para a Enfermagem**: Considerando a alta incidência de HIV/AIDS na população idosa, a discussão levantada neste estudo de caso busca aperfeiçoar a assistência de enfermagem frente ao indivíduo idoso hospitalizado e imunocomprometido.


Referências:
1. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Manual de Gestação de Alto Risco 2011. 2. Bornia RG, Júnior IBC, Júnior JÁ. Protocolos Assistenciais Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro 2. Ed. Rio de Janeiro: PoD; 2013. 3. Lowdermilk DL, Perry SE, Cashion K, Alden KR. Saúde da Mulher e Enfermagem Obstétrica ABENFO. São Paulo. 10. Edição; 2010. 4. Diagnósticos de Enfermagem da Nanda: Definições e classificação 2015 - 2017.10ª edição. Porto Alegre: Artmed; 2015. 5. Lima FET, Araújo TL, Lopes MVO, Silva LF, Monteiro ARM, Oliveira SKP. Fatores de risco da doença coronariana em pacientes que realizaram revascularização miocárdica Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste 2012;13 (4):853-860