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5607701 | SIMULAÇÃO CLÍNICA NA COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS | Autores: Bruna Canever ; Adriana Dutra Tholl ; Maria Lígia dos Reis Bellaguarda ; Gustavo da Cunha Teixeira ; Neide da Silva Knihs |
Resumo: **Introdução: **A comunicação é a troca de informações, o bom entendimento entre as pessoas, no entanto nem sempre é fácil estabelecer uma comunicação clara e tranquila. Envolve capacidade cognitiva, linguagem verbal e não verbal, expectativas, compreensão. E uma má notícia como seria definida? Corresponde a toda e qualquer informação que faz emergir mudanças importantes na perspectiva de futuro, sempre em sentido negativo1. A comunicação em saúde apresenta-se em cuidados paliativos como um dos focos para a assistência à pessoa que vivencia o processo de morte e morrer. Constam como pilares saber se comunicar com o paciente e a família, controlar sintomas, apoiar à família e trabalhar em equipe multidisciplinar. Neste sentido, o fortalecimento das relações entre paciente/família/equipe de saúde, passa a ser método terapêutico que garante segurança, autonomia, redução de ansiedade e qualidade de vida ao fim da vida. Para tanto requer, a capacitação científica, técnica, tecnológica, social e emocional dos profissionais de saúde e, a habilidade em trabalhar em conjunto, organização de redes de apoio. É então que este relato traz a experiência do processo de aprender e ensinar a comunicação de más notícias por meio da simulação clínica. **Objetivo: **Relatar a simulação clínica para a comunicação de más notícias na capacitação em cuidados paliativos. **Método:** Foi desenvolvida uma Capacitação em Cuidados Paliativos, entre novembro e dezembro de 2017, numa parceria entre o Centro de extensão e estágios e Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário e o Projeto de Iniciação Científica Interface do processo da morte e do morrer na formação acadêmico-profissional em enfermagem. Realizada aos profissionais do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina em que 15 profissionais participaram (Enfermeiro, Assistente Social, Médico, Técnico de Enfermagem, Nutricionistas e Psicólogos). A capacitação foi desenvolvida em 20 horas, distribuídas em 4 e 2 horas semanais. O tema abrangeu conceitos e abordagens no cuidado paliativo, sendo o encontro final realizada uma simulação clínica cênica para a comunicação de más notícias. Assim participaram desta atividade 1 ator, 3 professoras e 1 bolsista e 8 profissionais que entraram no cenário da simulação para realizar a comunicação. Desenvolveu-se a atividade no Laboratório Básico de Práticas de Enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, com filmagem para posterior etapa de _debriefing_. Para participação dos profissionais foi assinado termo de consentimento de gravação de imagem. A filmagem era descartada após o processo de _debriefing. _A guia clínica descrevia um jovem em terapia paliativa, internado numa unidade clínica hospitalar, em que a mãe e a irmã junto ao paciente recebiam as notícias mais recentes da condição paliativa do mesmo. Assim, os profissionais comunicavam a gravidade do caso. E, no _debriefing, _em sala de aula, durante 10 minutos a partir da visualização do vídeo da simulação, profissional e professoras refletiam e discutiam a postura, o controle emocional, o posicionamento, a abordagem e as palavras usadas para a comunicação da má notícia de irreversibilidade do quadro do paciente. **Resultados**: Os profissionais compuseram reflexão pós atividade, em grupo, acerca do exercício realizado onde os aspectos técnicos da simulação foram avaliados, surgindo a importância de capacitação a partir do contato com a realidade, com a experiência do cotidiano do cuidado em saúde especificamente, no processo de paliação do paciente e da família. Como o fator experiência profissional nunca é o bastante nas situações de fragilidade, uma vez que o vínculo com o paciente e familiares influencia no equilíbrio emocional do profissional para dar encaminhamento à comunicação e à assistência. A simulação clínica é uma ferramenta, estratégia de capacitação para o ensino em saúde. Há estudos que trazem outras estratégias para a comunicação de más notícias como folhetos, materiais audiovisuais, aconselhamento e sites interativos para qualificar o diálogo para motivar a participação nas tomadas de decisão2. Estudos mostram que toda esta educação para envolvimento na condução e comunicação está voltada para o paciente e não para paciente e família. A fragilidade na abordagem e preparo dos profissionais para a comunicação de más notícias, é citada pelos participantes desta capacitação, como o deficiente enfoque na formação profissional. A educação e o desenvolvimento curricular necessitam explorar as perspectivas dos pacientes e das famílias e modos de abordagem por parte dos profissionais da saúde. **Conclusão**: A revisão e reflexão pós-ação na atividade de simulação acontece como etapa final do processo ensino-aprendizagem. Apresenta _feedback_ imediato e segue sistematização de avaliação formativa. Na expressão dos profissionais a simulação clínica na comunicação de notícias ruins foi momento de aprender com a experiência, observar potencialidades e fragilidades nas tomadas decisórias. E da importância da relação paciente/família/profissional no cuidado atento e respeitoso nessa etapa da existência. **Contribuições para a Enfermagem**: A simulação clínica para exercício de atividades dos profissionais da saúde é essencial, haja vista que favorece o aprendizado e qualificação do desempenho profissional a partir da avaliação do realizado, compartilhamento multiprofissional de saberes. A capacitação na comunicação de más notícias para a Enfermagem favorece a assistência de qualidade ao paciente e a família, no âmbito técnico, emocional, social e humano do processo vivo de toda a terapia paliativa.
Referências: 1. Teixeira EHM, Queiroz ABH, Mota MSC, Carvalho MCMP, Costa EPS. Saúde da mulher na perspectiva a assistência prestada pela enfermagem ginecológica: um relato de experiência. Cad Espaço Feminino. 2013; 26 (1):189.
2. Sementille EC, Queiroz FC. Atuação do enfermeiro na saúde da mulher: prevenção do câncer do colo do útero. Rev Eletr Sare. 2013; 17 (01):120.
3.Ministério da Saúde (BR), Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação de Prevenção e Vigilância, Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2 ed. Rio de Janeiro: INCA, 2016.
4.Conselho Federal de Enfermagem(Brasil). Resolução n. 358, de 15 out. de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. COFEN, 2009.
5.Garcia TR, Bartz CC, Coenen AM, organizadoras. CIPE®: uma linguagem padronizada para a prática profissional [Internet]. 2017. Disponível em: . |