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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5570388

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5570388

TECNOLOGIA EDUCATIVA PARA O CUIDADO COM O PÉ DIABÉTICO

Autores:
Cecilia Arruda ; Denise Maria Guerreiro Vieira da Silva ; Soraia Geraldo Rozza Lopes ; Julia Estela Willrich Boell ; Priscila Juceli Romanoski

Resumo:
**Introdução:** O diabetes mellitus (DM) está entre as doenças crônicas que adquire _status_ crescente e alarmante em nível mundial. O Brasil encontra-se em quarto lugar no ranking dos dez países com o maior número de pessoas com DM, contando atualmente com mais de 13 milhões de brasileiros na faixa etária entre 20 e 79 anos que possuem a doença1. Entre as complicações da doença destaca-se o pé diabético, sendo responsável por 40% a 70% do total de amputações não traumáticas de membros inferiores na população geral2. Um aspecto que poderia modificar a atual situação se relaciona com a atuação do profissional de saúde no atendimento a pessoa com DM, a partir da educação em saúde, considerando aspectos para o controle da doença e seu monitoramento, buscando envolver e motivar as pessoas. De forma geral, a educação em saúde para a prevenção do pé diabético inclui: avaliação dos fatores de risco e o manejo adequado dos mesmos; implicações das deformidades nos pés, perda da sensação protetora dos pés e o reconhecimento da doença arterial periférica; cuidado apropriado com os pés; e a importância do monitoramento diário dos pés. Conforme o exposto, estratégias para a promoção da saúde e prevenção de complicações do DM, como por exemplo, a criação de tecnologia educativa para a prevenção do pé diabético, surge como possibilidade para prevenção dessa relevante complicação atrelada à doença. **Objetivo: **Desenvolver tecnologia educativa para a prevenção do pé diabético. **Metodologia: **Pesquisa metodológica que buscou desenvolver tecnologia educativa para a prevenção do pé diabético, a ser empregada como instrumento ou estratégia de trabalho na área da saúde e enfermagem. Entre os meses de junho a agosto de 2016 foram realizadas reuniões pelas acerca das temáticas “tecnologia educativa”, “cuidados com os pés de pessoas com DM” e “prevenção de complicações”. Após foi elaborado percurso sistematizado para a criação da tecnologia conforme etapas: a) reunião de material científico; b) compilação de artigos nacionais e internacionais publicados em periódicos científicos reconhecidos, diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil, Sociedade Brasileira de Diabetes e _American Diabetes Association_; c) diálogo informal com enfermeiras do ambulatório de endocrinologia e dos setores de internação de um Hospital Universitário; d) definições sobre o conteúdo lúdico, conteúdo técnico e abordagem pedagógica da proposta educativa; e) treinamento da equipe de pesquisadoras para a aplicação da tecnologia educativa de forma padronizada; f) aplicação da tecnologia por duplas de pesquisadoras com posterior avaliação do processo educativo. O público alvo para aplicação da tecnologia educativa são adultos com DM com capacidade de comunicação e priorizou o envolvimento do familiar/cuidadore, tendo como critérios de inclusão: estar internado em uma das clínicas médico-cirúrgicas, repouso da Emergência ou usuários do ambulatório de endocrinologia de um Hospital Universitário; ser adulto ou idoso (a partir de 18 anos); ter diagnóstico de DM tipo 1 ou 2; ter conhecimento do diagnóstico de DM; não ter amputação prévia; não ter úlceras nos pés no momento da intervenção educativa. como critério de exclusão: não ter capacidade de comunicação e/ou interação (avaliada subjetivamente pelas pesquisadoras). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos da UFSC, protocolo número 1.932.640. **Resultados: **As rodas de discussões das pesquisadoras e o percurso percorrido para atingir o objetivo da pesquisa geraram subsídios técnicos, pedagógicos e inspiração lúdica para o desenvolvimento de dinâmica para a educação em saúde que originou tecnologia educativa para a prevenção do pé diabético. A tecnologia educativa teve como embasamento as ações “OUVIR, VER e FAZER”, utilizando para isso materiais que possibilitaram as pessoas e familiares fazerem o cuidado no ato da aplicação da dinâmica e com a supervisão do pesquisador, após ouvirem e verem como deveriam ser realizados os cuidados. Ou seja, a tecnologia criada desenvolve-se da seguinte maneira: o profissional de saúde realiza a orientação do cuidado (nessa ação, a pessoa com DM e seu familiar irão OUVIR), em seguida ou concomitante à orientação, o profissional irá realizar o cuidado utilizando materiais e recursos lúdicos (nessa ação, a pessoa com DM e seu familiar irão VER) e, para finalizar, a pessoa com DM e/ou seu familiar irão FAZER o cuidado que foi orientado com os materiais e recursos lúdicos, diante do profissional de saúde, que acompanha, analisa e estimula o cuidado realizado da forma adequada ou reorienta, se perceber dificuldades na compreensão e/ou realização do mesmo. Para o desenvolvimento dinâmico da atividade foram necessários os seguintes materiais: monofilamento 10 gramas, diapasão de 128 hz, palito de madeira,  pé modelo de borracha; espelho pequeno; sabonetes: glicerina e/ou neutros e sabonetes perfumados; toalha pequena; frasco com creme hidratante; instrumentos de corte de unha: tesourinhas e alicates; unhas postiças e  fita adesiva dupla face; tipos de meias: sem costura e sem elástico, com costura e com elástico, de náilon; tipos de calçados: abertos, fechados, com salto e sem salto. Participaram do estudo 50 pessoas, a maioria do sexo feminino (56%), com tempo médio de diagnóstico da doença de nove anos**.** A realização da atividade educativa despendeu cerca de 40 minutos. **Conclusão: **O uso da tecnologia educativa para os pés de pessoas com DM na práxis de enfermeiro proporciona a prevenção de complicações e a avaliação contínua para o risco de desenvolver o pé diabético. A tecnologia proposta em nosso estudo tem conteúdo lúdico na demonstração do cuidado, conteúdo técnico com as informações científicas sobre o cuidado e a abordagem pedagógica do VER, OUVIR e FAZER que direcione ao diálogo e compartilhamento de saberes numa relação horizontal profissional de saúde-pessoa com DM e familiares. Acreditamos que essa tecnologia contribua significativamente na redução do risco de complicações do pé diabético e também proporcione melhoria no cuidado de enfermagem nessa população. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **Esperamos que a tecnologia educativa desenvolvida para a prevenção do pé diabético possa ser integrada à práxis dos profissionais de enfermagem durante a prestação do cuidado, buscando a integralidade e o empoderamento das pessoas com DM para o autocuidado. Compreendemos a tecnologia educativa desenvolvida como uma estratégia de baixo custo e simples de ser aplicada integrada às atividades assistenciais dos enfermeiros, portanto, almejamos também que a ampla disseminação da sua realização provoque como resultado a redução das taxas de complicações nos pés de pessoas com DM, ou seja, que a prevenção ocorra de fato.


Referências:
Referências: 1.Giordani JN, Bisogno SBC, Silva lAA. Percepção dos enfermeiros frente às atividades gerenciais na assistência ao usuário. Acta Paul Enferm. 2012;25(4):511-6. 2.Zanardo GM, Kaefer GM. Sistematização da Assistência de Enfermagem. Revista Contexto & Saúde, juí v. 10 n. 20 Jan./Jun. 2011. 3.Garcia TR, Nóbrega MML. Processo de enfermagem: da teoria à prática assistencial e de pesquisa. Esc Anna Nery Rev Enferm [Internet]. 2009 [citado em 12 jun. 2016];13(1):188-93. Disponível em: http:// www.scielo.br/pdf/ean/v13n1/v13n1a26.pdf 4.Nanda International. Diagnósticos de enfermagem da Nanda: definições e classificação 2015-2017. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 5.Souza MFG, Santos ADB, Monteiro AI. O processo de enfermagem na concepção de profissionais de enfermagem de um hospital de ensino. Rev Bras Enferm [Internet]. 2013 [citado em 12 jun. 2016];66(2):167-73. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672013000200003