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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5553203

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5553203

INICIATIVAS DE DESENVOLVIMENTO DE SUBCONJUNTOS TERMINOLÓGICOS DA CIPE® : UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores:
Marilda Andrade ; Danielle Lemos Querido ; Viviane Saraiva de Almeida ; Marialda Moreira Christoffel ; Ana Paula Vieira dos Santos Esteves

Resumo:
**Introdução: **O Processo de Enfermagem constitui uma importante ferramenta para sistematizar o cuidado e nesse sentido a Classificação Internacional para Prática de Enfermagem (CIPEÒ) com enunciados de diagnósticos e intervenções de enfermagem reforça a documentação da assistência contribuindo na qualidade do atendimento. Uma das formas de potencializar a utilização da CIPEÒ é através da elaboração de subconjuntos terminológicos que são agrupamentos de enunciados diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem apropriados para áreas particulares de cuidados e que favorecem a adoção de uma linguagem universal acessível aos enfermeiros1. **Objetivo: **identificar e discutir as principais características dos subconjuntos terminológicos da CIPE®.** Descrição metodológica: **Desenvolvido em 6 etapas: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão dos estudos/amostragem ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/ categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos; interpretação dos resultados e apresentação da revisão/síntese do conhecimento2. A partir da identificação do tema “Subconjuntos terminológicos da CIPE®” elaborou-se a questão “Quais as evidências disponíveis sobre o uso de subconjuntos terminológicos da CIPE®?”. A busca foi realizada através do acesso o_n-line _ao Banco de Teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível e como o Conselho Internacional de Enfermeiros ou _International Council Nursing_ (ICN) incentivou o desenvolvimento de subconjuntos terminológicos a partir de 2008, foi utilizado como critério de inclusão apenas os estudos dos últimos 10 anos (2008-2017) e excluídos aqueles que não versavam sobre agrupamentos de diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem. Foram levantadas algumas características dos estudos como: nome do estudo, ano de publicação, autores, instituição de ensino superior que foi desenvolvido o estudo, objetivos, referencial teórico que foi apoiado a construção do subconjunto, como foi realizado o processo de validação e quantidade de especialistas envolvidos nesse processo e a quantidade de diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem desenvolvidos.** Resultados:** Foram identificados 110 estudos e após a aplicação do filtro para os estudos dos últimos 10 anos obteve-se um número de 84 estudos. Destes, apenas 26 versavam sobre o tema e foram selecionados para avaliação. A avaliação dos resultados evidenciou que 23% (06) das publicações eram referentes a teses de doutorado e 77% (20) dissertações de mestrado, todas na área de enfermagem pois a CIPEÒ é uma terminologia específica dessa área.        Em relação a distribuição geográfica, a maioria (61%) dos estudos foi desenvolvido por universidades do nordeste brasileiro - Universidade Estadual do Ceará (02), Universidade Federal da Bahia (01), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (01), Universidade Federal da Paraíba (11) e Universidade Federal de Sergipe (01). O restante dos estudos ficaram distribuídos na região sudeste (31%) – Universidade Federal do Espírito Santo (02), Universidade Federal Fluminense (04), Universidade de São Paulo (02); no Centro-Oeste (4%) – Universidade de Brasília (01) e no Sul do país (4%) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná (01). Essa concentração de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de subconjuntos terminológicos da CIPEÒ na região nordeste se dá, muito provavelmente devido a localização do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da CIPEÒ no Brasil que situa-se na cidade de João Pessoa (Paraíba). Esse centro é responsável pelo avanço de diversas pesquisas nessa área e apoia mesmo a distância, pesquisadores de diferentes partes do Brasil.  O processo para o desenvolvimento de subconjuntos é longo e requer um rigor metodológico. Como se trata de teses e de dissertações, fica evidente a descrição dos passos adotados nesse percurso, em alguns estudos com maior riqueza de detalhes em outros nem tanto. As metodologias utilizadas envolvem o uso do _guideline_ do ICN e/ou a metodologia desenvolvida por Nóbrega e colaboradores3, onde as pesquisadoras fizeram um compilado de métodos _(guideline_ do ICN e método de Koenen e Kim) desenvolvendo uma diretriz adaptada para a realidade brasileira. Alguns estudos inclusive incorporam fluxogramas no detalhamento da metodologia conforme propostos em uma publicação brasileira4, o que facilita o entendimento do leitor em relação ao percurso metodológico percorrido para o desenvolvimento dos subconjuntos. Por conta do longo caminho trilhado para a construção e validação de subconjuntos da CIPEÒ, alguns pesquisadores utilizaram como estratégia desenvolver seus estudos parte durante o mestrado onde inicialmente levantavam os termos relevantes para a prática assistencial a uma determinada clientela e outra parte durante o doutorado, onde validavam um banco de diagnósticos e intervenções de enfermagem. Dentre a clientela e/ou prioridade de saúde a quem se destina a construção desses subconjuntos encontramos uma tendência para o cuidado ao paciente oncológico (23,2%) e ao idoso (19,2%), seguido dos pacientes com HIV/AIDS (7,8%) e pacientes na atenção básica (7,8%). O restante dos subconjuntos foram desenvolvidos para pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus, pacientes submetidos a prostatectomia, que possuem colostomia, doença de Parkinson, internados em clínica cirúrgica e ainda teve um estudo sobre o desenvolvimento de subconjuntos voltado para o cuidado ocupacional. Na área de pediatria, foram encontrado apenas três estudos. Essas pesquisas desenvolveram um subconjunto pra lactentes com alergia ao leite de vaca, um para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crianças de 0 a 3 anos e outro para crianças e adolescentes vulneráveis à violência doméstica. **Conclusão: **A síntese e categorização dos estudos que objetivaram a elaboração de subconjuntos servem como modelo teórico para o desenvolvimento de estudos posteriores. Esses resultados encorajam a construção de novas pesquisas e facilitam sua concepção uma vez que demonstram o caminho metodológico a ser percorrido com todas sua particularidades. Sobretudo, não foi encontrada publicação de subconjunto voltado para recém-nascidos prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal evidenciando a necessidade de incluir essa população com primazia para o desenvolvimento de um subconjunto da CIPEÒ. A quantidade irrisória de estudos na área de pediatria evidencia a (in)visibilidade dessa população como uma prioridade de saúde apesar de apresentarem inúmeras necessidades humanas afetadas. **Contribuição****/****implicações para enfermagem: **a necessidade de utilização de uma linguagem padronizada pela enfermagem é notória, ao mesmo tempo que a construção desses subconjuntos pode diminuir a lacuna entre a teoria e a prática fornecendo uma ferramenta para utilização dessa linguagem na prática assistencial. Esses subconjuntos específicos para cada área do cuidado contribuem para implantação do processo de enfermagem e da sistematização do cuidado. * Trata-se de um recorte da revisão integrativa realizada para Tese de Doutorado intitulada “Construção e validação de subconjunto terminológico da CIPE® para o recém-nascido prematuro”.


Referências:
1. Véronneau MH, Trempe SC, Paiva AO. Risk and protection factors in the peer context: how do other children contribute to the psychosocial adjustment of the adolescent?. Ciênc. Saúde Colet. [Internet]. 2014 [cited 2018 Jan 18];19(3):695-705. Available from: http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n3/1413-8123-csc-19-03-00695.pdf. 2. Brasil. Secretária Municipal de Saúde. Carteira de serviços da Atenção Básica de Natal. Natal (RN); 2014. Available from: http://natal.rn.gov.br/salasituacao/anexos/carteiraServicose_201412.pdf. 3. Herdman TH, Kamitsuru S. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação – 2015/2017. 10ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2015. 4. Herdman TH. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação – 2012/2014. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2012. 5. Walker LO, Avant KC. Strategies for Theory construction in nursing. 5ª ed. Upper Saddie River, NJ: Pearson/Prentice Hall; 2011.