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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5552081

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5552081

RACIOCÍNIO CRÍTICO APLICADO AO PROCESSO DE ENFERMAGEM DE PACIENTES COM DEMÊNCIA

Autores:
Claudio Antonio da Cruz Mecone <11888@sarah.br> ; Débora Moraes Campos

Resumo:
**RACIOCÍNIO CRÍTICO APLICADO AO PROCESSO DE ENFERMAGEM DE PACIENTES COM DEMÊNCIA ** Débora Moraes Campos 1, Cláudio Antonio da Cruz Mecone 2. **INTRODUÇÃO:** Em tempos onde a segurança do paciente tem se tornado questão prioritária no atendimento em saúde, discutir sobre raciocínio crítico e planejamento clínico tornou-se ferramenta essencial para garantir uma assistência eficaz e segura 1. A capacidade de tomar decisões secundária a um processo de intelecção (capacidade de pensar, refletir e utilizar a informação para aquisição de conhecimento) se inicia desde a infância e pode se diferenciar a partir das experiências individuais 1. Contudo, a tomada de decisão dentro do contexto profissional possuí uma dimensão bastante complexa, pois traz de forma inerente, a influência na vida de outrem. Por esse motivo, o método de tentativa e erro, tão comumente usado na construção do conhecimento pessoal, não pode ser simplesmente transposto ao ambiente profissional2. No contexto da assistência de saúde ao paciente idoso, a tomada de decisão deve estar sempre pautada em conhecimento científico para minimizar as possibilidades de iatrogenias (dano físico, psicológico ou funcional decorrente de tratamentos indicados pelos profissionais de saúde). Os idosos com demências são ainda mais vulneráveis aà iatrogenia, visto que são frequentemente expostos aos sistemas de saúde (número elevado de consultas com diversos profissionais, uso de muitos medicamentos, maior frequência e número de exames) e possuem sua capacidade de julgamento, por vezes, alterada3,4. Refletindo a partir desses pressupostos, o processo de enfermagem direcionado ao paciente com demência deve contemplar na etapa de anamnese/ coleta de dados a descrição da incapacidade cognitiva atual, da funcionalidade e o aporte social e familiar. Apenas com a descrição desses aspectos é que a formulação do diagnóstico de enfermagem estará acurada e evitará iatrogenias. Para as etapas do processo de enfermagem de planejamento e implementação há que se levar em consideração a característica progressiva das demências. Esse aspecto evidencia a necessidade de que a última etapa do processo – a avaliação – deverá ser programada a curto prazo e que as orientações deverão ser repassadas para o binômio paciente/ familiar, pois apenas dessa forma haverá maior garantia de que as intervenções não se tornarão obsoletas ou em casos extremos, não colocarão o paciente em risco por desempenhar uma atividade que ele já não mais consegue fazer em segurança5. **OBJETIVO:** Constituir um relato de experiência feito pela equipe de enfermagem de um centro de referência em reabilitação e visa fomentar subsídios científicos para a assistência de enfermagem à pacientes com demência. **MÉTODO:** Trata-se de um relato de experiência da equipe de enfermagem de um centro de referência em Reabilitação localizado na cidade do Rio de Janeiro - RJ. Esse centro de referência é uma das unidades de uma rede de reabilitação de abrangência nacional que atua no Brasil desde 1956, tendo sua sede na cidade de Brasília – DF. Os profissionais de enfermagem que prestam assistência aos pacientes com demência possuem mais de 5 anos de experiência de atuação, além de especialização stricto senso e/ou lato senso na área, e passaram por capacitação institucional multidisciplinar para atenderem ao público com essa demanda. Os pacientes com diagnóstico de demência, são avaliados através de consulta de enfermagem e os dados como exames de imagem (Ressonância, Tomografia, PET-Scan), triagem neuropsicológica (feitos por médicos neurologistas, geriatras e psicólogos), exames laboratoriais, entre outros, ficam disponíveis durante a consulta de enfermagem, através do Prontuário Eletrônico. Essa ferramenta propicia ao enfermeiro, uma coleta de dados mais efetiva. Para alinhar a assistência prestada pelos enfermeiros a uma prática baseada em evidências foram propostos ao longo dos anos as seguintes ferramentas para sistematizar a assistência e facilitar a implementação do processo de enfermagem: a) construção de roteiro de avaliação baseado na Teoria de Enfermagem utilizada na unidade do rio de Janeiro (Teoria Geral de Orem) para ser utilizado como norteador na consulta de enfermagem do paciente com demência; b) elaboração de fluxogramas norteadores relacionado ao fluxo de atendimento do paciente com demência; c) utilização da terminologia CIPE para formulação dos diagnósticos e intervenções de Enfermagem. **RESULTADOS:** O roteiro de avaliação baseado na Teoria Geral de Autocuidado de Orem contempla no campo de “Fatores Condicionantes para o auto-cuidado”: diagnóstico CID, tempo de evolução da doença, comorbidades, tipo de renda declarada e organização familiar para o cuidado. No campo subsequente de “Requisitos Universais do Autocuidado” foram inseridas demandas de avaliação: adesão ao regime de medicamentos, condições de moradia, eliminações vesicointestinal, atividades de vida diária e capacidade de autocuidado, rotina domiciliar, cuidados com a pele. O roteiro baseado na Teoria norteia a “Coleta de Dados ou Histórico de Enfermagem” (etapa I do Processo de Enfermagem), assim como, metodologicamente o prisma de atendimento/ prestação de cuidados dos enfermeiros. A Teoria definida também tem sido utilizada na maioria das unidades dessa Rede de Hospitais de Reabilitação e dessa forma auxilia na padronização da linguagem multicêntrica. Para que as demais etapas do Processo de Enfermagem estejam alicerçadas no pensamento crítico e baseado em evidências foram elaborados fluxogramas de atendimento específicos. Os diagnósticos e intervenções foram elaborados a partir da Terminologia CIPE. Para a etapa do processo de enfermagem denominada “Avaliação de Enfermagem” foram utilizadas as consultas de enfermagem de revisão onde a efetividade e aplicação das orientações foram revistas. **CONSIDERAÇÕES FINAIS:** O raciocínio crítico e clínico, assim como o conhecimento pautado em evidências devem ser o alicerce para elaboração do Processo de Enfermagem. O uso da Terminologia CIPE na formulação dos diagnósticos e intervenções de enfermagem, bem como o uso da Teoria para elaboração do Roteiro para a coleta de dados são ferramentas preciosas para padronização da linguagem entre os enfermeiros que atendem pacientes com demência. O uso de tais ferramentas constituí a única forma viável de padronização da linguagem em nível multicêntrico, consolida o conhecimento e facilita o processo de generalização para as demais instituições de saúde interessadas.


Referências:
Referências 1 Fernandes JD, Rebouças LC. Uma década de Diretrizes Curriculares Nacionais para a graduação em Enfermagem: avanços e desafios. Rer Brasil Enfer. 2013; 66: 95-101. 2 Regulamento do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, de 19 de dezembro de 2014. Disponível em: http://coral.ufsm.br/ppgenf/images/Regulamentos/Regulamento_PPGEnf_CEPE_DEZ_2014_ultimo.pdf. Acesso em: 21 jul. 2017. 3 Tanaka EZ, Sartori DVB, Ferreira LR, Bermejo LJ. A educação a distância nos cursos de graduação em enfermagem: aplicação e efetividade. Revista online de Política e Gestão Educacional. 2017; 21(nesp1):831-41. 4 Ministério de Educação/Câmara de Educação Superior. DF. Diretrizes Curriculares Nacionais de Graduação em Enfermagem. Arthur Roquete de Macedo (Presidente da CES). Aprovado Parecer CNE: CES 1.133/2001. Resolução CNE/CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001. Homologadas: 1º de outubro de 2001.