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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5470986

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5470986

DETERMINANTES SOCIOECONÔMICOS E COMPORTAMENTAIS QUE PERMEIAM O ENVELHECIMENTO ATIVO DOS IDOSOS DE UM CENTRO COMUNITÁRIO DE CONVIVÊNCIA

Autores:
Iací Proença Palmeira ; Jessica Hegedus Camargo ; Jully Greyce Freitas de Paula ; Bruna Corrêa de Mira ; Angela Maria Rodrigues Ferreira

Resumo:
**INTRODUÇÃO**: O envelhecimento populacional é um dos grandes desafios enfrentados nos dias atuais1. Segundo projeções demográficas, até 2050, 22% da população mundial terá mais de 60 anos2. Dessa forma, cabe, na sociedade brasileira, realizar uma análise sobre o caráter do envelhecimento populacional, uma vez que nos deparamos com uma sociedade que vem apresentando diversas dificuldades e inabilidades relacionadas à promoção de uma boa qualidade de vida à população idosa3. Em virtude de tais carências e com o propósito de satisfazer as necessidades da população idosa e potencializar as suas capacidades, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o conceito de Envelhecimento Ativo como uma perspectiva de curso de vida, dependendo de uma variedade de determinantes de cunho pessoal, comportamental, econômico, ambiental, social e de saúde4. Atualmente, há necessidade de dinâmicas que promovam mudanças nas situações de redução de informação, de passividade e dependência face à decisão, de produção e partilha de conhecimentos e de promoção da autonomia e independência, dos idosos3. Nesse contexto, os modelos inovadores de atenção, como as Universidades da Terceira Idade (UnATIs), têm se revelado alternativas com elevada relação custo/benefício e resultados encorajadores, além de oferecerem um campo de experimentação e assistência integralmente voltado para os desafios da terceira idade.5 Porém, apesar de esforços contínuos para que o envelhecimento aconteça com qualidade, os desafios são imensos. No município de Belém, do estado do Pará, a população de idosos é de 9,1%, e possui apenas uma UnATI. A partir de levantamento das produções científicas relacionadas diretamente ao tema do “envelhecimento ativo”, observou-se uma escassez de pesquisas, principalmente na região Norte, alertando para a necessidade de se estudar e descrever melhor os aspectos que envolvem o processo do envelhecimento ativo em centros comunitários para idosos. **OBJETIVO:** Descrever os determinantes socioeconômicos e comportamentais que permeiam o envelhecimento ativo dos participantes de um centro comunitário para idosos da UnATI. **MÉTODOS:** Pesquisa descritiva, quantitativa, realizada na Universidade Federal do Pará, campus Belém, nos projetos “A Terceira Idade na Amazônia: arte e cultura”; “Atualização Cultural na Terceira Idade” e “Corpo, Movimento e Qualidade de Vida na Terceira Idade” do Programa de Extensão Universidade da Terceira Idade (UNITERCI), no período de maio a agosto de 2016, a partir de um questionário, com 183 idosos integrantes dos projetos, de ambos os sexos, sendo excluídos aqueles que apresentassem algum tipo de dificuldade de compreensão ou deficiência que comprometesse sua participação. A coleta de dados foi realizada de forma individualizada, em uma sala reservada no programa, onde explicou-se os objetivos da pesquisa e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram registrados e organizados em planilha no programa Microsoft Excel e analisados pelo programa SPSS (Statistical Program for Social Science) versão 24.0, através da estatística descritiva, com frequência simples e percentual. **RESULTADOS: **Observou-se que do total da amostra, houve o predominínio de pessoas do sexo feminino (91%), com relação a pessoas do sexo masculino (9%). Quanto a faixa etária, a maioria dos participantes apresentaram idade entre 60 e 70 (72%); seguido de idosos que tinham entre 71 a 80 (26%); e idosos que tinham idade acima de 80 anos (3%). No que se refere aos determinantes econômicos, prevaleceu relato de idosos que exercem algum tipo de atividade remunerada (55%), sendo que 82% dos participantes recebiam aposentadoria ou algum tipo de benefício social e 59% recebem entre 1 a 3 salários mínimos por mês. Em relação ao nível de escolaridade, obteve-se um percentual expressivo de idosos com mais de oito anos de escolaridade (51%), seguido de idosos com escolaridade entre quatro e oito anos (27%). A maioria dos idosos relatou morar com algum familiar (68%). Sobre a participação nos grupos de convivência, é notório no relato dos idosos, algum tipo de mudança após a participação nesses grupos (99%), sendo as mais citadas: o “maior conhecimento sobre assuntos que envolvem o envelhecimento” (74%), e a “maior interação social” (63%). Com relação aos determinantes pessoais dos idosos, observou-se o predomínio de idosos que relataram apresentar alguma comorbidade (80%), destacando-se a hipertensão arterial (n = 74), artrose (n = 51), osteoporose (n = 47), reumatismo (n = 33), depressão (n = 27), diabetes (n = 19), câncer (n= 02).  Quanto aos determinantes comportamentais dos participantes da pesquisa, evidenciou-se que a maior parte informou não fazer uso de cigarro (61%) e álcool (76%). Quando questionados sobre o uso de medicamentos, observou-se que a maioria faz uso de um a dois medicamentos por dia (73%). Também foi investigado a realização de atividades físicas, e grande parte deles faz alguma atividade (91%), sendo a mais comum a dança (66%). **CONCLUSÃO: **De acordo com os resultados obtidos, percebe-se a importância dos idosos participarem de centros de convivência, pois foram evidentes nos resultados deste estudo as mudanças que os idosos relataram após a participação nesses grupos. Dentre as mudanças relatadas, estão o compartilhamento de assuntos relacionados ao envelhecimento e promoção da maior interação social. Nesse sentido, os centros de convivência mostram-se excelentes quando se trata da interação social, ao oferecer aos participantes a possibilidade de conviver com pessoas de fora do seu âmbito familiar, como a própria equipe multidisciplinar e os companheiros de grupo, permitindo-lhes vivenciar novas experiências e saberes. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM**: A partir desta pesquisa foi possível identificar e conhecer melhor os aspectos que envolvem o envelhecimento nos centros comunitários de convivência, em especial a UITERCI, no sentido de promoção da cidadania, saúde e bem-estar da pessoa idosa através da inclusão social e do exercício dos seus direitos. A promoção do envelhecimento com qualidade de vida, através do desenvolvimento de idosos reflexivos, autônomos e socialmente ativos, só é eficaz a partir do momento em que estes passam a ter a ampliação das possibilidades de controle dos aspectos significativos relacionados à sua própria vida. Sendo assim, os conhecimentos e informações compartilhadas sobre o envelhecimento e sobre o funcionamento dos centros comunitário de convivência para idosos, contribuem para o desenvolvimento do processo de trabalho da enfermagem frente a promoção da saúde da pessoa idosa, compreendendo e procurando atender as reais necessidades.


Referências:
1. ALFARO-LEFEVRE, Rosalinda. Aplicação do Processo de Enfermagem: Fundamentos para o raciocínio clínico. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Capítulo 1. 2. FONSECA, Rosa Maria Pelegrini; PENICHE, Aparecida de Cássia Giani. Enfermagem em centro cirúrgico: trinta anos após criação do sistema de assistência de enfermagem perioperatória. Acta Paul. Enfermagem., São Paulo, v. 22, n. 4, 2009. Disponível em: . Acesso em: 29 maio 2017. 3. LEMOS, Cassiane de Santana; SURIANO, Maria Lucia Fernandez. Desenvolvimento de um instrumento: Metodologia de ensino para aprimoramento da prática perioperatória. Rev. SOBECC. São Paulo, v. 18, n. 4, p. 57-69, out/dez 2013. 4. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017/NANDA INTERNACIONAL; tradução Regina Machado Garcez. Porto Alegre: Artmed, 2015. 468 p. 5. Bulecheck GM, Butcher HK, Dochterman JM. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC); tradução Soraya Imon de Oliveira et al. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 901 p. 6. Moorhead S et al. Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC); tradução Soraya Imon de Oliveira et al. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 906 p.