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5372830 | PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SOBRE A INSERÇÃO PRECOCE NA PRÁTICA EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE | Autores: Eduardo Henrique Pereira E Sá Gomes ; Reneide Muniz da Silva ; Manassés Mariano da Silva ; Liana Chaves Alves |
Resumo: Introdução: A constituição federal brasileira legitima à população a
assistência à saúde, através do Sistema Único de Saúde e assegura a saúde como
direito de todos e dever do estado, mediante políticas sociais e econômicas.
Entendendo que a sustentabilidade dos sistemas de saúde baseados nos modelos
médico hospitalocêntricos tem demonstrado evidentes sinais de esgotamento,
aponta-se a necessidade de traçar estratégias claras, empiricamente
suportadas, para o avanço na melhoria dos indicadores de saúde da população.
Nesse sentido, a Atenção Primária à Saúde vem demonstrando ser um elemento-
chave na constituição dos sistemas nacionais de saúde, com capacidade de
impactar nos indicadores de saúde e com grande potencial regulador da
utilização dos recursos de alta densidade tecnológica, garantindo o acesso
universal aos serviços que tragam reais benefícios à saúde da população.1
Portanto, a atenção primária, surge como ordenadora do sistema, com potencial
de resolução de 80% dos problemas apresentados pelos usuários. O ensino de
enfermagem no país passou por várias fases de desenvolvimento ao longo dos
anos, tendo como reflexo de cada mudança o contexto histórico da enfermagem e
da sociedade brasileira. Consequentemente, o perfil de enfermeiros apresenta
significativas mudanças em decorrência das transformações no quadro político-
econômico-social da educação e da saúde no Brasil e no mundo.2 Priorizando a
formação para o SUS, na perspectiva do Ensino em Saúde, as novas Diretrizes
Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em saúde afirmam que a formação
do profissional desta área deve contemplar o sistema de saúde vigente no país,
além da inserção precoce nos cenários de prática. Neste contexto, a Faculdade
Pernambucana de Saúde iniciou suas atividades educacionais com uma proposta de
ensino inovadora, através de uma metodologia ativa, a Aprendizagem Baseada em
Problema, propõe a inserção de seus estudantes na Estratégia de Saúde da
Família, a fim de iniciarem o contato com a área profissional e com a
comunidade, vivenciando experiências transformadoras. Desta forma, após 11
anos desenvolvendo esta prática, surge a necessidade de escutar os estudantes
envolvidos neste processo. Objetivos: Compreender a percepção do estudante de
enfermagem, concluintes do primeiro período do curso, quanto à inserção na
prática supervisionada em Atenção Primaria à Saúde. Como objetivos específicos
buscou-se identificar características sócio-demográficas dos estudantes
ingressantes no curso de enfermagem da FPS; analisar a percepção dos
estudantes quanto a metodologia de ensino utilizada pela FPS e quanto a
inserção precoce dos estudantes em cenários reais de prática. Descrição
metodológica: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, realizado na
Faculdade Pernambucana de Saúde, no período de novembro de 2016 a março de
2017. A população do estudo foi constituída por todos os estudantes do curso
de graduação em enfermagem, regularmente matriculados no 2° período da
graduação, durante o semestre 2017.1, e que concluíram às atividades da
prática em Atenção Primária, totalizando 18 estudantes dos quais 12 aceitaram
participar da pesquisa. A coleta dos dados foi realizada através da aplicação
de um questionário e uma entrevista semiestruturada, seguindo um roteiro
previamente elaborado. Os dados obtidos através do questionário foram
consolidados e analisados através do programa Microsoft EXCEL 2010. As
entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas permitindo realizar a
técnica de Análise de Conteúdo de Bardin.3 Resultados e discussão: 88% dos
estudantes eram do sexo feminino. Historicamente a enfermagem é marcada por
ser uma profissão predominantemente feminina, identificado da mesma forma em
outros estudos realizados anteriormente, e ainda que 76% eram solteiros,
reforçando os dados do estudo onde 73,6% dos entrevistados eram solteiros.4
Com 70% na faixa etária entre 23 à 33 anos, estando em concordância com a
pesquisa estudada que apresentou um resultado semelhante.4,5 Identificou-se
que os estudantes entendem como relevante a inclusão precoce, como obsevado
nos seguintes relatos: “_Muito boa, é sempre muito bom você está em contato
com sua profissão desde o começo do curso. ” _(E3). “_Percebo que é uma ideia
inovadora, você já começa a vivenciar de perto seu futuro local de trabalho,
onde você vê a rotina do enfermeiro. ” _(E12) Por outro lado, também foi
possível uma percepção crítica dos estudantes quanto ao funcionamento da
Estratégia de Saúde da Família quando relata que: “_A principio as minhas
impressões eram as piores possíveis, mas conhecendo eu vejo que tem tudo para
funcionar, só que os governantes infelizmente não dão a atenção necessária
para que atenção básica flua da forma que ela deva fluir.” _(E7) Conclusão: Na
percepção dos estudantes, a Faculdade Pernambucana de Saúde, possui um grande
diferencial por sua metodologia, que traz como base a Aprendizagem Baseada em
Problemas, que incentiva o estudante a ir atrás de seu próprio conhecimento,
tendo assim autonomia frente aos seus estudos. Ainda em suas colocações
apontam a inserção precoce a pratica na ESF (Estratégia de Saúde da Família),
como de grande importância, trazendo um grande diferencial curricular, tendo
em vista a grande vivencia na pratica oportunizada pela instituição.
Contribuições para enfermagem: Pode-se afirmar que a Enfermagem vem se
destacando por sua inserção tanto no mercado privado como em instituições
públicas, conseguido por meio da ampliação de sua pratica baseada em
evidências. Não se pode negar que uma boa formação, contextualizada política
e socialmente, vem cada vez mais contribuindo para o exercício profissional
qualificado do enfermeiro. A aproximação ao longo do curso com as
potencialidades e limites dos serviços de saúde merece mais atenção por parte
de docentes e gestores do SUS.
Referências: ¹MINISTÉRIO DA SAÚDE, M. d. (21 de Setembro de 2016). Caderno de Atenção Domiciliar (Vol. 2). Brasília- DF: MS. Fonte: Portal da Saúde: http://brasil.gov.br. |