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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5372830

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5372830

PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SOBRE A INSERÇÃO PRECOCE NA PRÁTICA EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores:
Eduardo Henrique Pereira E Sá Gomes ; Reneide Muniz da Silva ; Manassés Mariano da Silva ; Liana Chaves Alves

Resumo:
Introdução: A constituição federal brasileira legitima à população a assistência à saúde, através do Sistema Único de Saúde e assegura a saúde como direito de todos e dever do estado, mediante políticas sociais e econômicas. Entendendo que a sustentabilidade dos sistemas de saúde baseados nos modelos médico hospitalocêntricos tem demonstrado evidentes sinais de esgotamento, aponta-se a necessidade de traçar estratégias claras, empiricamente suportadas, para o avanço na melhoria dos indicadores de saúde da população. Nesse sentido, a Atenção Primária à Saúde vem demonstrando ser um elemento- chave na constituição dos sistemas nacionais de saúde, com capacidade de impactar nos indicadores de saúde e com grande potencial regulador da utilização dos recursos de alta densidade tecnológica, garantindo o acesso universal aos serviços que tragam reais benefícios à saúde da população.1 Portanto, a atenção primária, surge como ordenadora do sistema, com potencial de resolução de 80% dos problemas apresentados pelos usuários. O ensino de enfermagem no país passou por várias fases de desenvolvimento ao longo dos anos, tendo como reflexo de cada mudança o contexto histórico da enfermagem e da sociedade brasileira. Consequentemente, o perfil de enfermeiros apresenta significativas mudanças em decorrência das transformações no quadro político- econômico-social da educação e da saúde no Brasil e no mundo.2 Priorizando a formação para o SUS, na perspectiva do Ensino em Saúde, as novas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em saúde afirmam que a formação do profissional desta área deve contemplar o sistema de saúde vigente no país, além da inserção precoce nos cenários de prática. Neste contexto, a Faculdade Pernambucana de Saúde iniciou suas atividades educacionais com uma proposta de ensino inovadora, através de uma metodologia ativa, a Aprendizagem Baseada em Problema, propõe a inserção de seus estudantes na Estratégia de Saúde da Família, a fim de iniciarem o contato com a área profissional e com a comunidade, vivenciando experiências transformadoras. Desta forma, após 11 anos desenvolvendo esta prática, surge a necessidade de escutar os estudantes envolvidos neste processo. Objetivos: Compreender a percepção do estudante de enfermagem, concluintes do primeiro período do curso, quanto à inserção na prática supervisionada em Atenção Primaria à Saúde. Como objetivos específicos buscou-se identificar características sócio-demográficas dos estudantes ingressantes no curso de enfermagem da FPS; analisar a percepção dos estudantes quanto a metodologia de ensino utilizada pela FPS e quanto a inserção precoce dos estudantes em cenários reais de prática. Descrição metodológica: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, realizado na Faculdade Pernambucana de Saúde, no período de novembro de 2016 a março de 2017. A população do estudo foi constituída por todos os estudantes do curso de graduação em enfermagem, regularmente matriculados no 2° período da graduação, durante o semestre 2017.1, e que concluíram às atividades da prática em Atenção Primária, totalizando 18 estudantes dos quais 12 aceitaram participar da pesquisa. A coleta dos dados foi realizada através da aplicação de um questionário e uma entrevista semiestruturada, seguindo um roteiro previamente elaborado. Os dados obtidos através do questionário foram consolidados e analisados através do programa Microsoft EXCEL 2010. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas permitindo realizar a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin.3 Resultados e discussão: 88% dos estudantes eram do sexo feminino. Historicamente a enfermagem é marcada por ser uma profissão predominantemente feminina, identificado da mesma forma em outros estudos realizados anteriormente, e ainda que 76% eram solteiros, reforçando os dados do estudo onde 73,6% dos entrevistados eram solteiros.4 Com 70% na faixa etária entre 23 à 33 anos, estando em concordância com a pesquisa estudada que apresentou um resultado semelhante.4,5 Identificou-se que os estudantes entendem como relevante a inclusão precoce, como obsevado nos seguintes relatos: “_Muito boa, é sempre muito bom você está em contato com sua profissão desde o começo do curso. ” _(E3). “_Percebo que é uma ideia inovadora, você já começa a vivenciar de perto seu futuro local de trabalho, onde você vê a rotina do enfermeiro. ” _(E12) Por outro lado, também foi possível uma percepção crítica dos estudantes quanto ao funcionamento da Estratégia de Saúde da Família quando relata que: “_A principio as minhas impressões eram as piores possíveis, mas conhecendo eu vejo que tem tudo para funcionar, só que os governantes infelizmente não dão a atenção necessária para que atenção básica flua da forma que ela deva fluir.” _(E7) Conclusão: Na percepção dos estudantes, a Faculdade Pernambucana de Saúde, possui um grande diferencial por sua metodologia, que traz como base a Aprendizagem Baseada em Problemas, que incentiva o estudante a ir atrás de seu próprio conhecimento, tendo assim autonomia frente aos seus estudos. Ainda em suas colocações apontam a inserção precoce a pratica na ESF (Estratégia de Saúde da Família), como de grande importância, trazendo um grande diferencial curricular, tendo em vista a grande vivencia na pratica oportunizada pela instituição. Contribuições para enfermagem: Pode-se afirmar que a Enfermagem vem se destacando por sua inserção tanto no mercado privado como em instituições públicas, conseguido por meio da ampliação de sua pratica baseada em evidências.  Não se pode negar que uma boa formação, contextualizada política e socialmente, vem cada vez mais contribuindo para o exercício profissional qualificado do enfermeiro. A aproximação  ao longo do curso com as potencialidades e limites dos serviços de saúde merece mais atenção por parte de docentes e gestores do SUS.


Referências:
¹MINISTÉRIO DA SAÚDE, M. d. (21 de Setembro de 2016). Caderno de Atenção Domiciliar (Vol. 2). Brasília- DF: MS. Fonte: Portal da Saúde: http://brasil.gov.br.