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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5353272

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5353272

MAPA DE CONVERSAÇÃO NA EDUCAÇÃO PARA O AUTOCUIDADO EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS

Autores:
Julianna Letícia Gimenes Cotrick Gomes ; Rosali Isabel Barduchi Ohl ; Suzel Regina Ribeiro Chavaglia ; Mônica Antar Gamba ; Maria Aparecida de Oliveira Freitas

Resumo:
**RESUMO** **Introdução**: O Diabetes Mellitus (DM) é uma condição crônica determinada por um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que têm em comum o quadro de hiperglicemia como resultado de deficiência na ação e/ou secreção do hormônio insulina. É um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo responsável pela maioria das internações hospitalares e representando causa de altas taxas de mortalidade, bem como amputações não-traumáticas dos membros inferiores (1,2). O controle do nível glicêmico, o tratamento da diabetes e o atendimento às consultas de enfermagem são aspectos importantes no controle da doença e de suas complicações pois exige mudanças de hábitos e desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deverão ser mantidos por toda a vida. Tal condição gera um alto impacto econômico observado principalmente em serviços públicos em razão das altas taxas de internações hospitalares, independentemente de estarem direta ou indiretamente relacionadas com as complicações agudas da doença. Nesse sentido, acreditamos que a educação em saúde para o autocuidado de pessoas com condições crônicas, como DM deve ser parte integrante dos modelos de atenção, especialmente no atendimento de enfermagem. O desenvolvimento de ações educativas entre pessoas com DM torna-se assim um instrumento importante para o reconhecimento de suas condições de saúde e consequentemente pode fornecer autocuidado. Elas devem ir além de imprimir conhecimentos científicos, mas sim, envolver aspectos emocionais e socioculturais que visem contribuir no reconhecimento de suas condições de saúde, proporcionar as transformações necessárias em seus estilos de vida e, assim, influenciar na adesão ao tratamento. A estratégia de se trabalhar em grupos educativos pode facilitar o desenvolvimento de novos saberes e práticas que levam ao fortalecimento de vínculo entre a equipe de saúde e o cliente, o que faz com que ele se sinta acolhido e corresponsável para aderir e realizar o tratamento. Os grupos educativos em DM devem se basear em uma linguagem de fácil compreensão que lhes permita participar ativamente do processo ensino-aprendizagem desenvolvido(3). Dentre as ferramentas de aprendizagem analisadas para esse fim, identificou-se o Mapa de Conversação em Diabetes (MCD); este se apresenta na forma de figuras coloridas que representam situações da vida de pessoas com diabetes. Foi idealizado e desenvolvido pela _International Diabetes Federation - IDF_ e traduzido para o português com o apoio do laboratório farmacêutico Lilly®. Seu uso visa a mudança de atitudes da pessoa em relação ao Diabetes Mellitus, melhoria da autoeficácia e aumento de resultados clínicos efetivos por meio de uma abordagem dinâmica, interativa e lúdica. Ele tem sido utilizado como estratégia de ensino para o alcance do autocuidado em diversos países, combinando várias teorias educacionais, demonstrando assim ser uma ferramenta efetiva de educação para autogerenciamento de diabetes(4,5). **Objetivo**: Este estudo teve por objetivo avaliar a ferramenta Mapa de Conversação em Diabetes® como estratégia de ensino para o desenvolvimento do autocuidado em pessoas diabéticas inscritas em uma unidade de Estratégia de Saúde da Família de um município do estado de Minas Gerais, Brasil. **Método:** Estudo correlacional descritivo com abordagem quantitativa. O período de execução do programa foi de oito semanas. A avaliação das ações educacionais foi testada pela aplicação do Questionário de Atividades de Autocuidado com o Diabetes (QAD), cujos escores foram analisados no início e no final do programa. **Resultados**: Dos 122 sujeitos convidados para participar da pesquisa, 20 aceitaram e concluíram o programa. A maioria dos participantes no programa educacional eram do sexo feminino (70%), cor branca (65%), nível de escolaridade o ensino fundamental incompleto (60%) e uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS) (90%). Após o programa, houve uma melhora nas variáveis ´ressecamento´, relativa às características da pele e as variáveis do QAD “Alimentação específica (doces)”, “atividade física”, “glicemia capilar” e “cuidado com os pés” apresentaram significância estatística (p<0,05). **Conclusão**: Os programas educativos são essenciais para o empoderamento da pessoa diabética e mudança de comportamento em relação ao seu autocuidado. O Mapa de Conversação em Diabetes demonstrou ser adequado para a aquisição de novos conhecimentos e o desenvolvimento de autonomia da pessoa no controle glicêmico. Aspectos clínicos e laboratoriais, tais como: pressão arterial, Índice de Massa Corpórea, peso, lipidogramas, devem ser investigados por um maior período de observação. **Contribuições para a Enfermagem: **Os resultados obtidos nesta investigação levaram a compreensão da eficácia de uma atividade educacional realizada pela enfermeira através do uso de uma estratégia de ensino inovadora com um grupo específico de pessoas com Diabetes Mellitus. Esta e outras estratégias de ensino devem ser melhor exploradas no sentido de que podem contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que sofrem condições crônicas de saúde, em consonância com as políticas públicas implementadas e desenvolvidas pelo Sistema Único de Saúde.


Referências:
Abreu AG et al. O uso da simulação realística como metodologia de ensino e aprendizagem para as equipes de enfermagem de um hospital infanto-juvenil: relato de experiência. Revista Ciência & Saúde [internet]. set./dez. 2014 [acesso em 2017 dez 05] v. 7, n. 3, p. 162-166 set./dez. 2014. Disponível em http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/view/17874/12495. Martins José Carlos Amado, Mazzo Alessandra, Baptista Rui Carlos Negrão, Coutinho Verónica Rita Dias, Godoy Simone de, Mendes Isabel Amélia Costa et al . A experiência clínica simulada no ensino de enfermagem: retrospectiva histórica. Acta paul. enferm. [Internet]. 2012 [citado 2018 Mar 23] ; 25( 4 ): 619-625. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002012000400022&lng=pt. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002012000400022. Trevizan Maria Auxiliadora, Mendes Isabel Amélia Costa, Mazzo Alessandra, Ventura Carla Aparecida Arena. Investment in nursing human assets: education and minds of the future. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. 2010 June [cited 2018 Mar 23] ; 18( 3 ): 467-471. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692010000300024&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692010000300024. Rangel Elaine Maria Leite, Mendes Isabel Amélia Costa, Cárnio Evelin Capellari, Alves Leila Maria Marchi, Crispim Juliane de Almeida, Mazzo Alessandra et al . Avaliação, por graduandos de enfermagem, de ambiente virtual de aprendizagem para ensino de fisiologia endócrina. Acta paul. enferm. [Internet]. 2011 [cited 2018 Mar 23] ; 24( 3 ): 327-333. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002011000300004&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002011000300004.