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5278342 | OFICINA TEÓRICO-PRÁTICA NO ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Joélinton dos Santos Aranha ; George Luiz Alves Santos ; Glaucia Valente Valadares |
Resumo: **Introdução: **o Processo de enfermagem, é considerado um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem, e a documentação da prática profissional. Nesse sentido, o uso de tal instrumento pressupõe o conhecimento adequado dos elementos que o compõem, bem como, seu modo de aplicação. Assim, instrumentalizar enfermeiros em aspectos teórico-práticos acerca do Processo de Enfermagem pode auxiliar em sua efetiva utilização. Para tanto, as metodologias ativas de ensino, constituem-se em ferramentas úteis para aprendizagem significativa. **Objetivo:** relatar a experiência de um grupo de enfermeiros na aplicação de duas oficinas com a temática do Processo de Enfermagem. **Método:** trata-se de um relato de experiência, sobre a aplicação de duas oficinas com a temática do Processo de Enfermem, em uma rede hospitalar privada na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, entre os anos de 2017 e 2018. Nesse cenário, o prontuário é eletrônico, e para coletar dados utiliza-se a _Avaliação Inicial 2.0_ (Histórico de Enfermagem), baseada na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta. A instituição conta com duas unidades assistenciais no estado do Rio de Janeiro, em um total de 72 leitos. Foram realizadas duas oficinas, que passam a ser descritas a seguir.** Resultados: **_1º oficina_ - Processo de Enfermagem: teoria e prática (20 horas): divido em dois dias (sábados), cada encontro com dez horas, estruturado em dois módulos, um teórico e outro prático. Previamente, por se tratar de um cenário real de cuidados, as famílias e pacientes foram comunicados, e só participaram das atividades os que autorizaram; esses assinaram um termo de anuência. Confeccionou-se material didático na forma de uma apostila, que foi enviado por e-mail previamente aos alunos. Elaborou-se um plano de aula, como orientador das atividades docentes em ambos as oficinas. Cada dia de atividade foi divido em momentos: Módulo Teórico - **1º momento:** aula expositiva dialogada com as cadeiras dispostas em círculo. Inicialmente fez-se um debate, procurando buscar conhecimentos e experiências prévias dos alunos; posteriormente fez-se um ajuste de linguagem, discutindo-se os principais termos e conceitos no que concerne à temática. Após, foi apresentado pelos facilitadores o conteúdo teórico proposto para a manhã. **2º momento:** apresentaram-se dois casos clínicos de pacientes internados no hospital, na modalidade de sessão clínica. Esses foram discutidos a partir de dados do histórico de enfermagem coletados pela _Avaliação Inicial 2.0_, instrumento utilizado por enfermeiros assistenciais no momento da internação. Elencaram-se as informações pertinentes para o plano assistencial, bem como, o raciocínio clínico seguido para a elaboração do mesmo. O primeiro e segundo momento duraram cerca de quatro horas. **3º momento teórico-prático: **os alunos foram divididos em grupos, e receberam um caso simulado em texto impresso. A atividade consistiu na elaboração de um plano assistencial com os diagnósticos principais, resultados e intervenções de enfermagem, que deveria ser apresentado ao final na modalidade de sessão clínica. Ainda, antes de iniciar a resolução do caso, os facilitadores demonstraram como utilizar cada sistema de linguagem padrão, bem o raciocínio diagnóstico, apresentado a partir da perspectiva de Risner. Esse segue etapas, quais sejam, categorização, identificação de lacunas, agrupamento, comparação entre dados e referências, inferência sobre problema, relação causal e por fim, impressão diagnóstica de enfermagem. Ao final do 3º momento os participantes puderam expor suas dificuldades analisando criticamente a atividade desenvolvida ao longo do dia. Esse momento durou cerca de cinco horas. A atividade teve fim às 18 horas. **Segundo dia de curso** – Módulo prático: **1º momento** – Início da atividade às 08 horas. Os facilitadores apresentaram o perfil dos pacientes pelo qual cada grupo seria responsável por levantar informações, ainda, foram discutidos os motivos de internação e proposta terapêutica. Após os alunos foram divididos em grupos e encaminhados as enfermarias da instituição de posse do impresso _Avaliação Inicial 2.0_, onde deveriam coletar dados com vistas ao plano assistencial. A coleta de dados durou cerca de duas horas, em seguida, os participantes discutiram o caso em grupo e elaborarem uma proposta de plano assistencial. **2º momento** – A sala foi disposta em diálogo circular e cada grupo apresentou seu caso, bem como a proposta do plano assistencial. A atividade foi finalizada às 18h totalizando 10 horas de carga horária. Os alunos puderam avaliar em grupo os dois dias de atividades, a aprendizagem e dinâmica adotada. _2º curso_ - **Processo de Enfermagem: teoria e prática (10 horas). **A segunda oficina, ocorreu como uma proposta de tornar a atividade de aprendizagem mais dinâmica. Assim, optou-se por oferecer a oficina com duração de um dia somente. Essa, sofreu ajustes, inclusive com base no_ feedback_ recebido dos alunos da primeira turma. Entre os pontos citados por estes, destacou-se o grande volume de conteúdo teórico em um dia com a carga de dez horas, o que em algum momento se tornou cansativo. Assim, reorganizou-se a atividade em dois momentos apenas, que passam a ser descritos a seguir: **1º momento: **a atividade teve início às 08h:15min. Tal como no primeiro encontro, ocorreu a apresentação dos facilitadores e de cada aluno. Esse momento durou cerca de 25 minutos em função do reduzido número de participantes, que totalizou 7. A seguir os alunos, foram divididos em grupos, e receberam as informações dos pacientes pelos quais seriam responsáveis por coletar dados, e apresentar o plano assistencial. Após, foram encaminhados e supervisionados pelos facilitadores às enfermarias do hospital de posse da _Avaliação Inicial 2.0_ (Histórico de Enfermagem) para o levantamento de informações. **2º momento:** o segundo momento teve início por volta das 10h:10min. Ao retornar da coleta de dados, os facilitadores abordaram as principais questões aventadas pelos alunos considerando a coleta de informações e as dificuldades apresentadas. Isso permitiu traçar um diagnóstico situacional do conhecimento real dos participantes acerca da coleta de dados, e do raciocínio clínico envolvido nesta etapa a beira do leito, esse momento durou cerca de quarenta minutos. Após, utilizando-se de exposição dialogada e os alunos dispostos em círculo, iniciou-se a discussão dos aspectos teóricos propostos para a atividade. Destaque-se que a construção do conhecimento partiu da experiência dos alunos à beira do leito, usando os dados coletados por esses; desdobrando-se em um facilitador, pois partiu-se de experiências reais. Discutiu-se parte do conteúdo programático até a pausa para o almoço. No retorno, foi discutido o restante do conteúdo programático até cerca de 15h. Após esse momento, foi realizado o resgate dos dados coletados e os participantes organizados em grupos, sendo duas duplas e um trio. Disponibilizaram-se exemplares dos livros base para a atividade. Diferente da primeira atividade, em função do menor tempo não houve a apresentação de um caso prévio; os alunos aprenderam a manusear as taxonomias na prática e a partir do caso selecionado com os dados coletados nas enfermarias da instituição. Esse momento da atividade foi até cerca de 16h:30min. A seguir, os alunos puderam apresentar o caso e o plano assistencial elaborado, tendo a atividade terminado às 18horas com a avaliação da mesma pelo grupo. **Contribuição do estudo: **a interseção entre teoria e prática mediada por metodologias ativas contribuiu para repensar que o processo de enfermagem deve ser problematizado, o mais próximo do cenário assistencial. **Conclusão: **Poder discutir a temática do Processo de Enfermagem a partir de casos reais em um cenário de prática profissional, foi determinante para demonstrar a aplicabilidade do Processo de Enfermagem.
Referências: Jorgensen AL. Contrast-Induced Nephropathy: Pathophysiology and Preventive Strategies. Critical Care Nursing. 2013 feb; 33(1):37-47.
Herdman TH, Kamitsuru S. NANDA International Nursing Diagnoses: definitions and classification, 2015-2017. Oxford: Wiley-Blackwell; 2014.
Aromataris E, Munn Z. Joanna Briggs Institute Reviewer´s Manual. The Joanna Briggs Institute, 2017. |