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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5264476

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5264476

A CONSULTA DE ENFERMAGEM COMO ESTRATÉGIA EDUCATIVA NA PREVENÇÃO DE AGRAVOS À SAÚDE

Autores:
Rayssa Borges ; Dhaniel Marinho Mikosz ; Susanne Elero Bertiolli ; Luciana Alcântara Nogueira ; Christine Garcia Mendes

Resumo:
INTRODUÇÃO: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) são uma preocupação para todos os profissionais de saúde, a medida que as ações para prevenção dos agravos e postergação das complicações podem ser feitas com atividades que não demandam muita tecnologia, como as oficinas educativas e, para o enfermeiro, a Consulta de Enfermagem (C.E.). Esta é definida como uma atividade privativa do enfermeiro e é regulamentada pela Lei do exercício profissional1. As ações propostas pelo projeto “Ações Educativas na Prevenção de Agravos à Saúde” têm como objetivo a promoção da saúde, que “é o nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”2:1. Nesse sentido, o Sistema Único de Saúde (SUS) como política do estado brasileiro organiza programas e atividades, visando promover a qualidade de vida e reduzindo a vulnerabilidade e riscos à saúde. Uma das estratégias para a promoção à saúde realizada por profissionais enfermeiros é a educação em saúde, pois por meio dela é possível estar em contato com a população, verificando suas necessidades e especificidades. Entende-se que o ser humano, em sua trajetória de vida, possui uma infinidade de questões em relação as suas condições de vida e saúde, cada faixa etária tem suas peculiaridades e necessitam de um olhar mais apurado dos profissionais de saúde. Nesse sentido, estes devem buscar atuar a fim de minimizar o impacto das doenças e comportamentos de risco na saúde da população. Entende-se que a contribuição da Enfermagem e demais profissões de saúde pode estar atrelada às ações com tecnologias leves que, se aplicadas constantemente à população, podem influenciar no comportamento e na mudança de hábitos de vida na busca de um viver melhor e saudável. Desde 2010 o Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolve práticas voltadas à promoção da saúde e prevenção de agravos, por meio de atividades de extensão com projetos interinstitucionais em um espaço denominado “Centro de Cuidados”, fato que motivou o desenvolvimento do referido projeto de extensão. OBJETIVOS: Realizar Consultas de Enfermagem para a comunidade acadêmica, acompanhar pessoas com doença crônica durante as Consultas de Enfermagem, desenvolver atividades de educação em saúde, elaborar material educativo para promoção da saúde e prevenção de agravos. METODOLOGIA: Trata-se de um projeto de extensão desenvolvido mediante ações de Consulta de Enfermagem, acompanhamento de doentes crônicos e atividades educativas em oficinas e palestras. O projeto teve início em maio de 2017 após aprovação em edital. Foram realizadas reuniões com a equipe participante a fim de organizar as atividades, preparo dos materiais, treinamento e divulgação do projeto por meio de cartazes e convites, em todos os locais frequentados por acadêmicos, como restaurante universitário, blocos de sala de aula e cantinas. Utiliza-se durante as consultas de enfermagem um instrumento norteador que contempla informações relativas a: identificação do paciente, antecedentes familiares, descrição das atividades realizadas no dia-a-dia e jornadas laborativas, patologias associadas e utilização de medicação contínua, informações sobre sono e repouso, prática de atividade física, hábitos alimentares, tabagismo e alcoolismo, eliminações e situação vacinal, além de um exame físico completo e análise de exposição aos riscos (químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais). Essa coleta de informações é crucial para a definição dos diagnósticos de enfermagem e desenvolvimento de um plano de cuidados. Este roteiro é armazenado junto a equipe para retomada em caso de retorno. São participantes do projeto cinco docentes e três discentes do Curso de Enfermagem da UFPR. As consultas são realizadas semanalmente e abertas a todos os alunos, servidores e funcionários terceirizados da limpeza e vigilância do _campus_ Jardim Botânico – Curitiba (Paraná). Como o projeto almeja atender além dos alunos também a equipe trabalhadora da Universidade, o projeto só pôde ser iniciado após autorização de setores da Universidade e permanece em vigência até abril de 2019. RESULTADOS: Foram realizadas 16 consultas no período de oito semanas, sendo 10 destas realizadas com alunos e 6 com funcionários terceirizados do setor de limpeza e vigilância. Por meio da anamnese foi possível observar indicativos de risco psicossocial importantes entre os estudantes, e a necessidade da promoção de hábitos de vida e ações saudáveis entre os funcionários. Percebeu-se também a necessidade da elaboração de um fluxograma, para articular as ações da equipe atuante no projeto em situações de atendimento que ultrapassam as atividades permitidas previstas em lei para a categoria. CONCLUSÃO: Verificou-se que embora não tenham sido realizados um número substancial de atendimentos para o período de vigência do projeto, percebeu-se a importância de realização das consultas de enfermagem para este público, pois as pessoas atendidas retornaram para orientações posteriores. A limitação destes atendimentos se refere ao público, pois as atividades são desenvolvidas em horário que muitos alunos estão em aula e funcionários em atividade em seus setores. A compreensão do significado da consulta de enfermagem não é muito clara para a comunidade, portanto, faz- se necessário uma divulgação esclarecedora dessa atividade para o público alvo do projeto, com a finalidade de realizar um maior número de consultas. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: As ações contempladas pelo projeto são de suma importância para a profissão, pois além de estreitar os laços entre a comunidade e a universidade, aproximam o usuário das teorias discutidas na academia, apresentam seu impacto na promoção em saúde e disseminação de hábitos e ações preventivas de DCNT, bem como evidencia a importância e os benefícios das consultas. Ainda, trabalham a amplitude do papel do enfermeiro dentro da equipe de saúde, afastando-o do imaginário de apenas administrador e oportunizando uma mudança na compreensão desse papel pela comunidade. Do ponto de vista da formação do futuro profissional de enfermagem, destaca-se o exercício do raciocínio clínico e da implementação do processo de enfermagem precedente à sua inserção no mercado de trabalho. Isso o torna melhor preparado para o desenvolvimento de tais atividades, além da conscientização da importância do papel do enfermeiro como agente catalizador nas atividades de promoção da saúde. Essas visam a qualidade de vida, reduzem a vulnerabilidade e riscos à saúde e possuem importância frente às políticas públicas de saúde atuais. Descritores: enfermagem; prevenção de doenças; educação em saúde. Tema 2: Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem. REFERÊNCIAS 1.Brasil. Presidência da República, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras providências [Internet]. Brasília, DF; 1986. [acesso em 2018 mar. 2]. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7498.htm 2. Carta de Ottawa. Primeira Conferência Internacional sobre promoção da saúde [carta]. Novembro de 1986; Ottawa, CA; 1986. [acesso em 2018 mar. 2]. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf


Referências:
1. Lima VV, Padilha RQ (orgs.). Reflexões e inovações na educação de profissionais de saúde. Volume I. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018. 2. Rodrigues CSD et al. Pesquisa em educação e bricolagem científica: rigor, multirreferencialidade e interdisciplinaridade. Cadernos de pesquisa [Internet]. 2016 out/dez [citado 2018 fev 12]; 46(162):966-82. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010015742016000400966&script=sci_abstract&tlng=pt 3. Bacich L, Moran J. Metodologias ativas para uma educação inovadora – uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. 4. Lévi-Strauss C. O Pensamento Selvagem. São Paulo: Papirus Editora; 2005. 5. Kicheloe JL, Berry KS. Pesquisa em educação: conceituando a bricolagem. Porto Alegre: Artemed; 2007.