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5224330 | PREVALÊNCIA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM “NUTRIÇÃO DESEQUILIBRADA: MAIS DO QUE AS NECESSIDADES CORPORAIS” EM GESTANTES COM SÍNDROME HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ. | Autores: Giselle Viana de Andrade ; Nayana Maria Gomes de Souza ; Luciana Farias Bastos ; Gabriele de Lima Ferreira ; Jeanny Marques Meneses |
Resumo: **Introdução: **A maioria das gestações transcorre sem intercorrências, caracterizando-se como um período de higidez da mãe e do concepto. Entretanto, parte das gestantes pode apresentar complicações de elevado risco de morbidade e mortalidade materna e fetal, como a Síndrome Hipertensiva Específica da Gravidez (SHEG)(1). Dentre as formas clínicas que esta síndrome pode apresentar destaca-se a pré-eclâmpsia, definida pela presença de hipertensão e de proteinúria após a 20ª semana de gestação, podendo ser leve ou grave (1). Todavia, esta poderá ocorrer, excepcionalmente, antes de 20 semanas de gravidez quando associada à Neoplasia Trofoblástica Gestacional (NTG) (2)Os distúrbios hipertensivos são as complicações mais comuns no pré-natal, acometendo 12 a 22% das gestações, sendo a a pré-eclâmpsia e eclâmpsia uma das principais causas de óbito materno em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento (2). Vários fatores concorrem para o desenvolvimento da SHEG, sendo um dos principais fatores a obesidade. Cabe, portanto, ao enfermeiro o papel de diagnosticar as gestantes que estejam apresentando desequilíbrio nutricional ou uma ingesta maior que as necessidades corporais. Todavia, para diagnosticar alterações no estado nutricional das gestantes, é preciso habilidade de raciocínio e julgamento clínico por parte do enfermeiro. Essas são características necessárias para diagnosticar as respostas humanas a problemas de saúde, o que consiste no diagnóstico de enfermagem. Um diagnóstico de enfermagem relacionado a este desequilíbrio nutricional é o Diagnóstico de Enfermagem (DE) “Nutrição Desequilibrada: mais do que as necessidades corporais”.** Objetivo: **Verificar a prevalência de gestantes com Diagnóstico de Enfermagem (DE) nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais. **Métodos**: Estudo transversal, descritivo-exploratório, realizado com 52 gestantes atendidas em hospital de referência terciária, no período de outubro a novembro de 2014. As gestantes foram selecionadas de forma consecutiva, e teve como critérios de inclusão: encontrar-se em acompanhamento no referido hospital e ter o diagnóstico confirmado de SHEG. Foram excluídas da amostra mulheres que não apresentam condições mentais no momento da coleta de dados. Os dados foram coletados por meio de entrevista as gestantes que compareceram à consulta médica de pré-natal, seguindo formulário pré-estabelecido, abordando variáveis demográficas, socioeconômicas, obstétricas e clínicas referentes ao DE em estudo. O estado nutricional foi avaliado pelo Índice de Massa Corporal (IMC). Aferiram-se o IMC e a dobra da pele do tríceps. O DE em análise foi determinado conforme presença das características definidoras: sobrepeso (peso 10% acima do ideal para altura e estrutura), obesidade (peso 20% acima do ideal para altura e estrutura), e dobra da pele do tríceps maior do que 25 mm. O DE foi estabelecido pela presença de pelo menos uma dessas características definidoras. Na análise exploratória, foram calculadas as frequências absolutas e percentuais para as variáveis nominais. No caso de variáveis quantitativas, foram apresentados a média e o desvio padrão. Foram seguidas as recomendações da Resolução nº. 466/12. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da referida instituição hospitalar conforme protocolo nº 539/2014. **Resultados: **A idade das gestantes variou de 16 a 39 anos. A média de paridade foi de 1,52, sendo a porcentagem predominante de gestantes primíparas (32,7%). Houve predominância de gestantes no 3º trimestre da gestação, ou seja, 26 (50%) se encontravam entre a 29ª e a 40ª semanas de gestação. O IMC médio encontrado no período gestacional foi de 30,93 Kg/m2 com um desvio padrão de 5,44 Kg/m2, demonstrando a ocorrência de alteração de peso entre as gestantes e uma predominância preocupante de gestantes obesas (61,7%) neste período. Com relação à dobra da pele do tríceps, variou de 10 a 48 mm, apresentando uma média de 24,75 mm. Observou-se alteração (>25mm), parâmetro que estabelece característica definidora do diagnóstico de enfermagem pesquisado, em 26 (50,0%) das gestantes analisadas. Obteve-se, portanto, que o diagnóstico de enfermagem em estudo: “Nutrição desequilibrada: ingestão maior que as necessidades corporais” esteve presente em 100% das gestantes da amostra. Essa prevalência é preocupante, pois reflete a necessidade de um melhor monitoramento do ganho ponderal e uma adequada orientação alimentar para proporcionar um ganho de peso adequado durante o período gestacional. O DE em estudo foi determinado em 100% das gestantes. A alta prevalência de sedentarismo encontrada (86,6%) neste estudo leva a refletir sobre a importância dos profissionais da ESF, como outros responsáveis pela assistência pré-natal, que é preciso um maior estímulo às gestantes para que venham a desenvolver atividade física. Todavia, os profissionais precisam receber um treinamento adequado para saber como orientá-las a ter uma atividade física planejada, sistematizada, de forma que venham melhorar a qualidade de vida destas mulheres. **Conclusão**: Considerando os parâmetros utilizados neste estudo, o DE pesquisado apresentou prevalência de 100% entre as gestantes com SHEG, constituindo um problema de enfermagem frequente neste grupo. Nesse contexto, o enfermeiro que trabalha na atenção básica tem papel fundamental, tanto por oferecer a consulta de enfermagem ao pré-natal, oportunidade de monitorar o estado nutricional e dar orientação individual à gestante de acordo com suas particularidades, quanto por desenvolver atividades grupais de educação em saúde, que abordem este tema. O enfermeiro tem, ainda, amplo contato com a clientela feminina nas demais ações que realiza, voltadas a atenção integral à saúde da mulher, podendo tomá-las como espaço para promover a alimentação saudável e o incentivo à atividade física, como estratégias para a manutenção do IMC nos parâmetros de normalidade. Sugere-se a realização de novos estudos sobre o DE em pauta, uma vez que ainda é pouco explorado. Recomenda-se a análise da acurácia de seus indicadores clínicos independente da pré-definição de características que determinem a presença do diagnóstico, bem como estudos que incorporem a identificação de fatores relacionados para este diagnóstico. **Contribuições para enfermagem**: A identificação correta dos diagnósticos de enfermagem deve ser baseados em indicadores clínicos que fornecem suporte para a inferência do diagnósticos. O diagnóstico preciso é essencial para orientar as intervenções que devem ser implementada para a obtenção de resultados positivos paciente, como estratégias para a manutenção da nutrição balanceada nos parâmetros de normalidade.
Referências: Dantas AMN, Silva KL, Nóbrega MML. Validation of nursing diagnoses, interventions and outcomes in a pediatric clinic. Rev Bras Enferm [Internet].2018[acesso em 15 fev 2018];71(1):80-8. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672018000100080&script=sci_arttext&tlng=pt .
Garcia TR. (Org.). Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE)®: versão 2017. Porto alegre: Artmed, 2018. |