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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5210165

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5210165

A UTILIZAÇÃO DA MÚSICA E O CONCEITO DE RESILIÊNCIA EM GRUPO TERAPÊUTICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Maria Itayra Padilha ; Cristine Moraes Roos ; Maite Melo Mota

Resumo:
**Introdução:** Um dos planos de atenção aos dependentes químicos, foram o surgimento dos Centros de Atenção Psicossocial a usuários de Álcool e outras Drogas apresentando-se como uma estratégia de atenção psicossocial. Se desenvolve em uma área territorial de referência, tendo por desafio descentralizar a assistência promovendo articulação social e intersetorial, buscando estreitamento dos laços entre o serviço e a comunidade.1 As oficinas terapêuticas são atividades que proporcionam um momento de interação entre usuários e acompanhantes, promovendo a autonomia e o processo criativo. A oficina terapêutica vem sendo utilizada para designar atividades desenvolvidas em espaços intra e extra hospitalares em saúde mental.2 Na intervenção observamos a realidade vivida e as expectativas dos usuários que fazem uso problemático de substância psicoativa em tratamento. **Objetivos:** O objetivo do trabalho é relatar a oficina terapêutica de música realizada pela estudante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em conjunto com a professora do departamento de enfermagem da UFSC a assistente social do Centros de Atenção Psicossocial a usuários de Álcool e outras Drogas adulto (CAPS AD) em São José/Santa Catarina. **Descrição Metodológica:** A atividade foi caracterizada como uma oficina de letras, onde trouxemos uma música “Mais Uma Vez” do Renato Russo e trabalhamos com o significado da palavra resiliência e alguns exemplos vividos em relação a resiliência na em suas vidas. A oficina foi feita como uma música inicial seguida de uma palestra sobre a palavra trazida e depois uma roda de discussão. Criamos um mural com o significado da palavra resiliência. Este mural foi fixado na parede da sala de oficinas e então realizou -se a explicação do conceito da palavra. Estiveram presentes nos encontros 5 usuários do CAPS AD, 4 alunas e uma assistente social, foram realizados 3 encontros no período de maio de 2017.  **Resultados:** A experiência vivenciada foi planejada previamente a fim de se adequar a parte do plano terapêutico oferecido aos usuários do serviço. Ao articular a música com as experiências de vida e do cotidiano, a música funciona como facilitadora no estimulo à memória, além de despertar sentimentos e vivências, e possibilitar a ressignificação de lembranças.3 Os grupos iniciavam com uma breve apresentação dos usuários, profissionais e demais participantes do grupo. Após este momento, oferecemos a letra impressa da música "Mais Uma Vez" do Renato Russo e relatamos a história de sua composição e o resumo da biografia do autor. A música vem sendo utilizada como instrumento no cuidado à pessoa em sofrimento mental promovendo a reabilitação e inclusão, sendo capaz resgatar sentimentos positivos, não sendo somente uma distração, também como um meio de comunicação, ela permite a associação com experiências significativas do passado, que evocam memórias específicas, em que é possível resgatar emoções, imaginação e experiências vividas.3 Com a discussão da palavra resiliência percebemos que poucos usuários conheciam algo sobre ela, demonstrando interesse pelo significado enriquecendo a discussão. Em seguida, foi reproduzida a música, e as pessoas acompanharam a letra cantando, ou observaram atentamente. Ao final da canção as falas foram de satisfação e elogios, relacionando com o termo resiliência. Como proposta de reflexão ao tema, solicitamos aos participantes que escrevessem em um papel, exemplos de momentos de resiliência que vivenciaram ou puderam observar em outras pessoas. **Conclusão:**  O profissional enfermeiro deve se apropriar da ferramenta  dos grupos terapêuticos como um novo suporte da Enfermagem, já que atualmente eles são a  principal estratégia terapêutica empregada nos CAPS AD. Os grupos terapêuticos são importantes instrumentos para ressignificação de momentos vivenciados pelos usuários adictos em reabilitação. A oficina de letras proporcionou um espaço de aprendizado, reflexões e formação de vínculo entre os participantes e estudantes de enfermagem. A utilização da música e da palavra resiliência promoveu a expressão de emoções, percepção da realidade e servir como estímulo a educação para a saúde e ao tratamento que vem sido realizado por cada indivíduo no CAPS AD. **Implicações para Enfermagem: **Para a realização dos grupos terapêuticos, o enfermeiro traz conhecimentos de sua graduação para se atualizar nas dinâmicas de grupo. É importante também que o profissional que deseja trabalhar com grupos tenha clareza quanto aos seus objetivos. Há alguns requisitos básicos a para ser considerados na formação dos grupos com objetivos terapêuticos, como: sua estruturação, finalidade para qual eles foram criados, a dinâmica grupal, o procedimento técnico empregado ou o referencial teórico adotado.4 Um fator de fundamental importância na realização do grupo é o seu coordenador. Este coordenador é peça chave do grupo, é necessário que ele tenha atributos que o levem a assumir as condições deste trabalho, de liderança e de responsabilidade, de acordo com os valores e características que um grupo adquire.4 Além dos conhecimentos vindos de estudos as atitudes são indispensáveis, bem como gostar e acreditar em grupos, ter senso de humor, comunicativo, ter capacidade de integração e síntese. A formação do enfermeiro deve contribuir não só para a visão dinâmica dos serviços de saúde, mas para a coordenação de grupos e equipes de saúde. Para o aprendizado do processo de coordenação de grupos e do seu funcionamento, não basta o estudo teórico, também é necessário a vivencia na prática.4 Sugere-se, portanto, a busca de métodos e estratégias de ensino que possam impactar na mudança e na melhoria da assistência à saúde.


Referências:
1. Grace PJ. Professional advocacy: widening the scope of accountability. Nursing Philosophy. 2001; 2 (2): 151-62. 2. Hanks RG. The medical-surgical nurse perspective of advocate role. Nurs Forum. 2010; 45(2): 97-107. 3. Vaartio H, Leino-kilpi, H. Nursing advocacy: a review of the empirical research 1990–2003. Int J Nurs Stud. 2005; 42(6): 705–14. 4. International council of nurses (ICN). The ICN Code of Ethics for Nurses; 2006. 5. Roslyn S. Rick I. Advocacy at end-of-life Research design: An ethnographic study of an ICU. Int J Nurs Stud. 2007; 44(8): 1343-53.