E-Pôster
5151170 | ASPECTOS PSICOSSOCIAIS EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E A CIPE® | Autores: Glauce Araújo Ideião Lins ; Sarah França Villela ; Manuela Costa Melo ; Juliana Duarte Chaibe Campos ; Clarice Pereira Ribeiro |
Resumo: **ASPECTOS PSICOSSOCIAIS EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E A CIPE**®
_Juliana Duarte Chaibe Campos_ _a_, Thaluana Selvero de Souza _b_, Sarah
França Villela _b_, Clarice Pereira Ribeiro _b_, Glauce Araújo Ideião Lins_c_,
Manuela Costa Melo _c_
**Introdução:** o processo de cuidar da criança/adolescente hospitalizada é encarado como algo complexo, que exige do profissional de saúde um conhecimento teórico que fundamente sua prática, visando às peculiaridades e a caracterização de cada faixa etária. A diversidade de necessidades humanas apresentadas por essas crianças requer da enfermagem uma assistência integral e individualizada. Contudo, a falta de um vocabulário comum continua sendo um obstáculo para uma documentação do cuidado que possa funcionar como base para a análise do custo e benefício deste cuidado. O uso de um sistema de classificação possibilita, então, o estabelecimento de padrões de cuidados que podem ser utilizados em qualquer parte do mundo, facilita a coleta, a armazenagem e análise de dados, permitindo a melhora na qualidade da assistência de enfermagem 1. Diante desse cenário surge a seguinte questão norteadora: quais são os termos CIPE® que descrevem o cuidado de enfermagem, considerando a abordagem psicossocial, para crianças hospitalizadas? Destarte, este trabalho buscou colaborar com novos saberes que qualifiquem o processo de enfermagem e contribuam para o reconhecimento da Enfermagem Pediátrica na Atenção Hospitalar, tendo como objetivo a identificação de conceitos relacionados aos aspectos psicossociais da criança, com base na Teoria de Necessidades Humanas Básicas (NHB), desenvolvido por Wanda Horta, 2-3 e na CIPE® 2015. **Objetivo:** construir um banco de termos CIPE® relacionados aos aspectos psicossociais da criança com base teórica. **Metodologia: **estudo documental de abordagem descritiva-exploratória, baseado no método para estruturação de subconjunto terminológicos CIPE®proposto pelo Centro CIPE® da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 4. A etapa exploratória consistiu no levantamento de artigos científicos e teses por meio da busca eletrônica utilizando descritores em ciências da saúde (DeCS) e critérios de inclusão e exclusão pré-selecionados. Definida a literatura, utilizou-se a ferramenta gratuita PORONTO, gerando uma lista de termos para a realização do mapeamento cruzado. O mapeamento cruzado foi realizado a partir da construção de duas planilhas no programa Excel for Windows 2017: a primeira contendo a lista de termos gerada pelo PORONTO e a segunda contendo os termos de cada eixo da _CIPE_® 2015. Utilizou-se o software _Access for Windows_ 2017 para a identificação de termos constantes e não constantes. Todos os termos constantes foram analisados conforme a Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Wanda Aguiar Horta, e selecionados aqueles que se encaixavam na categoria psicossocial e suas subcategorias. **Resultado: **a partir da literatura, foram selecionados oito estudos. A ferramenta PORONTO extraiu o total de 8.670 termos. A mineralização dos termos, a normalização, o mapeamento cruzado e a análise resultaram em um banco de termos específico da linguagem de enfermagem para crianças hospitalizadas composto pelo total de 532 termos constantes na CIPE® 2015. O banco de termos constantes foi estruturado com base teórica e selecionou-se o total de 319 termos que se encaixam na categoria psicossocial, sendo: 142 termos no Eixo Foco, 19 termos no Eixo Julgamento, 20 termos no Eixo Meios, 94 termos no Eixo Ação, 18 termos no Eixo Tempo, 11 termos no Eixo Localização e 15 termos no Eixo Cliente. Após a distribuição dos conceitos de acordo com o seu eixo da CIPE®, os conceitos do Eixo Foco foram distribuídos na subcategoria da necessidade humana básica psicossocial, sendo: 5 termos na subcategoria comunicação, 13 termos na subcategoria gregária, 29 termos na subcategoria segurança emocional, 1 termo na subcategoria aceitação, 8 termos na subcategoria aprendizagem, 2 termos na subcategoria atenção/orientação, 1 termo na subcategoria autoestima, 2 termos na subcategoria autoimagem e 2 termos na categoria participação. 38 termos não foram subcategorizados, devido à não congruência do seu significado com a da subcategoria. Dessa forma, as subcategorias amor, liberdade, recreação/lazer e autorrealização não obtiveram termos. **Conclusão: **considerando a relevância da humanização do cuidado, a visão voltada também para necessidade humana básica psicossocial propõe uma mudança no comportamento de toda equipe que passa a prestar um cuidado holístico ao em saúde da criança e do adolescente. As necessidades de amor, gregária, aceitação, atenção e todas as outras necessidades psicossociais surgem pelo fato de que todas as pessoas, em especial as crianças e adolescentes, necessitam de cuidados. O uso de subconjuntos pautados no reconhecimento dessa complexidade psicossocial vivenciada durante a internação da criança, além de auxiliar na operacionalização do trabalho de enfermagem, apoia os enfermeiros na identificação de respostas do paciente, subsidiando o planejamento e as intervenções. A construção desses subconjuntos constitui um processo desafiador, que busca facilitar a comunicação de enfermeiros sobre as respostas dos seres humanos aos problemas de saúde e processos vitais. Para tanto, evidencia-se a necessidade de validação dos termos encontrados e a formulação de enunciados. Assim, a assistência torna-se planejada e fundamentada em conhecimento, viabilizando um cuidado objetivo e individualizado. **Contribuições/implicações: **espera-se que o conhecimento do banco de termos construído facilite a construção de enunciados de diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem na assistência à criança e ao adolescente hospitalizado, proporcionando uma melhoria na qualidade da assistência desta clientela. Vale ressaltar, que os diagnósticos/resultados de enfermagem são indicadores de necessidades de cuidados de enfermagem e são favoráveis ao desenvolvimento do conhecimento científico e prático da enfermagem. A validação desse banco de termos consolidará a prática da clínica pediátrica com a participação de enfermeiros especialistas, assim, recomenda-se a continuidade desse estudo.
* Pesquisa extraída do projeto intitulado “O atendimento a criança hospitalizada: a realidade de um hospital público no Distrito Federal”, desenvolvida com auxílio do Programa de Iniciação Científica da Escola Superior em Ciências da Saúde 2016-2017.
a Acadêmico de Enfermagem na Escola Superior em Ciências da Saúde. Brasilia,
Distrito Fedral, Brasil. Email: julianachaibe1903@gmail.com
b Acadêmicos de Enfermagem na Escola Superior em Ciências da Saúde. Brasilia,
Distrito Fedral, Brasil.
c Docentes na Escola Superior em Ciências da Saúde. Brasilia, Distrito
Fedral, Brasil.
Referências: 1 SOUZA, Flávia Aparecida de.; PIANO, Marcelle. Desafios e dificuldades enfrentadas pelos profissionais de Enfermagem em início de carreira. Rev. Min. Enferm.;15(2): 267-273, [Revista em internet] abr./jun., 2011. [acesso em 26 fev. 2018]. disponível em: file:///home/ccgerencia/Downloads/v15n2a16%20(1).pdf.
Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem, Medicina e Nutrição. Brasília: Ministério da Educação [artigo online]. [acessado em 22 de fev 2018] Disponível em: .
Batista KBC. Gonçalves OSJ. Formação dos Profissionais de Saúde para o SUS: significado e cuidado. Saúde Soc. São Paulo; 2011: v.20, n.4, p.884-899. |