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5143346 | FORMAÇÃO E INSERÇÃO PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA | Autores: Amanda Conrado Silva Barbosa ; Anna Stephany Pereira dos Santos ; Camila Fernandes de Paula ; Camila Ribeiro Araújo |
Resumo: INTRODUÇÃO
A formação dos profissionais da área da saúde historicamente acompanha as
exigências e as demandas do mundo do trabalho e do contexto social e político.
A organização curricular das escolas formadoras em saúde no Brasil, com vistas
a atender ao modelo biomédico dominante, por muito tempo contribuiu para uma
formação tecnicista, hospitalar e curativa em detrimento as reais necessidades
de saúde das parcelas mais carentes da população1.
Em decorrência do desenvolvimento científico, econômico e tecnológico no mundo
do trabalho, a exigência da atualização contínua por parte dos profissionais é
algo cada vez mais imposta. Observa-se na formação de enfermeiros, a exigência
para além das técnicas e habilidades psicomotoras, ampliando-se para um
desenvolvimento profissional baseado em competências. A formação profissional
pautada em competências favorece o aumento da capacidade de tomada de decisões
para a resolução de problemas1,2.
Nesse contexto, o atual desafio para a formação de enfermeiros é propagar os
preceitos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que estabelece a
reestruturação dos projetos pedagógicos, das metodologias de ensino e da
superação do currículo mínimo, bem como a adoção das Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCNs) para os cursos de graduação, visando à definição do perfil
almejado para os egressos, ao ensino vinculado ao mundo do trabalho e ao
desenvolvimento de habilidades e competências profissionais2,3.
OBJETIVO
Analisar a inserção profissional dos egressos da Faculdade de Enfermagem da
Universidade Federal de Juiz de Fora – FACENF/UFJF formados entre os anos de
2007 a 2017, tendo por base a graduação cursada e as Diretrizes Curriculares
Nacionais para os Cursos de Graduação em Enfermagem.
DESCRIÇÃO METODOLÓGICA
Trata-se de um estudo exploratório e descritivo de natureza quantitativa. A
população do estudo foi constituída por 177 egressos do Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora, formados entre os anos de
2007 a 2017. Na coleta de dados, foi utilizado questionário validado pelo
estudo de Vieira e Lopes4, intitulado “Construção e validação de instrumento
para a avaliação de egressos de cursos de graduação em enfermagem”, contendo
questões sobre a caracterização da inserção e trajetória e avaliação do
processo de formação profissional. A coleta de dados foi realizada por meio de
aplicação do questionário online e enviado aos e-mails dos egressos. Os dados
obtidos foram transcritos para uma planilha do Excel - Microsoft Office 2007,
em seguida foi realizada a análise através do Programa SPSS (_Statistical
Package For The Social Science _versão 24 para _Windows_) e apresentadas às
frequências absolutas e relativas. Os dados foram coletados após a aprovação
pelo Comitê de Ética em Pesquisa e concordância da Instituição de Ensino
envolvida, sendo aprovado em 01 de setembro de 2017, sob o parecer nº
2.253.442.
RESULTADOS
Verificou-se que a maioria dos egressos possui um único vínculo empregatício
(49,1%), 28 (15,8%) egressos declararam estarem desempregados e 28 (15,8%)
encontra-se com um vínculo de trabalho, mas não atuam como enfermeiros. Em
relação ao tempo de formado em que os participantes ingressaram no primeiro
emprego, observa-se que a maioria dos egressos começou a trabalhar, apenas
seis meses depois da conclusão da graduação (49,1%) e 23 egressos (13,0%) não
haviam conseguido inserção no mundo do trabalho até o momento da coleta de
dados. Os respondentes que declaram não atuar na enfermagem, mas que possuem
vínculo empregatício em outras áreas/profissões encontra-se atuando como
professores de nível técnico profissionalizante (14%), enfermeiros autônomos
(14%), bolsistas de residência multiprofissional (14%) e bolsistas de
doutorado (14%). Pode-se verificar que dentre os 149 egressos com vínculo
empregatício, 75 (50,3%) responderam ter ingressado no atual emprego por
concurso público, seguido de 46 (30,9%) via processo seletivo. Quanto à
natureza da instituição em que trabalha, a maioria dos egressos (63,7%) atua
na rede pública e 25 (16,8%) em instituições privadas. Quando questionado
sobre o vínculo profissional, expressiva parcela (79,9%) declarou ser
assalariado. Em relação ao rendimento mensal, 66,5% dos egressos tinham faixa
salarial entre 2 a 7 salários, com média de 4,5 salários mínimos. Em relação à
carga horária semanal de trabalho, 53% dos egressos declararam trabalhar de 37
a 44 horas semanais e 4% possuem carga horária semanal acima de 61 horas.
Observa-se que dentre as áreas de atuação profissional desempenhada pelos
egressos, boa parte dos respondentes atuam na assistência com 30,2%, seguido
de 12,8% que atuam na assistência e como educadores e 12,1% na gerência e
assistência de enfermagem.
CONCLUSÃO
O estudo revelou que apesar do decréscimo da empregabilidade da enfermagem
verificada nas últimas décadas, a maioria dos egressos de enfermagem formados
pela Universidade Federal de Juiz de Fora encontram-se inseridos no mundo do
trabalho, atuando como enfermeiros assistenciais e com vínculo formal.
Verificou-se também que a maioria iniciou a carreira profissional com menos de
seis meses de formado, o que expressa à qualidade da formação em Instituição
Pública de Ensino. A Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz
de Fora visa propiciar a formação de enfermeiros que tenham habilidades e
competências para atuar em diversos contextos e níveis de atenção a saúde,
capazes de trabalhar em equipe e que valorizem a integralidade do cuidado, bem
como os determinantes do processo de adoecimento das populações por eles
atendidas, em consonância com os preceitos expressos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem5.
CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM
A presente investigação permitiu caracterizar os profissionais da amostra, a
inserção no mundo do trabalho, suscitando reflexões e apontamentos sobre as
competências e habilidades aprendidas na graduação com as requeridas pelos
serviços de saúde.
Referências: 1- Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a Implementação do processo de enfermagem em ambientes públicos ou privados em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem e dá outras providências. In: Diário Oficial da União. Brasília, 2009.
2- Brazelton TB, Geespan ST. As necessidades essenciais da criança: o que toda criança precisa para crescer, aprender e se desenvolver. Porto Alegre:Manole;2002.
3- Veríssimo MLÓR. Necessidades essenciais das crianças para o desenvolvimento: referencial para o cuidado em saúde. RevEscEnf USP 2018 (no prelo).
4- Soares CA, Hoga LAK, Peduzzi M, Yonekura T, Silva DRAD. Revisão integrativa: conceitos e métodos utilizados na enfermagem. RevEscEnferm USP. 2014; 48(2): 335-
5- Souza JM, Veríssimo MLOR. Desenvolvimento infantil: análise de um novo conceito. Rev Latino-AmEnferm 2015; 23(6): 1097-104. |